Basquete: Entrevista com o ex-jogador e ex-diretor do Vasco Fernando Lima

Quinta-feira, 21/06/2012 - 07:10

Em recente jogo pelo carioca adulto encontro Fernando Lima, ex jogador de basquete de nosso clube, foi diretor por muitos anos e grande Benemérito do nosso clube. Foi tambem vice presidente da Federação de Basquete do Estado. Em um bate papo descontraído ele nos concedeu a entrevista abaixo:

- Fernando nosso blog e acessado por muitos jovens que não conheceram sua trajetória como jogador e posteriormente como dirigente de nosso clube. Por favor um breve relato da sua historia dentro do Vasco?

Comecei como jogador em 1972 (categoria infanto juvenil) até inicio de 1978 (categoria principal) parei de jogar em razão de uma contusão no ombro foi quando o Vice presidente do clube (Raul Barbosa Fonseca) nomeou-me diretor de basquete junto com o falecido Jose Luiz Velho parceria que conquistou inúmeros títulos para nosso clube.

- Falando em títulos quais os mais marcantes?

Como jogador sem duvida o de 1976, nosso time era considerado a quarta força na categoria principal (adulto) o time era Bira – Manteiga – Luisinho-Boleta – Brasilia no banco Marvio, Celso, Iran, eu e Miguel Ângelo (na epoca ainda era infanto juvenil). Como diretor foram todos , porem destaco o Brasileiro de 2000 em final (3 x 1) contra nosso maior rival que tinha Oscar e cia em seu time. Foi uma alegria incrível para nossos torcedores que invadiram quadra, vestiário algo que so tinha presenciado nas conquistas do futebol. Outro título que destaco foi o Sul Americano de 1999 contra o Boca Juniors (2x0 em jogos) último jogo na Argentina onde após conquistarmos o titulo puxamos um CASACA dentro da quadra do Boca Jrs. Este titulo nos colocou no cenário internacional do basquete que culminou na histórica final no campeonato mundial contra o Spurs (time da NBA).

- E o momento atual do basquete vascaíno?

Depois de responder as duas perguntas anteriores e muito triste falar do presente. Sinceramente no começo desta administração apesar de saber que o presidente Roberto nunca gostou de Basquete eu mantinha esperanças que Luso Soares da Costa que participou comigo de inúmeras conquistas no basquete, pudesse ter força política para tocar o basquete, uma vez que la ate hoje estão pessoas da maior competência técnica e que durante uma vida aprenderam como fazer; porém o que se tem noticia e a total indiferença não só com o basquete mas com outros esportes, veja a situação atual do remo. E preciso vontade para se trabalhar com esporte olímpico em nosso pais, quando não se tem dinheiro temos que usar a criatividade e a ajuda de abnegados para se manter uma boa base. Um exemplo cristalino e o ano de 2005 quando chegamos a semi final contra nosso maior rival perdemos de 1x2 jogos, contra um time recheado de medalhões do basquete e perdemos ganhando o primeiro jogo, perdendo a segunda partida na prorrogação e a terceira partida no Municipal Clube nossa torcida foi expulsa do ginásio pelo GEPE. Manter uma boa base e fundamental pois quando se consegue patrocínio não precisamos contratar 12 jogadores e sim seis ou sete no máximo, citarei alguns jogadores que colhemos da base e junto com outros vindo de outros clubes se destacaram em nossas conquistas: Manteiguinha, Diego, Jéferson, Alex, Nenê, Alexandre, Álvaro, Tcheimann, Audrey, Vagner. Esta lista e longa. Enfim sai em 30/06/2008 e para não cometer nenhuma injustiça peco a você que hoje esta mais familiarizado com o basquete do nosso clube me citar alguma melhoria nesses 4 anos. (Nota do autor neste momento concordo na afirmação e acrescento que nossa estrutura piorou sem quadra, sem uma escolinha decente, sem horários de treinos para todas as categorias, sem um diretor presente etc…)

- No começo do ano apareceu uma esperança que o Vasco faria uma parceria com Alberto Bial . Você sabe como anda esta tentativa?

