Clubes pedem que Dilma altere lei de parcelamento de dívidas; Bom Senso quer o veto

Sexta-feira, 19/12/2014 - 14:26
comentário(s)

Na tentativa de reverter a derrota imposta pela "bancada da bola" em Brasília, dirigentes envolvidos na elaboração da Lei de Responsabilidade Fiscal dos Clubes vão enviar para a Casa Civil uma proposta de adaptação da medida provisória aprovada na última quarta-feira. O pedido é para que a presidente Dilma Rousseff não vete o texto aprovado, mas faça alterações para incluir as contrapartidas.

"Nossa sugestão é que a presidente edite uma medida complementando com as compensações de responsabilidade que defendemos", disse o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello.

"Os clubes estão de acordo com as punições previstas para quem não cumprir as obrigações. E a CBF já se comprometeu a incluir no regulamento", garantiu o ex-presidente do Coritiba e um dos porta-vozes dos clubes sobre o assunto, Vilson Ribeiro.

A alternativa recebeu apoio do Ministério do Esporte.

"A MP como está não nos interessa. É mais um refinanciamento, uma espécie de Timemania 2. Mas podemos aproveitá-la para editar uma outra MP para incluir o que já está acordado com os clubes e com o Bom Senso", disse o secretário para futebol do Ministério do Esporte, Toninho Nascimento.

Bom Senso pede o veto

O Bom Senso FC se manifestou pedindo o veto da presidente e não vê com bons olhos a possibilidade de tentar modificar o "drible" da "bancada da bola". O movimento teme que a ideia de moralizar o futebol perca força com os clubes tendo conseguido o parcelamento das dívidas.

"Ainda estamos discutindo, mas inicialmente achamos que só conseguimos falar em reforma com os clubes em função da crise financeira", disse Ricardo Borges, diretor executivo do Bom Senso.

A medida provisória (MP 656/2014) aprovada na Câmara e no Senado vai agora para a análise da presidente Dilma que terá 15 dias para vetar ou aprovar. O parcelamento das dívidas dos clubes foi incluído no texto através de emenda do deputado Jovair Arantes (PTB-GO). O objeto da MP era isentar de impostos a importação de aerogeradores.

Pelo texto aprovado, os clubes poderão parcelar suas dívidas com a União em 240 vezes, com descontos de 70% em multas e 50% em juros, sem, no entanto, terem de cumprir nenhum medida de responsabilidade financeira e de gestão, previstas na discussão da Lei de Responsabilidade Fiscal dos Clubes.

Fonte: ESPN.com.br