Alex Texeira: 'Acompanho todo jogo que dá, principalmente no domingo. Sofro junto, afinal, foram 11 anos de Vasco'

Quarta-feira, 28/10/2015 - 19:13
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Douglas Costa ficou cinco anos no Shakhtar. A escada é maior para Willian (seis), Fernandinho e Luiz Adriano (oito cada). Alex Teixeira, com quase seis anos de casa, considera que chegou a sua vez. O Campeonato Ucraniano serve como um termômetro e mostra que o ex-jogador do Vasco está pronto para seguir seu plano de carreira: são 16 gols em 11 rodadas, média e números absolutos melhores do que qualquer outro atacante das dez principais ligas europeias.

A rota liga Alex a centros maiores. No último mercado, ele revelou ter recebido propostas de ao menos três clubes europeus: Porto (Portugal), Atlético de Madrid (Espanha) e Monaco (França). Agora, de acordo com informações da imprensa inglesa, o Chelsea se juntou à corrida pelo brasileiro. A abertura da janela de inverno abre a possibilidade de ele deixar o Shakhtar em janeiro.

- Quando o Douglas (Costa) e Luiz (Adriano) saíram na última temporada, o treinador (Mircea Lucescu) pediu para que eu ficasse. Eu obedeci e fiquei. Mas eles estão cientes de que o meu desejo agora é sair. Acho que vão facilitar essa transferência, será bom também para o clube. O presidente me disse que só não me vendeu por conta dessas outras duas negociações – disse Alex em entrevista ao GloboEsporte.com.

Alex terá uma reunião ainda nesta semana sobre o seu futuro. O clube, obviamente, tem o objetivo de segurá-lo - preferencialmente - até o fim da temporada. Sem ele, certamente não estaria na liderança do Campeonato Ucraniano após 11 rodadas – o segundo que mais marcou no Shakhtar é o brasileiro naturalizado croata Eduardo da Silva, com três gols.

- Ainda são especulações. Fico muito feliz em saber que um clube como o Chelsea tem interesse em mim. É importante disputar uma liga como a Premier League. Se fosse para janeiro seria excelente. Da minha parte seria ótimo encarar um novo desafio.

Alex fica ainda mais feliz em saber que suas estatísticas são imbatíveis até aqui. Nem Robert Lewandowski, autor de cinco gols num só jogo, nem Cristiano Ronaldo, atual campeão da Chuteira de Ouro (prêmio ao artilheiro da Europa), têm tantos gols. O polonês do Bayern e o gabonês Pierre-Emerick Aubameyang, do Borussia Dortmund, são os mais próximos dele por conta do alto rendimento na Bundesliga (veja no quadro ao lado).

SELEÇÃO: CAMINHO NATURAL

Na Polônia, apenas a 18ª liga mais bem ranqueada para a Uefa, o húngaro Nemanja Nikolic chega perto: tem 15 gols em 13 jogos. Conta a favor de Alex Teixeira o fato de ele não ser um camisa nove clássico, nem mesmo foi improvisado após a saída de Luiz Adriano para o Milan.

- Sei que a média é muito boa para um atacante que vem de trás, carregando a bola. Acho que o segredo é o treinador me dando total liberdade para fazer esse papel, sempre chegar na área. De dois anos para cá eu comecei a ter essa oportunidade, estou conseguindo fazer mais gols, também estão me dando bons passes. E, claro, sempre tem a bolinha que sobra (risos).

Na cabeça de Alex, a seleção brasileira será uma consequência natural se mantiver o ritmo. Ele está com 25 anos e se vê em condições de participar das eliminatórias para a Copa da Rússia. Mesmo que siga jogando na Ucrânia, país visto com certa ressalva por parte da crítica.

- Leio muitos comentários, sinto que há um preconceito contra a liga. Não é um campeonato muito visto no Brasil, nem na Europa. Só os jogos da Champions são transmitidos. Quando falam que são 16 gols dizem: “ah, mas aí até cego joga”. Não é assim. Quem assiste sabe que há jogos difíceis e o nível não é tão fraco quanto dizem. Quero aproveitar essa fase muito boa, fazendo os meus gols e sei que uma hora o Dunga vai olhar.

VASCO NA TELINHA

Enquanto não balança as redes ou treina, Alex passa bastante tempo com a família - a esposa Thais Cristina e a filha Maria Eduarda, de dois anos. Também há espaço para o Vasco, seu único clube no Brasil. Nos dias de jogos de Brasileirão, quando o horário permite, lá está ele na frente da TV torcendo pelo Gigante da Colina.

- Acompanho todo jogo que dá, principalmente no domingo. Sofro junto, afinal, foram 11 anos de Vasco. Tenho uma história muito bonita lá. A distância diminuiu bastante em pontos, há dois meses eu poderia dizer que não escaparia, mas agora tenho esperança.





Fonte: Globoesporte.com