Pai de atleticano internado diz que filho não pertencia a nenhuma organizada e que a própria torcida do Vasco o salvou

Segunda-feira, 09/12/2013 - 17:15
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“Hoje eu disse para ele: pra que participar disso, você poderia ter voltado para casa, comemorado a vitória do teu time, mas agora está na cama de um hospital e ainda bem que está bem”, desabafou o pai do jovem de 19 anos que sofreu fratura no crânio durante o jogo entre Atlético-PR e Vasco da Gama, na Arena Joinville, neste domingo (8). O atleticano Willian Batista foi um dos quatro jovens feridos depois do confronto entre as torcidas. Cidinei Batista da Silva está no Norte de Santa Catarina para acompanhar o filho, que segue internado, e diz que está mais tranquilo nesta segunda-feira (9), após saber que o rapaz não corre risco de morte.

O pai garante sempre ter sido contrário à violência nos estádios e diz que o filho não faz parte de nenhuma torcida organizada. Segundo Cidinei, o rapaz tem carteirinha de sócio-torcedor, mas foi ao estádio em um carro com outros conhecidos. “Ele contou que entrou na briga por impulso. Ele estava ali perto na hora em que tudo começou e eu acho que ele entrou na onda”, avalia o pai. Ele destaca que o filho não possui histórico de agressões e também nunca havia se envolvido em qualquer outro problema em estádio. O jovem trabalha em uma lavação de carros e acabou de concluir um curso de idiomas.

Cidinei Batista da Silva não torce para o Atlético-PR e, por isso, assistia outro jogo na tarde de domingo (9). Ele só passou a conferir a situação no estado vizinho depois que soube das notícias. Entre a confirmação de que Willian era um dos feridos e a chegada em Joinville foram menos de quatro horas.

Willian é o único que permanece internado. Dois jovens receberam alta na manhã deste domingo e o outro na noite de domingo. Todos foram levados para o Hospital Municipal São José e apenas Willian precisou ser transferido para o Hospital da Unimed. Segundo o pai, todos os exames apresentaram bons resultados e os médicos informaram que em quatro ou cinco dias o jovem deve receber alta.

O pai do rapaz comenta que, nesta segunda-feira, o filho está imobilizado e com vários hematomas na cabeça. Ele também apresenta um sangramento no ouvido, mas deve ser controlado, segundo os médicos repassaram para a família.

“A torcida do Vasco o salvou”

Na sala de espera do Hospital da Unimed, em Joinville, Cidinei Batista da Silva conta o que conseguiu conversar com o filho no início da manhã desta segunda-feira (9). “Ele lembra certinho o que aconteceu, embora tenha desmaiado”, diz o pai.

Conforme o relato do jovem que vive em Curitiba, ele apanhou muito na cabeça. A família percebeu isso ao visitá-lo no quarto. “Ele está imobilizado do pescoço para cima e há muitos hematomas nessa região. Parece que pisaram no pescoço dele. Ele sente dor nas pernas, mas não vi hematomas ali”, afirma Cidinei.

Segundo Cidinei, o filho disse que “o que salvou ele foi a própria torcida do Vasco. ‘Eles falaram: já está morto, já está morto e jogaram ele de volta”, Cidinei relembra a história contada pelo filho. “Ele me disse que sentiu que recebeu socos e pontapés. Ele estava apanhando muito na cabeça”.

Os pais do jovem são divorciados, mas acompanham o filho em Santa Catarina. Na tarde desta segunda-feira, outros familiares devem visitar o rapaz que, segundo o hospital, apresenta quadro estável, mas que exige cuidados.

Fonte: G1