Confira análise tática do Vasco jogando com os novos reforços

O Vasco aproveitou a pausa do Campeonato Brasileiro por causa da Copa das Confederações para se reforçar. Apresentou, nos últimos 23 dias, três jogadores - que se somam a outros 15 contratados desde o início do ano. O zagueiro Rafael Vaz, o meia Montoya e o atacante Reginaldo chegam para suprir carências imediatas e dar mais opções para Paulo Autuori escalar o time.

Rafael Vaz será mais importante no primeiro caso, já que os profissionais tinham no setor apenas Renato Silva, Luan e Jomar, pouco usado, além de André Ribeiro, fora dos planos. Montoya e Reginaldo, que atuam em mais de uma posição, ajudarão o treinador em suas variações táticas.

Desde que chegou, há pouco mais de três meses, Autori tem adotado os esquemas 4-4-2 e o 4-2-3-1. Já usou sete escalações diferentes para o meio-campo ofensivo e cinco para o ataque em dez jogos de Carioca e do Brasileiro. Rafael Vaz pode ser titular já contra o Inter. Montoya e Reginaldo ainda serão regularizados.

Montoya: opção para esquerda ou centro

Montoya chega com prestígio. O meia colombiano de 21 anos era um dos principais nomes do All Boys. Veloz e habilidoso, o canhoto era o "1" na tática 4-3-1-2 do time argentino, mas também atuava pelo lado esquerdo quando o treinador escalava o time com mais armadores. No Vasco, seu papel deve ser parecido.

- Montoya é um jogador veloz e que costuma se movimentar por todo o campo defensivo adversário, gosta de encarar o mano a mano para aplicar dribles curtos e investe muito no aperfeiçoamento dos arremates de fora da área, principalmente em lances de bola parada - explicou Renato Zanata, blogueiro do Futebol Argentino, do GLOBOESPORTE.COM.

Nas duas últimas rodadas do Brasileirão antes da pausa, Autori mexeu na escalação, usando três meias de ligação e apenas um atacante. Se mantiver este formato, Montoya poderia atuar na armação pela esquerda, com Reginaldo pelo lado direito e Carlos Alberto centralizado. O colombiano também poderia ocupar a vaga de Carlos Alberto, posição em que, segundo Zanata, ele obteve mais destaque:

- Montoya foi um dos principais nomes do All Boys na grande vitória por 2 a 0 para cima do Boca Juniors, pela terceira rodada do Torneio Final deste ano, atuando como homem de ligação dentro do sistema tático da equipe dirigida pelo técnico José Pepe Romero.

Reginaldo: se precisar, joga até na defesa

Reginaldo, que nunca jogou profissionalmente no Brasil e esteve por 14 anos na Itália, também pode ocupar mais de um lugar no time de Autuori. Se o esquema for o 4-4-2, ele se encaixaria melhor como segundo atacante - função que costuma desempenhar. Outra opção seria atuar aberto no meio-campo - no Siena do técnico Antonio Conte, ele jogava pela esquerda, apesar de ser destro. O time italiano, com a posse da bola, transformava-se num 4-2-4.

Foi com o atual treinador do Juventus que Reginaldo viveu sua melhor fase na Itália, na temporada 2010/11.

- Eles se davam muito bem. O Conte sabia como usar o Reginaldo dentro de campo. Ele geralmente jogava como "winger" (meia ofensivo que atua pelo lado do campo) ou segundo atacante, mas chegou até a jogar na defesa quando o técnico precisou. Era um jogador que se sacrificava muito pelo time, sempre foi um dos mais queridos do elenco - afirmou Gennaro Groppa, que escreve sobre o Siena no jornal "Corriere di Siena".

Ao assumir o Vasco, Autuori declarou em entrevista para o jornal "O Globo" que gosta do esquema 4-2-3-1 desde que dois dos três jogadores que compõem o meio-campo sejam atacantes - o que é uma vantagem para Reginaldo.

Rafael Vaz: um 'jogador de antigamente'

O zagueiro Rafael Vaz foi contratado ao Ceará para reforçar o setor mais carente do Vasco após a saída de Dedé para o Cruzeiro. Apresentado em 12 de junho, ele já foi testado por Autuori no time titular em treinamentos e atuou pelos reservas nos jogos-treinos contra América e Madureira, sempre pelo lado esquerdo da defesa.

O jogador de 24 anos se destacou pelo Vila Nova-GO e depois pelo Ceará. Com porte físico (1,88m e 86 kg), ele demonstrou ser um zagueiro de estilo técnico e com faro de gol: foram 14 marcados nas duas últimas temporadas. De acordo com o auxiliar técnico Dimas Filgueiras, que está há 30 anos no Ceará, Rafael dará alegria aos torcedores vascaínos:

- Quem não gosta de um atleta que jogue como ele? Não tem torcida que não goste. Tenho certeza de que o torcedor do Vasco vai ficar muito satisfeito em vê-lo jogar. Ele é um jogador de antigamente. Trata a bola com uma intimidade muito grande - afirmou.

Fonte: GloboEsporte.com