Ex-vascaíno Douglas, hoje no Dnipro, da Ucrânia, diz que situação no país é preocupante, mas que não pensa em voltar

Domingo, 04/05/2014 - 18:19
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Não é um momento político fácil na Ucrânia. A crise por conta da questão da península da Criméia acarretou em protestos por todo o país, com foco principal em Kiev. Mas a sudeste da capital, em Dnipropetrovsk, um brasileiro pode acompanhar o desenrolar da situação enquanto esperava por glória em seu clube, o Dnipro. Trata-se do zagueiro Douglas, ex-Vasco, que falou com exclusividade para o portal do Yahoo! Esporte Interativo.

Apesar de muitos acreditarem que a situação no país melhorou nos últimos tempos, Douglas esclarece que não é bem assim. "O país passou por um período de muita tensão, ultimamente a situação aparentava estar mais calma, porém, nos últimos dias, as coisas voltaram a se complicar no leste do país", disse o zagueiro, que também aproveitou para afirmar que, apesar de Dnipropetrovsk não ser o principal foco dos protestos, aconteceram algumas manifestações na cidade, porém, nas palavras do jogador, todas pacíficas.

Com os problemas, o Campeonato Ucraniano teve algumas rodadas adiadas, justamente em um momento bom para o Dnipro. O clube ocupa o segundo lugar na tabela, atrás apenas do 'bicho-papão' Shakhtar. Porém, segundo Douglas, apesar de tudo, o ritmo de treinamentos no Dnipro não mudou muito.

"Não houve grandes alterações no ritmo de treino. Enquanto não tinha uma definição de data para recomeçar o Campeonato Ucraniano, o clube ainda nos deu alguns dias livres, mas logo retornamos aos treinamentos e os jogos voltaram normalmente. Durante todo este período não houve nenhuma recomendação do clube para os atletas, pois a situação na cidade era normal", disse.

Há de se lembrar, também, que a Fifa abre brechas para transferências de jogadores mesmo com a janela fechada, em caso de conflito no país. mas Douglas não pensou, em momento algum, na possibilidade de deixar seu clube.

"A situação no país é preocupante, sabemos que, caso se agrave ainda mais, a Fifa nos dá algumas brechas para uma possível saída, mas o meu desejo no momento é que todo esse conflito se resolva e que nós possamos continuar trabalhando", afirmou o zagueiro.

Mas como nem tudo é crise na Ucrânia, Douglas também falou sobre o período de adaptação ao novo país e à nova cultura em que foi inserido. "Os primeiros meses foram bem difíceis, foi uma grande mudança, tanto no futebol, já que aqui se joga de uma forma totalmente diferente da que eu estava acostumado a jogar no Brasil, pois o futebol ucraniano é baseado em muita força e contato, como também com a língua e o clima. Mas hoje já estou totalmente adaptado, muito por causa da ajuda dos brasileiros, Giuliano e Matheus, que já estavam no clube e que me ajudaram muito nesse processo de adaptação", disse o defensor.

E, apesar de tudo, o ex-vascaíno ainda sonha com o título ucraniano, mesmo com a dificuldade dos adversários.

"Ainda temos chances matemáticas de título, restam 3 rodadas e estamos apenas 3 pontos atrás do líder, mas não dependemos somente de nós. Precisamos ganhar nossos jogos e torcer pelo tropeço do Shakhtar. Enquanto houver chance, vamos brigar por este título", afirmou Douglas.

E como estamos em época de Copa do Mundo, o zagueiro também aproveitou para falar um pouco sobre o torneio, principalmente da partida de abertura, entre Brasil e Croácia. Douglas é companheiro de equipe do lateral Ivan Strinić e do atacante Nikola Kalinić, ambos croatas. Os dois têm grandes chances de estar no mundial, principalmente Strinić, que é titular absoluto na seleção europeia. Mas, mesmo assim, ninguém chegou a pedir conselhos a ele sobre a seleção brasileira.

"Conselhos nenhum dos dois chegou a pedir, pois já conhecem bem a maioria dos nossos jogadores. Mas se eles me pedissem, eu apenas desejaria boa sorte, porque eles vão precisar. Meu conselho para os brasileiros é que tomem cuidado com essa seleção croata. Eles têm jogadores de qualidade e vão motivados para este jogo de estreia, principalmente por ser contra a seleção brasileira, então temos que ter atenção, já que os croatas têm uma seleção perigosa", concluiu o zagueiro.



Fonte: Yahoo Esporte Interativo