Saiba como foi o julgamento de Juninho e do Vasco no STJD

Sexta-feira, 19/10/2012 - 18:23

18:09
Resultado do Julgamento: Por maioria de votos, absolvidos os atletas Juninho Pernambucano, do Vasco, e o atleta Ricardo Berna, do Fluminense, incursos nos arts. 2.3 e 2.5 do Código Mundial Antidoping, c/c arts. 2.4 e 4.2.3 do Regulamento de Controle de Dopagem da CBF – 2012, e advertidos no art. 258 do CBJD, na forma do art. 183 do CBJD; Multados em R$ 3 mil clube o Vasco da Gama e Fluminense,por infração ao art. 191, I e III, c/c o Decreto nº 6653 de 18 de novembro de 2009 e o art.4.2.3

18:05
A praxe tem que acabar, a burla tem que acabar. Tem que haver sim a fiscalização. Com relação aos clubes, entendo que eles cometeram infração. Quem noticiou que eles burlaram, agora noticiem que eles não fizeram isso. Vamos fechar o cerco contra a dopagem para que jogadores corretos possam julgar. jamais eu me sentiria a vontade em suspender, em punir um atleta como você. Vocês não estão suspensos, podem julgar o próximo jogo eespero que não estejam mais aqui por eset motivo. Voto por advertir no 258, acompanhando integralmente o relator e com relação aos clubes, condeno em R$ 10 mil, afirma Paulo Bracks.

18:04
O presidente destaca a importância de se acompanhar e entender o STJD. Para Paulo Bracks, vários sentimentos que afloraram aqui hoje podem ser devido a informações errôneas dvivulgadas pela imprensa. "Não houve doping. Nós jugamos o que vem aqui. Não trabalhamos previamente, mas toda e qualquer infração disciplinar, devem ser julgadas pelo STJD. Este é o papel do tribunal. Os atletas estão sendo julgados por infração".

18:00
O auditor Lucas Rocha absolve os atletas das denúncias no Código Mundial Antidopping e do CBJD e acompanha a multa aos clubes em R$ 3 mil.

17:58
Em seguida, o relator vota por absolver o atleta Juninho Pernambucano, do Vasco, em um dos casos, e advertí-lo em outro, assim como multar o Vasco também em R$ 3 mil, nos mesmos termos da denúncia a Ricardo Berna e ao Fluminense.

17:55
Com a palavra o relator Wanderley Godoy, que primeiro explica seu voto e afirma que em nenhum momento foi levantada a possibilidade do atleta estar dopado. Em seguida, vota no sentido de absolver o goleiro Ricardo Berna, do Fluminense, incurso nos artigos. 2.3 e 2.5 do Código Mundial Antidoping, c/c artigos 2.4 e 4.2.3 do Regulamento de Controle de Dopagem da CBF – 2012, e advertí-lo no artigo 258 do CBJD, na forma do artigo 183 do CBJD; multar em R$ 3 mil o Fluminense, por infração ao artigo 191, I e III, c/c o Decreto nº 6653 de 18 de novembro de 2009 e o artigo 4.2.3 do Regulamento de Controle de Dopagem da CBF.

17:48
Ou seja, o membro da comissão não poderia perder o atleta de vista. Sua imagem foi maculada de uma forma que não tem retorno. A única coisa que a defesa pede é a absolvição do atleta e do Clube de Regatas Vasco da Gama, finalizou.

17:45
Essa irresponsabilidade do procurador trouxe ao meu atleta o desprazer de estar estampado nos principais jornais do mundo como doping". Um jornal frances diz que Juninho faltou ao exame de doping. Ninguém quer saber se ele só passou pelo vestiário. O regulamento da FIFA diz que todos os jogadores poderão ser submetidos a exames de doping fora da competição. Se o legislador fez a previsão que o atleta pode ser notificado com até 24h , que diferença faz 15 minutos?", indaga Luciana.

17:38
Logo após, a advogada Luciana Lopes defende Juninho Pernambucano e o clube Vasco da Gama: " Nunca vim tão insatisfeita para um julgamento como desta vez ao tribunal. Acho que isso é um marco não só no futebol brasileiro. Estou aqui fazendo a defesa não só do meu ídolo, mas de uma nação. Os jornais de todo o mundo noticiaram a vinda do Juninho neste tribunal. Não existe nenhum dispositivo legal que preveja que essa passagem pelo vestiário caracterize que o Juninho, aqui presente, tentou adulterar o exame antidoping. Por conta do desejo de denunciar, o procurador vendou os olhos, esqueceu a técnica e até a norma".

