Promotora fala sobre condições das categorias de base dos clubes

Quinta-feira, 19/04/2012 - 14:12

O Ministério Público do Rio de Janeiro confirmou, na última quarta-feira, o indiciamento do Vasco em função de diversas inadequações detectadas em suas categorias de base. Após quase um ano de investigação, o órgão decidiu fechar o centro de treinamento de Itaguaí, onde morreu o jovem Wendel Silva em fevereiro e impôs ao clube uma série de exigências para melhorar instalações, transporte e alimentação oferecidos aos jovens atletas que acolhe.

A promotora Ana Cristina Macedo criticou duramente o tratamento dado pelas agremiações aos adolescentes que sonham com uma carreira profissional no futebol.

- A mentalidade dos clubes é a seguinte: "Nós estamos fazendo um favor aos adolescentes, então nós podemos fazer o que nós quisermos com esses adolescentes". É uma mentalidade futebolística que não serve para a infância. Se o clube aceita que aquele adolescente esteja ali, ele vai ter que proporcionar a ele tudo o que ele teria em sua casa. Eles (clubes) têm muita dificuldade em entender isso - disse no "SporTV News".

Ana Cristina Macedo ainda ressaltou o papel dos pais dos atletas que ingressam em categorias de base. Segundo a promotora, nem todos estão cientes da forma como os filhos são tratados.

- Por outro lado, também tem a resistência dos pais. Eu tive que abordar uma mãe em uma das inspeções, pedi para conversar com ela, expliquei qual era o papel do MP, que nós éramos promotores da infância e adolescência, que estávamos ali para exigir a segurança daquele espaço. Essa mãe se recusou a falar comigo e arrancou com o carro e me deixou na poeira do CT.

O Vasco, caso descumpra o determinado pelo MP, corre o risco de pagar multas de R$ 30 mil. A escola Vasco da Gama, que funciona dentro de São Januário, também está na mira da Justiça. A investigação do Ministério Público, inclusive, já se estende a Flamengo, Fluminense e Botafogo. No Rubro-Negro, foram detectados problemas no Ninho do Urubu.



Fonte: Sportv.com