Filhos de Dener chegaram a pensar em procurar espaço no Vasco antes de desistirem do futebol

Domingo, 20/04/2014 - 12:21
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Os três filhos de Dener tentaram seguir os passos, ou melhor, os dribles do pai, mas a carreira deles no futebol não vingou. Ironicamente, o principal problema foram as comparações com o patriarca, um dos maiores ídolos do Canindé. Todos chegaram a treinar nas categorias de base da Portuguesa, o mesmo clube em que o pai se projetou, mas acabaram dispensados e não chegaram ao time profissional. Dizem que não receberam explicações para a saída. “Queria fazer a minha história na Portuguesa, mas as cobranças e as comparações atrapalharam um pouco. Todo mundo só falava do meu pai”, confessa o filho do meio, Felipe Augusto Gabino de Sousa.

Denis Henrique Gabino de Sousa, o mais velho e o primeiro a desistir do sonho de ser jogador, conta que o parentesco famoso abriu muitas portas, mas ele encontrou outras tantas trancadas. “Tinha um relacionamento complicado com os outros jogadores. Dentro de campo, eles não passavam a bola para mim. No ônibus, poucos falavam com a gente. Eles achavam que nós tínhamos privilégios porque éramos filhos do Dener. Eu entendo o lado deles. Todo mundo estava buscando seu lugar e a gente levava vantagem”, comenta o herdeiro de 24 anos.

Por privilégios, entenda-se uma atenção especial de alguns diretores do clube, que sempre perguntavam se eles estavam bem e se precisavam de algo. Os três pensaram em procurar espaço no Vasco, clube que ainda não concluiu o pagamento da indenização pela morte do pai, mas desistiram da ideia.

A decisão definitiva de desistir do futebol veio no início deste ano e, agora, eles buscam outro rumo na vida. Denis planeja se formar em Turismo, mas antes quer morar uns tempos na Austrália. Felipe quer fazer Educação Física no segundo semestre. Mas eles não querem se afastar do futebol. “É o que eu gosto de verdade. Está no sangue”, diz Denis.

O caçula, Dener Mateus, trabalha em um escritório de contabilidade na zona norte e faz um curso técnico na mesma área. “Respeito a decisão deles. Tentaram o futebol, mas agora querem mudar de vida”, diz a mãe, Luciana Gabino.



Fonte: Estadão