17:33
Com relação ao Berna, não tenho como pedir outra coisa que não a absolvição. Com relação ao Fluminense, respeito, mas nesse caso vou discordar. As palestras sobre doping existem, os atletas sabem. Nesse caso específico de vestiário, é normal no corre-corre e os atletas sempre fazem. Acho que o clube merece uma chance, pois a norma toda mudou, a regra mudou. Entendo desta forma, que o clube não merece ser punido. Neste sentido, peço a absolvição do Fluminense, no mínimo, ou uma simples advertência, encerrou Mário Bittencourt.

17:28
Por um erro na forma da Procuradoria, os denunciados estão sentados aqui com toda a imprensa. Vai ter sempre alguém de buteco que vai levantar que eles tentaram agir de forma errada e passar no vestiário. Isso sempre ocorreu, como foi dito por ambos os atletas. Acho sinceramente que nós estamos numa situação que, o máximo que poderia ter havido aqui, foi uma denúncia no CBJD, desde que após notificada a comissão o médico tivesse vindo aqui e dito que realmente ocorreu um erro, disse o advogado do Fluminense.

17:20
O advogado Mário Bittencourt defende o goleiro Berna e o Fluminense neste momento: "Aos 33 anos de idade, somente no Fluminense, Berna foi submetido a mais de 20 exames antidopings e nunca foi punido. O procurador fez uma denúncia de forma irresponsável. O Dr. Caio Medauar pediu os documentos. A coleta foi perfeita, mas sabe quem deveria estar sentado aqui? O fiscal que fez o exame. Os atletas foram expostos. Vivemos em um mundo da internet e não há como dizer que daqui a 20 anos, se for jogado ´Juninho´ e ´doping´ na internet não vá aparecer isso aqui. O Berna foi notificado às 17h57, às 18h ele já estava dentro da sala de coleta. O Beira Rio está em obras e o atleta foi tentar pegar a bolsa para não correr risco de ter a bolsa trancada no vestiário", disse Bittencourt, que em seguida leu diversos exames que mostram a hora de notificação e de entrada para a coleta.

17:18
O procurador acrescenta: "Ninguém pode alegar desconhecimento da lei. Atletas devem cooperar pela busca da verdade com relação à coleta do material. Se houve culpa ou não, a Procuradoria não está afirmando isso. Mas ficou claro que o clube deveria ter avisado e não foi feito. Deve haver um controle maior nos dopings e essas situações não podem ocorrer mais no país que vai sediar a Copa do Mundo. Os clubes foram coniventes. Desta forma, a Procuradoria reitera as denúncias".

17:12
Passadas as fases de depoimentos, o procurador Rodrigo Raposo tem a palavra: "Vou externar diretamente a questão do Juninho. Como você (Juninho) mesmo disse, é um representante no Brasil e, em momento algum, a gente está duvidando da honestidade do ´atleta´ Juninho e da ´pessoa´ Juninho, um pouco ídolo de todos nós aqui. Em momento algum o clube teve o carinho de ´perder´ 10 minutos para explicar as regras, como deve proceder, as informações básicas. Isso veio à tona agora, mas o atleta muitas das vezes está totalmente desamparado. O atleta é um patrimônio do clube e precisa ser tratado com carinho e respeito, e isso não ocorreu, como pudemos ver aqui. Com relação aos clubes, estão devidamente caracterizados nos autos e não vejo outra solução a não ser punir ambos pelo descumprimento (da lei). Quanto aos atletas, ambos foram avisados sobre a possibilidade de irem ao vestiário antes da coleta. Portanto, descumpriram uma norma. A penalidade imposta é prevista no artigo 2.4 e a recusa de se realizar um controle conforme as regras descritas no regulamento deve ser analisada como um caso positivo. O que está em discussão é apenas a consequência jurídica pelo descumprimento. Não estamos aqui dizendo que houve de fato a questão. A coleta foi feita, mas sem a observância da regra. Pena é drástica, mas a pena está descrita no regulamento".

17:02
Sobre o formulário assinado pelos atletas, o médico afirma que é padrão, sempre o mesmo formulário. "Sim, é padrão. Normalmente os exames são coletados de forma correta. Quando a urina está muito diluída, a gente solicita nova coleta. Anabolizantes podem ser passados em caso de urina diluida, mas no Brasil não houve (esses casos)", acrescenta o médico Bruno Gomes da Fonseca.