Encontrei recentemente Bial no Leblon e ficamos um bom tempo recordando nossas vitórias no Vasco (Campeão 1977 – Campeão dos campeões Sul Americano em 1998 primeiro titulo internacional do basquete Vascaíno) e ele me falou abertamente que o projeto após inúmeras reuniões ficou com o departamento jurídico do clube e que agora mesmo que o Vasco queira e tarde, pois ele esta em adiantadas tratativas com clube do Ceara. Como eu falei antes, e preciso ter muita vontade política e representatividade interna no clube e externa no mundo basqueteiro para se firmar parcerias e isto se conquista com AMOR , trabalho e dando a cara para bater e apanhar. Simplificando muita pratica e pouca teoria.

- E os talentos que vocês revelaram .Sendo o mais conheciod o Nenê hoje atleta da NBA. Como foi este processo de revelações de atletas?

Tive a humildade e vontade aprender com Flor Melendez (conhecido no meio do basquete como Number One). Tínhamos um time valioso, que tinha sido campeão de tudo e nossos jogadores estavam recebendo inúmeras propostas de centros com maior investimento (Europa , Estados Unidos ) e ele falava “Fernando precisamos ter substitutos, pois os nossos estão ficando caros e alguns vão sair “. Fui a luta, mandava Carlos Duro, Marcio Andrade (bronquinha) e Cristiano (ainda no clube) para TODOS os campeonatos de base do Brasil e tinha um relatório minucioso de todos os jogadores que se destacavam. Mas esses jogadores jovens tinham receio de jogar no Vasco pois ficariam pouco tempo na quadra.

Nesta época nosso maior rival estava com o projeto Oscar (foram vices) e o Barueri de São Paulo, apesar de ter sido campeão iria acabar e tinha vaga assegurada para a Liga Sul Americana, eu tive a ideia de criar uma FILIAL Vasco em São Paulo (VASCO /Barueri ) e coloquei estes jovens jogando Campeonato paulista, brasileiro e sul americana sendo dirigido pelo Number One (Flor), no Rio contratamos Helio Rubens. Deste projeto Vasco/Barueri surgiram craques do basquetebol que destaco NENE e Jéferson Sobral.

- O último campeonato Carioca disputado foi quando você trouxe o time de Brasília para jogar pelo Vasco. Como você conseguiu? A base deste time acaba de conquistar o tri campeonato brasileiro.

Estava na federação a pedido do amigo Álvaro (Presidente) pois a federação não era mais dos clubes e sim visava os interesses dos profissionais que trabalhavam no basquete. Após vencermos as eleições focamos nos clubes, que estavam desanimados sem aquela rivalidade sadia, o tesão que da em fazer times para a categoria principal. Foi quando fui procurado pelo Senador e dono do time de Brasília o Welington Salgado, que jogou comigo no Vasco em 1974/75.

Querendo participar do campeonato do Rio em um time de camisa e jogan go no Caio Martins. Eu estava licenciado do Vasco, no meu lugar estava o grande amigo e vascaíno Paulo Reis (também vice jurídico do Vasco) que com grande maestria fechou o patrocínio para desespero dos rivais. Como você destacou foi o ultimo com bom publico e final no Maracanazinho.

- Fernando escala o seu Dream Team Vascaíno?

Escalarei alguns dream teams:

- Barone – Peixotinho – Bira – Demetrius – Helinho

- Paulista – Felinto – Luisinho – Manteiga – Charles Byrd

- Sergio Macarrão – Hugo Cabrera – Munoz – Alexey – Rogério

- Sartori – Boleta – Luis Brasília – Carlão – Mingao

- Evaristo Perez – Vargas – Sandro Varejão – Aguirre – Nenê

Qual o técnico que você colocaria para esses craques?

Flor Melendez

- Qual um sexto jogador?

Como vascaíno, jogador, dirigente, amigo e Benemérito do clube Leonardo Paulo Farias

- Um dirigente na historia do basquete do Vasco?

Sem duvida nenhuma por tudo que fez: Jose Luis Velho.

- E o futuro Fernando, você ainda deseja participar de cargos no Vasco?

Foram 36 anos de sacrifícios pessoais, longe da família colocando o Vasco em primeiro lugar em tudo. Agora estou aposentado não pretendo participar de nenhum cargo administrativo. Nunca me furtarei se procurado em colaborar com o Vasco com experiência e conhecimentos adquiridos.

- Hoje nosso clube esta dividido em grupos políticos, você apóia algum?

Apoiarei sempre o movimento que respeite as TRADIÇÕES do nosso clube e que siga a filosofia de VASCO criada e executada por Cyro Aranha e mais recentemente por Eurico Miranda.

Fonte: Blog Cesta Vascaína