Eurico revela acordo entre Dinamite e advogado do Vasco no valor de R$ 4 milhões e fala em 'conluio'

Quarta-feira, 03/12/2014 - 18:34

Surpreendido com um acordo na "calada da noite", como definiu o vice jurídico Paulo Reis, do Vasco com Marcello Macedo, o novo presidente Eurico Miranda convocou coletiva de emergência para denunciar o que chamou de conluio - acordo para prejudicar outra pessoa - entre o advogado que prestava serviços ao clube e o ex-presidente Roberto Dinamite. A ação de cobrança de mais de R$ 4 milhões foi distribuída no dia 19, teve primeira movimentação na 47ª Vara Cível no dia 25 e no dia 1º de dezembro houve acordo para execução do Vasco, por meio de procuração assinada por Dinamite para o vice jurídico Roberto Duque Estrada representar o clube, em nome do advogado. Eurico também anunciou a rescisão do contrato com Macedo e disse que, "evidentemente", o clube vai contestar a execução da dívida.

- O que me traz para denunciar isso hoje é o que chamo de conluio entre administração do Vasco, esse advogado que era contratado pelo Vasco, é que depois desse despacho do dia 28 foi dado entrada pela outra parte, a que está querendo executar, a do Marcello Macedo, de um acordo judicial que deu entrada exatamente às 17h26 do dia 1º. Mas junto desse acordo judicial veio assinado na data de 28 de novembro pelo seu Roberto Dinamite e pelo vice-presidente jurídico Roberto Duque Estrada com procuração dada pelo Roberto (Dinamite) para esse senhor Roberto Duque Estrada. No nosso entendimento, isso, que é assunto que vai ser discutido em juízo, demonstra o conluio entre as partes, no caso, o advogado, que trabalha para o Vasco, representando pelo seu Carlos Roberto Dinamite de Oliveira. Ele foi muito célere, o documento deu entrada 17h26, e às 17h32 o juízo homologou o acordo - disse Eurico.

O advogado Paulo Reis, que é o novo vice jurídico de Eurico, disse que causou estranheza, além da rapidez do acordo, o fato de que o Vasco não esperou a citação judicial. Pelo contrário, pois o documento deu entrada no tribunal e minutos depois o acordo já estava homologado em juízo.

- As partes fizeram conluio para prejudicar única e exclusivamente o Vasco da Gama. Uma citação dessas, no fim do ano, demoraria pelo menos um mês para o Vasco ser citado. Mas o clube não foi nem citado. Nunca vi um clube procurar o prejuízo. E, estranhamente, foi feito esse acordo que é totalmente irregular - afirmou Paulo Reis.

Eurico não quis adiantar a ação do Vasco, agora sob seu comando, daqui em diante com o caso, mas disse que “evidentemente vai contestar, não vai concordar”. No acordo assinado, a primeira parcela deveria ser quitada nos primeiros dias de janeiro. São 10 parcelas - com pagamento de cerca de R$ 420 mil mensais. A descoberta que trouxe à tona nesta quarta-feira, dia seguinte à posse, abre um precedente.

- Isso que aconteceu pode provocar que eu torne público algumas outras coisas. O Vasco não tornará público nada, a não ser por mim, de qualquer outra situação do passado. Isso é compromisso meu no sentido de entender de que o Vasco deve resolver seu problema internamente. Agora, no momento que aparece uma situação como essa... Isso é nada mais, nada menos do que um conluio – reafirmou Eurico, respondendo no fim se considerava desonesta a combinação entre as partes: - Pode até não ser desonesto, mas que foi prejudicial ao Vasco, foi.



Fonte: GloboEsporte.com