16:54
Nós temos que seguir o que a Fifa diz. A primeira urina é sempre mais importante, por ser mais concentrada. A seguinte é sempre mais diluida. Nós sabemos que existem susbstâncias que são quantitativas, explicou Dr. Bruno.

16:51
Indagado sobre o objetivo de fazer o atleta ir direto para a sala de coleta, o médico explica. "Tenho conhecimento de (casos) que o atleta usa uma sonda, tira a urina dele e, quando vai para o exame, vai com a urina limpa e não a dele. Normalmente, após o sorteio, quando acaba o jogo, tem uma escolta para cada equipe e eles são orientados. Os atletas deveriam ir direto do campo para a dopagem e não foram. Há algumas execeções, quando se vai à entrevista, à premiação do campeonato. Não posso afirmar (nestes dois casos) pois não estava lá, não fui eu quem fiz o ofício. Normalmente no futebol é orientado a acompanhar sempre o atleta em todos os lugares. O certo é não ir no vestiário. Os membros do doping não entram no vestiário, eles são orientados a apenas relatar", disse o médico da CBF.

16:48
Logo após, o médido da CBF é convidado a dar esclarecimentos sobre o doping no Brasil.

16:45
Indagado pela advogada do clube sobre como sua família recebeu a notícia, Juninho se emocionou: "Foi duro, por jogar 20 anos e ter o nome manchado por algo que você não cometeu. No início fiquei preocupado, pois faço medicina ortomolecular e pensei que poderia ter usado algo que tivesse me prejudicado. Se fose por isso, pensei em assumir e tentar entender. Num primeiro momento fiquei preocupado, e no segundo momento acordei de manhã com mensagens da família e de franceses. Foi uma decepção ter que explicar para todo mundo ainda hoje e dizer o que aconteceu. Pra mim foi duro e espero que, se voltar algum dia aqui (no STJD), que seja por algo menos grave e espero ajudar", concluiu.

16:42
Primeiro, eu já me sinto punido. Estou punido moralmente. Sou um exemplo de jogador, um representante do futebol brasileiro. Ser acusado de ter burlado (a lei) é um absurdo para mim. Na França, no campeonato nacional, não tem controle. Então, quando tem competição na Champions League acabava que tinham alguns sorteados. É muito difícil urinar perto de alguém. A gente sempre procura uma torneira, um chuveiro para auxiliar. São 90 ml que devem ser colhidos e o membro do doping acompanha e olha você urinando, acrescentou Juninho Pernambucano.

16:38
O relator Wanderley Godoy pergunta ao denunciado se ele foi informado que deveria ir direto à sala de coleta: "Quando acabou o jogo fui informado que tinha sido sorteado. Disse então que iria pegar minha bolsa e iria em seguida. Muito difícil burlar um exame antidoping. Hoje me sinto decepcionado em vir aqui falar na frente de vocês sobre uma possibilide de burlar o exame. A comissão de dopagem disse que eu teria que ir direto, mas informei que iria pegar minha bolsa e voltava. Tomei banho e depois fui fazer a coleta. Devo ter feito no mínimo 30 exames de doping, inclusive urinei antes porque esqueci. Não quer dizer que a primeira urina vai ser descartada. Se o atleta tiver usado algo, vai aparecer na urina seguinte. Já cheguei a sair 3h da manhã de um estádio por ter esquecido de urinar. Fui no vestiário, cumprimentei os atletas, tirei minha camisa, tomei meu banho, e o vestiário era próximo do local de coleta. Na minha cabeça durou cerca de 10 minutos", explicou Juninho.

16:35
Encerrado o depoimento de Berna, o presidente convida Juninho Pernambucano para prestar depoimento.

16:33
Sempre somos comunicados pelo membro de nossa equipe ou por um membro de dopagem, disse o goleiro do Fluminense com relação a como são informados sobre o sorteio de doping.

16:31
Indagado desde quando está no clube, Berna disse que desde 2005 veste a camisa do Fluminense e que não havia sido orientado sobre a coleta. "Normalmente, no Engenhão, os agentes de antidopagem são mais conhecidos e nos acompanham na maior parte do tempo".

16:29
Após a discussão, questionei o motivo da abordagem. Uma pessoa que presenciou a discussão, o roupeiro, trouxe minha mala e nem cheguei a entrar no vestiário. A discussão foi na porta do vestiário e nem cheguei a entrar. O zagueiro Gum (outro sorteado do Fluminense para realizar o exame), como estava atuando, demorou para chegar na sala de doping e não tenho a informação se ele passou no vestiário antes, declarou Berna.

