Marin defende calendário puxado e continuidade dos estaduais

Quarta-feira, 09/01/2013 - 21:42

O grande número de jogos disputados anualmente pelo maiores times do Brasil é motivo de reclamação dos treinadores, preocupados com a condição física dos seus atletas, mas para o presidente da entidade que rege o futebol nacional, a CBF, José Maria Marin, o calendário puxado não é um problema.

“Temos que conviver com essa realidade, é a realidade que temos. Não podemos nos basear no calendário de outros países, como os da Europa. Não vou criar nem alimentar falsas ilusões de que vamos mexer no calendário”, disse em evento nesta quarta-feira, em São Paulo, Marin.

Aliado do cartola, o presidente da Federação Paulista, Marco Polo Del Nero, vai além. “Eu se fosse treinador ou presidente de clube determinaria que em toda competição o time teria que estar completo.”

Se decidisse seguir a ideia de Del Nero, o Corinthians, clube mais vitorioso do Brasil em 2012, poderia usar seus titulares em até 87 jogos neste ano, supondo que o time chegue à fase final de todos os torneios que pode disputar - Paulista, Libertadores, Copa do Brasil, Brasileiro, Recopa e Mundial. De qualquer forma, o Alvinegro já terá que fazer pelo menos 67 partidas em 2012.

A favor do Estadual

Um dos vilões dos técnicos nacionais é o campeonato estadual. O mesmo Corinthians usará uma equipe B no início do Paulistão depois de ter jogado até o meio de dezembro devido ao Mundial de clubes. Os titulares de Tite só voltam aos treinos em 14 de janeiro, seis dias antes da estreia na competição, contra o Paulista, em Jundiaí.

Os principais jogadores da equipe de Parque São Jorge e de Palmeiras, São Paulo, Fluminense, Grêmio e Atlético-MG, aliás, devem ser poupados não só no começo como de boa parte das cada vez mais longas primeiras fases dos estaduais, já que os seis clubes estarão concentrados na disputa da Libertadores.

Ainda assim, os campeonatos regionais também são defendidos por Marin. “Cada campeonato estadual tem sua história, sua tradição e sua importância. Eles têm que ser preservados e prestigiados. Além disso, a grandeza do Brasil tem que ser levada em conta. Dentro do nosso país cabem quase 83% dos países da Europa. É a integração do Brasil de ponta a ponta, a geração de muitos empregos e também a criação de novos craques.”

Del Nero defende os estaduais afirmando que é preciso lembrar também dos times pequenos, que dependem justamente dessas competições, quando têm a oportunidade de enfrentar os grandes. “O torcedor se diverte mais com uma partida Corinthians x São Paulo ou Corinthians x Flamengo? Prefere muito mais um Corinthians x São Paulo”, acrescenta.

“No Brasileiro, ao meu ver tão importante quanto o Paulista, os times também jogaram com equipes mistas. São momentos que os clubes vivem. O Santos, por exemplo, não foi campeão do mundo e culpou o calendário. O Corinthians foi campeão do mundo com o mesmo calendário”, encerra o cartola paulista.

Fonte: ESPN.com.br