Relembre passagens de Celso Roth pelo Vasco; em 2010 foram 5 jogos, com 3 derrotas

Segunda-feira, 22/06/2015 - 08:38
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Apesar de Eurico Miranda afirmar não ter decidido o nome do substituto de Doriva e o empresário Jorge Machado alegar estar impossibilitado de falar do assunto, Celso Roth será o novo técnico do Vasco. O anúncio, a ser feito nesta segunda-feira pelo presidente cruz-maltino, dará início ao mais novo capítulo de uma história que começou em 2007, surpreendeu, brilhou com o gol mil de Romário e caiu em descrédito três anos depois. Em 2010, com apenas cinco jogos na segunda passagem por São Januário, o treinador decepcionou os vascaínos ao aceitar convite do Internacional. Seria campeão da Libertadores, mas logo haveria a decepção de perder para o Mazembe no Mundial. Coincidência ou não, desde então, os trabalhos seguintes não tiveram o mesmo sucesso dos anteriores. É um recomeço, do comandante e do próprio clube.

Doriva não resistiu à pressão pela má fase no Brasileiro. Pediu demissão, domingo, ao retornar ao Rio. No dia anterior, a derrota para o Sport, no Recife, a quinta consecutiva, tornou a situação insustentável. Deixou o time na lanterna - o Joinville, ao vencer o Goiás, superou os cariocas - e cheio de problemas: é o único que ainda não venceu, tem o pior ataque, com três gols, e a pior defesa, com 14.

Roth não dirige um clube desde 24 de agosto, data da demissão do Coritiba. E vai ter muito trabalho pela frente.

A surpresa

Roth, 57 anos, gaúcho de Caxias do Sul, chegou ao Vasco em 2007 pelas mãos de Eurico Miranda. Até então, após começar a carreira no Al Qadsia Sporting Club, do Kuwait, em 1988, perambular por times do interior do Rio Grande do Sul, ganhar o seu primeiro título, no Caxias, a Copa Daltro Menezes de 1996, era um técnico em ascensão no futebol brasileiro. Levantou o Gauchão de 1997, pelo Inter, e do de 1999, pelo Grêmio, clube pelo qual faturou a Copa Sul do mesmo ano. No Sport, papou a Copa do Nordeste de 2000.

A partir daí os bons trabalhos não tiveram mais continuidade. A máxima de pegar times em má fase e fazê-los render além do esperado continuava. Virou marca, como é o cenário atual do Vasco. Mas faltava ser campeão além de estaduais. O que não acontecia pois, da mesma forma que a ascensão era rápida, não perdurava. Derrotas em sequência e desgaste com os jogadores e dirigentes forçavam a demissão. Seriam dez anos de jejum passando por Palmeiras, Santos, Atlético-MG, Goiás, Flamengo e Botafogo. Seus melhores resultados foram as semifinais da Libertadores de 2001, pelo Palmeiras, e do Brasileiro de 2000, pelo Grêmio.

Mas no Vasco... No primeiro turno do nacional sob seu comando, Romário fez o milésimo gol, em 20 de maio de 2007, em São Januário, contra o Sport (reveja no vídeo acima). A equipe teve um bom início: terminou a primeira parte da competição em terceiro, com nomes de destaque como Leandro Amaral e Conca. Surpreendeu a todos. O elenco não era dos mais qualificados. Porém, após o início do returno, a equipe caiu de rendimento. Com apenas uma vitória em onze jogos e vaga para a próxima fase da Copa Sul-Americana em risco, após derrota para o América do México, veio a demissão. O que não impediu Eurico de elogiar o antigo funcionário: trabalhador, honesto e muito bom treinador foram as expressões usadas à época.

A decepção

Após alguns meses longe do futebol, Celso Roth retornou ao Grêmio em 2008. As eliminações precoces no Gauchão e na Copa do Brasil contrastaram com a ótima campanha no Brasileiro, no qual terminou em segundo. Passou pelo Galo e voltaria ao Vasco em 2010. Agora, com Roberto Dinamite.

Chegou a estampar a capa da revista do clube, relançada naquela gestão. Fez uma frase de efeito: "futebol é matar ou morrer". Comprou briga ao reclamar da invasão de campo em São Januário e da exposição de jogadores em embarque e desembarque em aeroporto. Tudo resultado de um péssimo começo de Brasileiro. Não à toa, com menos de um mês de trabalho, decepcionou a direção ao aceitar uma proposta do Internacional. Com Roth no comando, o Inter foi campeão da América. Fim do jejum de dez anos sem título do treinador.

O recomeço

Na sequência, Roth acabou marcado pela derrota ao Mazembe, no Mundial de Clubes daquele ano. Os trabalhos seguintes em Grêmio, Cruzeiro e Coritiba não foram bons. Houve desentendimento com dirigentes e jornalistas. Em algumas entrevistas, especialmente no Coxa, reclamava de erros individuais de jogadores e da falta de qualidade do grupo.

Foi no time paranaense que criou uma comissão técnica, com o auxiliar Beto Ferreira, amigo de longa data e que o acompanha desde o começo da carreira, e com o preparador físico Paulo Paixão. Ambos devem acompanhá-lo no Vasco.

Clube onde encontrará jogadores com quem já trabalhou. Casos de Nei e Guiñazu, no Inter. Julio dos Santos e Julio Cesar, no Grêmio. Serginho, no Atlético-MG. E de futuros reforços: Herrera e Andrezinho, igualmente na dupla Gre-Nal, respectivamente. E o maior pode estar por vir: Ronaldinho Gaúcho. Foi com Roth que o meia despontou no Grêmio e ganhou o mundo.

Os números de Roth no Vasco
2007 : 39 jogos (16v, 8e e 15d)
2010: 5 jogos (1v, 1e e 3d)

Fonte: GloboEsporte.com