Jogo do Vasco em Conselheiro Galvão teve gato preto, show de pagode e homenagem a Che Guevara

Sexta-feira, 28/02/2014 - 06:29
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Madureira, 16h da tarde. Um calor de quase 40 graus, natural para quem mora no bairro que respira samba e futebol. Ainda mais na véspera de carnaval e com um confronto entre o time da casa e o Vasco no estádio Aniceto Moscoso, na rua Conselheiro Galvão. A vitória por 3 a 1 dos vascaínos em cima do Tricolor Suburbano, porém, esfriou a festa que a diretoria dos anfitriões preparou para iniciar as comemorações do centenário do Madureira Esporte Clube.

Na estreia do uniforme que leva o rosto de Che Guevara – a camisa faz sucesso na internet e na mídia até internacional, pois faz referência aos 50 das visita da delegação do Tricolor Suburbano à Cuba -, a animação foi interrompida momentos antes do show do intervalo. Quando Arlindinho, filho do cantor Arlindo Cruz, já esperava para cantar no “palco” – num tablado de concreto onde ficam os câmeras da partida -, o zagueiro Rafael Vaz acertou um chute rasteiro, no cantinho, abrindo o placar para o Vasco.

Curiosamente, momentos antes do gol, um gato preto – e branco – passava e levantava as sociais do campo do Madureira. O clima de festa contrastava com as provocações da torcida. Os torcedores do time da casa – ou que pelo menos nesta quinta torciam para o Madureira – chamaram o Vasco de timinho e gritaram Segunda Divisão. Como resposta, após o placar consolidado com a vitória do time de São Januário, tiveram que ouvir um canto que ficou famoso na época dos 100 anos do Flamengo.

- Tricolor otário, o centenário foi para a casa do c.... – gritava emendando um palavrão no fim.

Edmilson, novo artilheiro do estadual, ao lado de Alecsandro com seis gols, comentou que estava acostumado a jogar em campo mais apertado, que não via tanta diferença. A mesma opinião não teve Rodrigo. O zagueiro chamou de “várzea” o estádio do Tricolor. Adilson Batista, muito cornetado pela torcida do Vasco, também levou na boa as brincadeiras que não cessaram nem no fim do jogo.

- Tudo bem, é do futebol, estou acostumado com essas coisas. Torcedor tem direito, tem suas preferências, mas eu tenho mais tempo de estrada e enxergo mais longe – provocou o treinador do Vasco.

Apesar da pressão do resultado para o Vasco, quente também estava fora de campo. Ainda no intervalo, os alto falantes do antigo estádio convocavam “urgente” e insistentemente um motorista que estava com seu Kadett esquentando (“está quase pegando fogo”, avisava o locutor). O problema foi contornado. Mas outro menor estava por vir. Quando um funcionário do Madureira arremessou as novas camisas de goleiro, que reproduzem a bandeira de Cuba, a torcida nas sociais se alvoroçou toda.

Mas quem disputou a camisa? O goleiro e o zagueiro do Madureira. Os dois reservas pularam mais alto que os torcedores e Uirá, defensor do Tricolor, ficou com a nova camisa nas mãos. Era a última frustração dos moradores de Madureira. Ainda bem que o carnaval já chegou e o que não falta é escola de samba no bairro.



Fonte: GloboEsporte.com