Eurico, sobre Moreira: 'Ele precisava se dedicar mais aos negócios'

Quinta-feira, 10/12/2015 - 16:43
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O planejamento para o retorno à Primeira Divisão do Brasileiro em 2017 começou ontem no Vasco. Insatisfeito com o mau desempenho da equipe que culminou no rebaixamento à Série B, o presidente Eurico Miranda, em coletiva em São Januário, anunciou uma “reformulação geral” no departamento de futebol. À exceção do técnico Jorginho, de Zinho, seu auxiliar, e do preparador físico Joelton Urtiga, o dirigente afirmou que todos serão dispensados e novos profissionais virão.

Quem também pega a barca é o gerente de futebol Paulo Angioni. Para o seu lugar, Eurico Miranda confirmou o retorno de Isaías Tinoco, profissional com várias passagens pelo clube. “É uma pessoa que tem a minha total confiança. Isaías vem para assumir a gerência no lugar do Paulo Angioni. Mas a mudança será geral, composta por todos aqueles que estão hoje no departamento de futebol. Pode ser que um ou outro seja reaproveitado, mas a intenção é uma reformulação completa.”

Se Alex Evangelista, coordenador científico do Caprres, e sua equipe estão garantidos em 2016, o auxiliar Valdir Bigode, o preparador de goleiros Flávio Tenius e, segundo Eurico, mais de 90% dos jogadores que têm seus contratados encerrados no fim do ano estão fora dos planos. Nomes como os do volante Serginho, do zagueiro Anderson Salles e do atacante Rafael Silva, que formam uma lista de 18, ainda serão avaliados por Jorginho antes de alguma definição.

“A reformulação atingirá o elenco. Falam que o Vasco tem 43 jogadores em seu elenco, mas 90%, com contrato até o fim de dezembro, não serão reaproveitados. Os contratos em vigor serão honrados. Vamos ver quem o Jorginho tem interesse de manter e vamos trabalhar neste sentido”, explicou o dirigente.

Uma baixa, porém, não estava nos planos. José Luiz Moreira, vice de futebol e braço direito de Eurico, pediu licença do cargo e também estará fora por tempo indeterminado na próxima temporada.

“Ele precisava se dedicar mais aos negócios, mas não teve qualquer tipo de problema com as pessoas do Vasco. Sempre trabalhou e continua com uma ligação forte comigo. Sinto muito a falta dele neste momento”, admitiu.

E O BRASILEIRÃO NÃO ACABA

A reformulação no departamento de futebol do Vasco já começou, mas o presidente Eurico Miranda admitiu estar de olho, também, na Justiça. Ontem, o departamento jurídico do Goiás confirmou que entrará com uma ação solicitando o cumprimento da Lei 13.155, de 4 de agosto de 2015, conhecida como “Fair Play Financeiro”. Em dia com suas obrigações fiscais, o Esmeraldino vê na manobra possibilidade de permanecer na Série A. A atitude interessa ao Gigante, que, de acordo com Eurico, também está regularizado.

“Se o que o Goiás busca tem fundamento legal, estarei de acordo. Mas, primeiro, preciso saber qual a fundamentação, pois uma coisa é a lei e outra é a aplicação da lei. O Vasco se sacrificou financeiramente, não fez investimentos, tudo para estar com a questão fiscal em dia. Posso entrar como parte interessada na ação, mas não é porque o Vasco pode ser beneficiado e, sim, para a lei ser cumprida”, disse o dirigente vascaíno.

O departamento jurídico do Goiás já começou a agir. João Vicente, responsável pelo setor, explicou as medidas que serão tomadas.

“O primeiro passo é entrar com uma medida contra a CBF exigindo que ela cumpra sua parte e faça prevalecer o Estatuto do Torcedor, alterado com a Lei 13.155. Seria uma ação autônoma via STJD para obrigar os clubes a comprovarem situação regular perante as novas exigências. Se outras equipes estão irregulares, não podemos afirmar no momento, mas quem deve exigir essa comprovação é a CBF”, afirmou o advogado, em entrevista ao portal Globoesporte.com.

A lei citada, sancionada pela presidente Dilma Rousseff, prevê rebaixamento direto das equipes que não estão em dia com suas obrigações fiscais.

MANOBRA NÃO EVITARIA QUEDA

O tiro do Goiás pode sair pela culatra. Segundo o advogado Carlos Eduardo Ambiel, um dos autores do Estatuto do Torcedor, a tentativa de reverter o rebaixamento não teria sucesso. Uma equipe irregular na Primeira Divisão seria substituída pelo primeiro clube que não conseguiu acesso na Série B deste ano — o Náutico.

“A lei não permite alteração no resultado obtido em campo, como a o retorno dos rebaixados”, disse Ambiel, em entrevista à ESPN.

Fonte: O Dia Online