Matemático ganhador da medalha Fields diz que não torce mais para o Vasco porque jogadores foram para outros times

Quarta-feira, 25/03/2015 - 06:24
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Primeiro brasileiro a ganhar a Medalha Fields (considerado “o Prêmio Nobel da Matemática”), Artur Avila quer abrir os olhos dos brasileiros para a importância do Congresso Internacional de Matemáticos, que em 2018 será sediado pela primeira vez no Brasil. Ele também quer afastar a fama de CDF que ele e seus companheiros de profissão têm. Artur falou à coluna.

Você acha que as pessoas têm preconceito com matemáticos?

Sim, logo dão um passo atrás, acham que você é uma pessoa diferente. É mais fácil falar que você faz outra coisa. Mas eu levo uma vida normal.

O que é levar uma vida normal?

Eu sou matemático mas gosto de sair à noite. Procuro lugares mais arejados, com pessoas diferentes, como a Praça São Salvador, por exemplo. Detesto lugares monocromáticos. Sou uma pessoa mais noturna, então acordo ao meio-dia. Depois vou trabalhar.

Lugares monocromáticos?

Sim, lugares onde as pessoas são todas iguais, como o Belmonte do Leblon, que é perto da minha casa. É um lugar onde estão todos vestidos iguaizinhos, são filhinhos de papai. Eu prefiro muito mais o Jobi.

O que mais você gosta de fazer?

Eu vou à praia, no Leblon e em Ipanema. Vejo filmes em casa. Não vejo novela, não tenho sinal de TV. Eu gostava de futebol, torcia pelo Vasco, mas depois de morar um tempo fora, descobri que quase todos os jogadores já estavam jogando em outros times. Eu acho que não dá para você torcer para um cara e, no ano seguinte, ter que chamá-lo de idiota.

Você se divide entre o Rio e Paris. Acha que a vida por aqui anda cara?

Não mais que Paris. Lá tudo é muito caro. No Rio, se você quiser ter hábitos parisienses, como tomar vinho e comer comida francesa, vai pagar mais por isso. Mas se quiser ficar no churrasco e na caipirinha, não gasta tanto assim.




Fonte: Blog Gente Boa - O Globo Online