Clubes do Rio querem limitar meia-entrada para aumentar receitas com bilheteria

Segunda-feira, 04/06/2012 - 18:18

Lançado nesta segunda-feira, no Maracanã, o movimento “Cariocas” idealiza o diálogo entre os quatro principais clubes do Rio de Janeiro para buscar receitas adicionais e ações comerciais de fortalecimento das marcas. Reduzir o prejuízo com as bilheterias dos jogos é uma meta que recebe atenção especial dos dirigentes. Limitar o número de ingressos de meia-entrada pode acarretar em um acréscimo importante de receita no entendimento de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco.

Maurício Assumpção, Patricia Amorim, Peter Siemsen e Roberto Dinamite estão convictos de que os clubes cariocas vivem impactados pela atual legislação estadual, que não limita o número de meias para os eventos esportivos. Desta forma, o último Campeonato Brasileiro apresentou 37% de ingressos vendidos com o benefício em questão. Como os valores compõem o resultado financeiro das partidas, refletem diretamente na arrecadação.

Em determinadas praças existem cotas e limites relativos ao benefício de meia-entrada. Alguns clubes do Brasil conseguem obter médias inferiores a 10%. Em um estudo realizado pelo quarteto carioca, uma redução de 37% para 25% do total da renda já representaria um acréscimo de mais de R$ 3 milhões apenas com bilheteria no Campeonato Brasileiro de 2011. Por isso, a necessidade emergencial de discutir o problema.

Mandatário do Botafogo, Maurício Assumpção, atuou como porta voz dos clubes na questão. Responsável pela administração do Engenhão, principal palco do futebol carioca no momento, Assumpção abordou o preço dos ingressos e soluções que podem ser encontradas para o incômodo impasse.

“O valor de um ingresso passa pela diretoria de cada clube e característica de sua torcida. Mas basta pegar o quadro de gastos que qualquer um entende o quanto custa para a realização de uma partida de futebol. São descontos diferentes para cada competição. Não tem nada barato em fazer um jogo de futebol. Às vezes, as torcidas reclamam do preço dos ingressos, mas isso é uma coisa muito individual. Questões comerciais interferem nos valores, o número ilimitado de meia-entrada. Para os espetáculos voltarem a ter preços populares será preciso uma readequação. Isso é uma das nossas principais discussões no momento”, comentou.

Além da questão das bilheterias, algumas ações já foram estruturadas. Uma comissão conjunta de licenciamento de marca foi criada para auxiliar no projeto e pode espalhar quiosques para a venda de produtos em cidades estratégicas no Brasil. Um dos objetivos é combater a pirataria.

Para tentar ao mínimo reduzir os problemas do dia a dia, os clubes passam a se reunir periodicamente para dar sequência ao trabalho. O movimento “Cariocas” será operacionalizado pelas diretorias executivas e departamentos de marketing. Não se tratando de um órgão independente com CNPJ, sede ou diretoria própria, não é considerado conflitante com as estruturas de comando do futebol brasileiro. Da mesma forma que qualquer clube pode deixá-lo se assim desejar em algum momento.

Fonte: UOL