16:26
Esse ano várias vezes, mas não me lembro exatamente números. De habitual, normalmente quando jogamos uma partida em casa na nossa cidade, somos avisadoem campo que iremos fazer o doping. É prática comum passar primeiro no vestiário para pegar nossa bagagem tomar banho e assim que concluir o exame, deixar o estádio. Prática comum, as vezes os roupeiros ficam com a mala na porta no vestiário para adiantar. No jogo no Beira Rio, nós tinhamos um voo próximo ao fim da partida e eu estava próximo ao vestiário, me adiantei para pegar meus pertences e fui barrado por um pessoa do controle de anti-dopagem. Quando fiquei sabendo que tinha sido intimado, fiquei surpreso. Até pelo hábito de ter sido sorteado várias vezes, havia o entendimento que eu já estava ciente dos procedimentos. Nunca imagiva que tomaria todas essas proporções, afirmou Berna

16:23
Relatórios lidos, o presidente convida o goleiro Berna para dar seu depoimento.

16:22
Entenda o caso:

Juninho Pernambucano foi sorteado para fazer o exame antidoping após a partida entre Ponte Preta e Vasco, realizada no dia 23 de setembro, no estádio Moisés Lucarelli. O meia foi informado de que deveria se dirigir direto à sala de coleta após o fim do jogo, mas isso não ocorreu. De acordo com a Coordenação Local de Controle de Dopagem da partida, o atleta foi para o vestiário primeiro.

Juninho teria infringido dois artigos do Código Mundial de Dopagem: 2.3 (recusar-se ou não apresentar uma justificativa válida a submeter-se a coleta de amostra após notificado de acordo com as regras antidoping) e 2.5 (adulteração ou tentativa de alteração de qualquer componente de controle), combinados com artigos do Regulamento de Controle de Dopagem da CBF/2012.

A punição varia de advertência a dois anos de suspensão. Além disso, o Reizinho da Colina também responderá ao artigo 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), por “assumir qualquer conduta contrária à ética desportiva”, que prevê suspensão de até seis partidas. A denúncia é combinada com o artigo 183 do CBJD, onde as possíveis penas não são cumulativas, prevalecendo a maior.

O Vasco, por “deixar de cumprir a obrigação legal e o regulamento, geral ou especial, da competição”, será julgado com base no artigo 191, incisos I e III do CBJD. A punição é de multa entre R$ 100 e R$ 100 mil.

16:20
Em seguida o relator fará a leitura do relatório do processo do Juninho Pernambucano, do Vasco da Gama.

16:15
Entenda o caso:

Berna foi sorteado para fazer o exame no dia 9 de setembro, quando o Fluminense venceu o Internacional, no Beira-Rio, e manteve-se na liderança do Brasileirão. De acordo com a Coordenação Local de Controle de Dopagem da partida, o goleiro reserva não se encaminhou direto à sala de coleta ao fim do jogo, passando pelo vestiário antes.

Assim, ele teria infringido os artigos 2.3 (recusar-se ou não apresentar uma justificativa válida a submeter-se a coleta de amostra após notificado de acordo com as regras antidoping) e 2.5 (adulteração ou tentativa de alteração de qualquer componente de controle) do Código Mundial Antidoping, combinado com artigos do Regulamento de Controle de Dopagem da CBF/2012.

A pena para este caso é de dois anos de suspensão para o atleta. Além disso, Berna também foi denunciado com base no artigo 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), acusado de “assumir qualquer conduta contrária à ética desportiva”, que prevê suspensão de até seis partidas. A denúncia é combinada ao artigo 183 do CBJD, onde as possíveis penas não são cumulativas, prevalecendo a maior.

O Fluminense, por “deixar de cumprir a obrigação legal e o regulamento, geral ou especial, da competição”, será julgado com base no artigo 191, incisos I e III, do CBJD. A punição é de multa entre R$ 100 e R$ 100 mil.

16:13
Com a palavra o relator Wanderley Godoy para leitura do relatório do processo do goleiro Berna, do Fluminense.

16:10
Antes da leitura do relatório, o advogado do Fluminense, Mário Bittencourt, entrega documentos e laudos de exames realizados pelo goleiro Berna no clube até o momento e pede autorização para que sejam ouvidos os atletas e aprsentados as provas do atleta do Fluminense e fo atleta Juninho, Vasco da Gama. O presidente aceita a solicitação.

Fonte: Site Justiça Desportiva