Vasco suspende um sócio e elimina outro do quadro social

Quinta-feira, 20/08/2015 - 20:13
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Após três suspensões por invasão à sede de São Januário, Eurico Miranda e a diretoria do Vasco puniram mais dois sócios. Um deles, Davidson de Mattos, está eliminado do quadro social por decisão do presidente. Mattos tem 10 dias para recorrer no Conselho de Justiça do Vasco e deve procurar também a Justiça comum.

Professor e sócio desde 2003, Davidson escreveu em grupo de Facebook que desejava a morte de Eurico, publicando a foto do prontuário médico que vazou de um hospital na Zona Sul do Rio - em exames recentes realizados pelo dirigente. A carta enviada ao professor citava a frase de Mattos - "Sem nenhuma hipocrisia: que morra o mais dolorosamente possível e leve junto toos os seus lacaios vagabundos" - e que a punição imposta ao ex-sócio era "ratificada" por unanimidade pela diretoria administrativa do clube de São Januário. Apoiador de Julio Brant na última eleição, Matos voltou a atacar Eurico e disse que vai lutar na Justiça para voltar ao quadro social.

- Isso é uma perseguição. Não faço mais parte de nenhum grupo político do Vasco desde o dia 11 de novembro, no fim das eleições. Apesar de não estar mais envolvido em política do clube, sou vascaíno, sócio proprietário. É direito de todo vascaíno e qualquer cidadão expressar livremente as suas opiniões. A minha opinião em relação a ele é a pior possível, tanto quanto a ele quanto a seus seguidores. Isso lesa a Constituição Brasileira, que garante num dos seus artigos a livre manifestação do pensamento. Não o ofendi, disse ali que quero que ele morra. E isso não é vontade só minha. Talvez as pessoas tenham certo pudor de repetir isso, escrever e dizer isso, mas eu não tenho. É direito meu como associado e vou reaver meu direito na Justiça - disse Davidsson Matos, que classifica a decisão como mais um ato arbitrário de Eurico.

Advogado da chapa de Julio Brant nas últimas eleições, Alan Belaciano também está punido. Ele, por seis meses - assim como aconteceu com outros três, penalizados e denunciados em queixa crime pelo clube, que alegou invasão de propriedade privada em protesto no início de agosto. Belaciano é advogado de Fernandão, que move processo milionário contra o Vasco e de Rodrigo Caetano, atual diretor de futebol do Flamengo. Ele também deve representar alguns dos associados punidos na Justiça contra as decisões da atual administração.

Nesta quinta-feira, Belaciano enviou carta à secretaria do clube, questionado quais motivos. Ele foi punido com base no artigo 34, combinado ao 35. No documento enviado pelo departamento de comunicações do Vasco, Eurico justifica a punição dizendo que Alan foi autor de "declarações inverídicas atentatórias ao clube, e aos seus dirigentes, desprezando as regras da boa conduta moral, cívica e desportiva, além de gerar inadaptabilidade ao meio social, e causar dano ao clube", diz o comunicado do presidente do Vasco.

O estatuto do Vasco diz no artigo 34 que ''fica sujeito às penas combinadas no documento o sócio que, verbalmente ou expressamente, para qualquer fim, fizer ou subscrever declarações inverídicas atentatórias ao clube ou aos seus dirigentes, ou desprezar as regras da boa conduta moral, cívica e desportiva''. O texto do artigo 35 fala sobre as punições: advertência, suspensão de seis meses ou eliminação. O artigo 36 dá poder ao presidente da diretoria administrativa de aplicar as punições descritas no artigo anterior.

Em entrevista coletiva recente, Eurico defendeu a punição aos associados que invadiram a sede São Januário no protesto do dia 1º de agosto. Um boneco do presidente do Vasco foi queimado do lado de fora do estádio.

- O torcedor tem o direito de fazer o que achar que deve, mas normalmente essas coisas (protestos) têm outra natureza. Eles são insuflados por A, B ou C. Outro dia o clube estava fechado e é um direito que tenho de fechar o clube, e invadiram. Consequências? Simples. Prestamos queixa na delegacia por invasão de propriedade privada e aqueles que foram identificados como sócios foram suspensos. Pronto. De acordo com o estatuto. Aqui eu posso aplicar o estatuto. Lá fora, na rua, não. Aí quem pode tomar atitude são as autoridades. Esses protestos nunca são pacíficos - disse Eurico.




Fonte: GloboEsporte.com