Vascaíno Anderson Soares fabrica a cerveja 'Cruz de Malte' na Alemanha

Anderson Soares, vascaíno e ouvinte do programa CnR, mora na Alemanha, mas não deixa o seu Vasco de lado.

Abaixo matéria do jornal alemão Die Rheinpfalz (com a bandeira do Vasco ao fundo), e a tradução do próprio Anderson a seguir (que também nos mandou as imagens para a matéria).

A última foto foi tirada na recepção dele pela Confraria WBBBB (Worschtmarkt brauer bubenbieraten bartei) onde atualmente é o único estrangeiro.

Tradução

O jardim dos cervejeiros Anderson Soares dos Santos e Christian Kapfer em Hochspeyer (Renânia Palatinado) parece mais um laboratório: grãos, pós, instrumentos de medição e uma receita secreta pronta na mesa aguardando apenas para ser produzida.

Anderson, brasileiro de Niterói, tem um passatempo incomum, a produção de cervejas, e junto com Christian, (O irmão de sua namorada) produzem sua cerveja artesanal.

Após duas semanas da produção da sua Kellerpils , Anderson produz sua Altbier. Todo equipamento é meticulosamente limpo e sanitizado, assim como o ambiente.

Em seguida, Anderson encheu uma panela com água e mediu o pH, a acidez da água, com uma tira de papel especial. “O valor de pH”, diz ele, “tem que estar certo, uma vez que este é fundamental para a futura qualidade da cerveja . “. Depois disso diz a Christian para acender o fogo, onde a água é primeiramente aquecida a 40 graus. Quando a temperatura é atingida, eles logo despejam lentamente os diferentes tipos de maltes. A Improvisação e inventividade são características dos cervejeiros artesanais, Anderson, construiu seu próprio equipamento e Isso pode ser visto pelo instrumento que ele mesmo fez, trata-se de uma colher de madeira com um termômetro eletrônico adaptado e preso por alguns elásticos que permitem observar constantemente a temperatura do mosto. Uma nuvem de fragrância doce encontra-se sobre a panela, mas gosto da mistura quente não é nem de longe parecido com cerveja. Anderson mede constantemente a concentração dos açúcares com um instrumento especial chamado densímetro “Este processo”, explica ele, é repetido várias vezes. Em seguida todo o malte é separado do líquido num processo em que mais água é adicionada para remover os açúcares ainda presentes nos grãos. Agora, o mosto, a “alma da cerveja”, é levado a fervura e são adicionados os diferentes lúpulos. Depois que o mosto é resfriado, diz Anderson, “nós adicionamos o fermento”.

Então se inicia o processo de fermentação o qual para essa cerveja dura cerca de 11 dias. A cerveja então é maturada por alguns dias e finalmente então, é engarrafada e armazenada novamente entre sete e dez dias, no escuro em temperatura ambiente. Depois de todo esse longo processo é hora de convidar os amigos e, então um brinde “Saúde”. A já pronta Kellerpils, um pouco turva como o âmbar exala um odor floral e um sabor encorpado. Na garrafa, há uma Cruz de Malta, a mesma utilizada pelo Clube de futebol brasileiro “Vasco da Gama”, o clube do coração de Anderson, e a inscrição “Malzkreuz – Kellerpils Naturtrüb” Gebraut nach dem deutschen Reinheitsgebot von 1516 ” (Malzkreutz – Cruz de Malte Feita de acordo com a lei da pureza alemã de 1516) Sua paixão pela cerveja é tão grande que ele levanta várias vezes a noite para observar a temperatura da fermentação.

Anderson, foi um administrador de redes de computadores. Durante os seus estudos no Rio de Janeiro, ele participou de um curso de produção de cervejas artesanais. Desde então, resolveu levar as coisas mais a sério, lendo muita literatura sobre a área. Ele chegou a estagiar em uma cervejaria no norte da Alemanha a Kieler Brauerei. e sempre busca expandir seus conhecimentos, a fim de um dia dedicar-se totalmente a produção de cervejas.