Leonardo Gonçalves e Peralta comentam união de oposições contra Dinamite

Quarta-feira, 06/02/2013 - 08:48

A aprovação das contas de 2011 do Vasco veio como alívio para o presidente Roberto Dinamite na noite de segunda-feira, mas os reflexos do embate no Conselho Deliberativo ainda estão longe de terminar. A vitória apertada por 76 votos a 66 indica um clube dividido entre situação e oposição, o que ainda não tinha ocorrido na atual gestão. Trata-se do pior momento político da administração do ex-jogador desde 2008, quando assumiu o poder.

O panorama é preocupante para Dinamite. Para aprovar as contas, o presidente enfrentou a união de três correntes políticas do clube: o grupo liderado pelo candidato à presidência em 2011 Roberto Monteiro, a Cruzada Vascaína e o Casaca, movimento comandado pelo ex-mandatário Eurico Miranda. A diferença final de apenas dez votos aponta para um cenário novo para uma administração que teve maioria maciça no Conselho Deliberativo durante cinco anos.

Embora não exista um consenso absoluto entre as correntes que votaram pela rejeição do balanço apresentado pela situação, Dinamite pode esperar por problemas nas eleições de 2014. Se decidir tentar novo mandato, o presidente pode encarar a formação de uma frente ampla de oposição, integrada por lideranças políticas do clube, como Fernando Horta, Pedro Valente e Roberto Monteiro, além do movimento Cruzada Vascaína.

"Ainda estamos na fase embrionária dessa ideia, mas existem conversas no sentido de formarmos uma frente ampla de oposição à atual gestão nas eleições de 2014, apenas sem o Casaca (liderado por Eurico Miranda), grupo com o qual temos diferenças”, disse Leonardo Gonçalves, candidato em 2011 pelo movimento Cruzada Vascaína.

O embate envolvendo o balanço de 2011 não deve ter seu último capítulo com a reunião do Conselho. A tendência é que a oposição tente causar ainda mais prejuízos políticos à Dinamite, levando o caso até às últimas consequências, talvez até mesmo à Justiça. Os opositores criticam os valores que indevidamente teriam deixado de ser destinados ao Vasco nos contratos com a Torcedor Afinidade, empresa que gere o programa de sócios “O Vasco é meu”, e no acordo com a Penalty, fornecedora de material esportivo.

A fase dentro de campo também não tem ajudado. A asfixia financeira causada pela penhora de grande parte das receitas do clube tem dificultado o trabalho dos dirigentes do futebol vascaíno. O desmanche do elenco campeão da Copa do Brasil em 2011 e a desconfiança sobre o rendimento da equipe comandada por Gaúcho fazem com que a administração tenha sua imagem prejudicada e perca ainda mais força.

Diretoria diz não se preocupar com novo cenário

Procurado pelo UOL Esporte, o presidente Roberto Dinamite preferiu não se manifestar sobre a nova divisão política do Vasco. Enquanto isso, o vice presidente geral Antônio Peralta, homem de confiança do mandatário, disse que a diretoria não se preocupa com o cenário que se desenha.

“O Vasco está mais democrático, com uma oposição viva. Isso é algo positivo, não estamos preocupados com este cenário. O importante é que conseguimos aprovar o balanço”, disse Peralta. “Não houve votação contra desmandos, mas sobre erros em valores nas contas”, amenizou.

Fonte: UOL