Em entrevista, Eduardo Machado fala sobre o marketing do Vasco

Quarta-feira, 11/04/2012 - 22:55

O Vasco hoje tem um novo vice-presidente de marketing. Trata-se de Eduardo Machado, administrador de empresa e pós-graduado e marketing. Machado, que é conselheiro do clube, assume a pasta no lugar do publicitário Fábio Fernandes, que deixou o clube por compromissos profissionais após a reeleição de Roberto Dinamite. Eduardo Machado foi indicado por Olavo Monteiro de Carvalho, presidente da assembleia-geral do clube, com quem mantem vínculos na ACRJ, instituição comercial presidida por Olavo de 2006 a 2009.

O novo Vice-presidente terá pela frente o trabalho de gerir um departamento estruturado, porém carente de investimentos e profissionais, cuja função principal é atrair e negociar contratos de patrocínio, setor estratégico que o Vasco está encontrando dificuldade para administrar em 2012. Ciente dos problemas e dos objetivos que encontrará, Eduardo Machado concedeu uma entrevista exclusiva para o site Ao Vasco, tudo!, que vocês conferem agora.

Para apresentarmos você ao torcedor vascaíno, poderia falar um pouco sobre sua trajetória profissional?

Comecei a trabalhar com 18 anos numa pequena empresa de serviços de reparo em telecomunicações. Esse 1º. emprego foi fundamental em minha formação pois fiquei por lá 2 anos e pude fazer tudo que uma empresa necessita (comprar, vender, orçar, controlar estoque, auditar, entre outras inúmeras atividades). Vi também como é difícil crescer e construir uma marca forte e respeitada. Utilizo isso até hoje como base em tudo que estou envolvido. Em paralelo a isso, por influência do meu Pai, ingressei no associativismo voluntário, através da rede de associações comerciais, mais precisamente em um convênio da Associação Comercial e Industrial de Jacarepaguá com o Sebrae/RJ. No decorrer dos anos tornei-me empresário, mas sempre mantive-me ligado ao que chamo de “associativismo puro”, sempre não-remunerado. Em 1999 cheguei a Associação Comercial do Rio de Janeiro. Hoje continuo ligado à mesma e também à FACERJ que é a Federação do Estado, à CACB que é Confederação das Associações Comerciais do Brasil e a CONAJE. Mas minha trajetória é dentro do mundo empresarial, é nele que projeto e supero os desafios impostos em nosso país. Tenho participação em 2 empresas, uma de call/contact center e uma consultoria em gestão empresarial e projetos especiais.

O programa de sócios foi iniciado com uma meta audaciosa de conseguir a marca de 100 mil sócios. Hoje temos cerca de 14.500 sócios adimplentes, apesar do projeto, não temos nenhuma ação voltada para captação de novos sócios, o Vasco abandonou a meta dos 100 mil sócios? Se não, qual o plano para que o clube consiga atingir este objetivo?

Primeiramente cabe ressaltar que o programa de sócios é conduzido pela área de comunicações do CRVG. Tem como Vice-presidente o Dr. Antônio Peralta, uma das pessoas mais engajadas com o sucesso do CRVG e que certamente gostaria de estar com esses 100.000 sócios adimplentes ou muito mais. Importante ainda comentar que o CRVG em 2008 tinha cerca de 900 sócios adimplentes e em 3 anos atinge a marca de 14.500. Mas um dos trabalhos da área de marketing e o dimensionamento de metas o mais próximo possível da realidade, levando-se em consideração diversos fatores variáveis ou não. Por exemplo, demanda estimada para cada tipo de plano, orçamento disponível (que continua sendo um dos grandes de qualquer clube brasileiro), entre outras coisas. Já tive uma primeira conversa com o Dr. Peralta e estaremos colocando a área de marketing à disposição para ajudar no fortalecimento da entrada de sócios. Um dos nossos desafios será o de motivar novos entrantes, sem esquecer do trabalho constante de retenção de quem faz parte do programa. Mantê-los ativos custa muito menos do que conquistar novos sócios. Mas esse “fluxo” terá que ser melhor estudado para que os problemas passados sejam minimizados e passemos a atingir patamares bem maiores de acordo com a grandeza do clube. Essa será nossa contribuição inicial.

Com o mercado de patrocínios restrito, uma estratégia que os clubes estão adotando é a terceirização dos contratos para agências de publicidade, que procuram patrocinadores e ganham comissão. Diante das dificuldades que o Vasco está encontrando no mercado, essa estratégia não seria uma saída interessante? O que você tem a dizer sobre esse formato de negociação?

Todas as formas de captação serão avaliadas, desde que tragam consigo profissionalismo e parâmetros médios praticados pelo mercado nacional ou internacional. Quando terceirizamos qualquer coisa, com ou sem exclusividade, temos que compreender que um serviços deverá ser remunerado de maneira fixa (valor mensal por exemplo) ou variável (por êxito). O que posso dizer é que não há qualquer impedimento com formas de captação, desde que sejam sérias e respeitem o mercado. Agora, um ponto é fundamental, que a instituição CRVG esteja sempre valorizada em todos os contratos e fechamentos. Previsões para flexibilidade e ajustes periódicos sempre serão bem vindos também.

Ainda no campo dos Patrocínios, existe alguma negociação em andamento para os espaços disponíveis em nosso uniforme?

Sim. Mas nosso objetivo é abrirmos novas negociações para aumentarmos a chance de êxito. Sempre tentando direcionar para empresas sólidas, com visão de médio e longo prazos bem definidas em todas as etapas do processo de negociação.

Você acredita que o valor de mercado do Vasco vai ser menor hoje do que seria no inicio do ano, uma vez que na quinta-feira o Vasco encerra a sua participação na 1ª fase da libertadores?

Muitas vezes não é o que desejamos, mas o “timing” da negociação já não é o ideal. A maioria das grandes empresas tem orçamentos fechados com flexibilidade reduzida para novas inserções de porte. Esse é um desafio adicional, pois já estamos no 2. trimestre do ano. Mas a regra do jogo é essa, e apesar disso aumentar o desafio, tentaremos responder com mais trabalho correto, na esperança de obtermos resultados concretos e objetivos. O que posso dizer é que seguiremos adiante em busca de patrocínios sólidos de diversos portes. A prioridade será o futebol profissional, mas em paralelo, diversas outras necessidades em atividades ou setores serão mapeadas, visando oferta para empresas/instituições de diversos setores e portes.



Fonte: Ao Vasco, Tudo!