Confira trecho do Boletim de Ocorrência da entrada no hospital da mulher que estaria com Bernardo

Sexta-feira, 26/04/2013 - 17:06

O diretor executivo do Vasco, René Simões, desmentiu que Bernardo tivesse sofrido tortura na Favela da Maré, após ter sido pego em baile funk com a mulher do traficante 'Menor P'. "Isso não existiu", disse o dirigente vascaíno. No entanto, o pai de Dayana Barros Rodrigues confirmou a história. Não bastasse isso, a reportagem do O DIA Online teve acesso ao Boletim de Ocorrência, que comprova a entrada de Dayana no Hospital Santa Maria Madalena.

A imagem abaixo descreve a vítima e o motivo da internação: sete tiros, sendo cinco deles nas pernas e dois no pé esquerdo. Confira:



Pai de jovem baleada confirma envolvimento dela com traficante

O pai de Dayana Rodrigues, de 22 anos, atingida por tiros após ser vista com Bernardo, do Vasco, na Vila do João, no Complexo da Maré, confirmou que sua filha já teve um caso com o traficante Marcelo Santos das Dores, o Menor P. De acordo com Aquiles de Abreu Rodrigues, de 56 anos, Bernardo "destruiu sua família" ao mentir que tinha saído com a jovem. A afirmação teria provocado a ira do traficante, que espancou o jogador e atirou contra Dayana com a ajuda de comparsas.

"É um jogador safado, minha filha não teve nada com esse cara. Isso eu posso te afirmar. Ele inventou essa fofoca e por isso a minha filha sofreu por causa disso. Uma injustiça, covardia", desabafou.

O delegado José Pedro Costa, titular da 21ª DP (Bonsucesso), intimou Bernardo e Wellington Silva, jogador do Fluminense, a prestarem depoimento na delegacia.

Dirigente do Vasco diz que Bernardo nega tortura: 'Isso não existitu'

Diretor-executivo do Vasco, Renê Simões negou nesta sexta-feira que o meia Bernardo tenha sido agredido e torturado por traficantes no Complexo da Maré, na Zona Norte. A informação foi confirmada pela polícia, mas, segundo o dirigente, o jogador rejeitou a versão. “Bernardo não foi espancado. Em nenhum momento isso foi relatado. Segundo o jogador, isso não existiu. Não existiu tortura”, disse Simões, em entrevista à Fox Sports.

Bernardo usou o Instagram de um amigo para provar que está bem. Na rede social, o craque agradeceu o carinho e preocupação dos fãs.

O delegado José Pedro Costa, titular da 21ª DP (Bonsucesso), intimou Bernardo Vieira e Wellington Silva, jogador do Fluminense, a prestarem depoimento na delegacia. Além dele, a irmã de Dayana Rodrigues, de 22 anos, atingida por sete tiros, também será chamada. Ela viu os traficantes levando as vítimas para serem agredidas e torturadas.

O delegado informou ainda que o traficante Marcelo Santos das Dores, o Menor P, vai ser investigado por mais um processo, o de tentativa de homicídio contra o jogador e a sua 'paquera'. Eles terão que explicar à polícia como ocorreu a suposta sessão de tortura, com direito a tiros, a que Bernardo e Dayana foram submetidos. De acordo com José Pedro, a mulher prestou depoimento quando ainda estava internada. Com medo, ela não voltou para casa após receber alta.

O jogador do Vasco teria sido sequestrado e agredido por traficantes no Complexo da Maré, na noite de domingo, após ser flagrado com Dayana Rodrigues. A jovem foi baleada sete vezes nas pernas e espancada dentro da Vila do João. Ela seria namorada de um traficante do Terceiro Comando Puro (TCP), facção que domina a venda de drogas na comunidade. Bernardo também foi espancado pelo bandido e seus comparsas — ele não levou tiros, mas foi torturado até com choques elétricos.

Dayana deu entrada no Hospital Santa Maria Madalena, na Ilha do Governador. Ela foi atingida por cinco tiros na perna e dois no pé esquerdo. O caso foi registrado na 37ª DP (Ilha), onde, segundo o RO de número 037-02705/2013, a vítima disse ter sido baleada na noite de domingo na Rua 14, dentro da Vila do João, sem especificar o motivo.

Como o Complexo da Maré faz parte da área de cobertura da 21ª DP (Bonsucesso), o caso foi encaminhado para esta distrital.

Dayana recebe alta de hospital

Bernardo estaria na favela acompanhado do lateral-direito Wellington Silva. Ele teria sido obrigado a assistir à sessão de espancamento do colega e da jovem, mas não foi agredido. A assessoria de imprensa de Wellington, contudo, afirmou que o último encontro do lateral com Bernardo ocorreu na semifinal da Taça Guanabara, entre Vasco e Fluminense, no dia 2 de março.

Rodrigo Caetano, diretor-executivo do Flu, disse que Wellington Silva comunicou o caso ao clube nesta quinta-feira. Ele garantiu que Tricolor prestará apoio ao atleta, que irá prestar depoimento à polícia. "Não posso falar muito, mas vamos acompanhar o caso", ressaltou. O jogador treinou nas Laranjeiras na manhã desta sexta-feira, mas não vai se pronunciar.

Após o atendimento inicial na Ilha, Dayana foi transferida na manhã de segunda-feira para o Hospital Souza Aguiar, no Centro. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, ela teve alta nesta quinta. Já Bernardo, segundo informes, não teria buscado socorro em nenhum hospital. Bernardo, de 22 anos, é pai de quatro filhos.



Fonte: O Dia online