Venda de ingressos para a final teve site fora do ar, grandes filas e ação de cambistas

Quinta-feira, 30/04/2015 - 11:42
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Pelo menos em seu derradeiro jogo o Estadual conseguiu enfim mobilizar a cidade. No primeiro dia de vendas para a segunda partida da final entre Botafogo e Vasco, domingo, as filas deram o tom. Com a grande procura, todos os ingressos já foram vendidos. Mas sobrou confusão.

No Maracanã, no Estádio Nílton Santos e em São Januário a movimentação foi intensa. Antes mesmo de a venda física ter início, torcedores já formavam fila para garantir seu lugar. Pareciam prever que os ingressos se esgotariam em pouco tempo. Ainda de manhã, já não havia ingressos para o setor Sul. Pela tarde, acabaram as entradas para os setores Leste, Oeste e Maracanã Mais, que recebem as duas torcidas. À noite, a venda para o Norte também teve fim.

Para não passar pela frustração de ficar sem ingresso, o comerciante Sharles saiu de Belford Roxo com destino a São Januário à meia-noite. Virou a madrugada, mas foi o primeiro a garantir lugar no jogo decisivo.

— Quando vimos nas redes sociais que tinha muita gente avisando que iria para a fila, marcamos para sair de casa à meia-noite — disse.

A missão de Sharles e dos outros torcedores teria sido mais fácil se o site do Maracanã, pelo qual é realizada a compra on-line, não tivesse saído do ar. A página não suportou a grande demanda e travou várias vezes, deixando muitos sem outra opção a não ser enfrentar as filas. Ainda assim, cerca de 20 mil entradas foram vendidas pela internet, antes mesmo da abertura dos postos.

O caos que imperou na venda tornou o terreno fértil para a ação do cambismo. Em São Januário, os ingressos para o setor Leste, vendidos originalmente a R$ 100, saíam a R$ 160 nas mãos de cambistas — um ágio de 60% para os vendedores ilegais.

— O torcedor precisa se conscientizar de que o cambista entrou lá no “buraco” para comprar o ingresso — justificou um cambista, referindo-se à enorme fila e à confusão que esperavam por quem decidia comprar através dos meios lícitos.

Quem não conseguiu lucrar com ingressos encontrou outra forma de explorar a situação. Por R$ 20, pagos a um homem que circulava em torno da fila de São Januário, era possível entrar já próximo aos guichês. Os lugares eram garantidos por pessoas que estavam na fila para guardar vaga. Com o torcedor, o respeito não voltou.



Fonte: Extra Online