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Vasco foi o 5º clube que mais arrecadou com ingressos em 2011


Quarta-feira, 14/12/2011 - 19:37

Um dos maiores alvos de crítica no futebol brasileiro por parte dos torcedores, o preço dos ingressos se manteve estável na última temporada da Série A em relação a 2010. Os bilhetes tiveram aumento de 4%, número abaixo da inflação de 5,97% no acumulado do ano até agora, chegando à média de R$ 20,79 na Série A, segundo estudo da BDO RCS consultoria.

Essa foi a primeira vez desde 2005 que o preço dos ingressos não teve uma alta superior à inflação, usando como base o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Nesse período, enquanto a inflação acumulada ficou em 33,48%, o aumento no preço dos ingressos foi de 125%, pulando de R$ 9,23 para R$ 20,79.

Em 2006, o valor médio dos ingressos ficou em R$ 11,36, representando um aumento de 23% em relação ao ano anterior. A inflação foi de 3,14%. Em 2007, a entrada para um jogo do Brasileirão pulou para R$ 12,16 - o crescimento foi menor, de 7%, mas ainda assim acima do índice de inflação, de 4,46%.

De 2007 para 2008, o preço médio dos ingressos voltou a disparar, chegando a R$ 15,72 - um aumento de 29%, muito acima da inflação do ano, que foi de 5,90%. Em 2009 e 2010, o aumento no preço dos ingressos também bateu a inflação: 18% contra 4,31%, no primeiro ano, e 7,69% contra 5,91%, no segundo.

Uma das razões para o crescimento abaixo da inflação de 2010 para 2011 está no fechamento de grandes estádios para obras da Copa do Mundo de 2014, fazendo com que clubes procurassem outras casas e, para atrair público, tivessem que baixar ou manter o valor das entradas. Essa é a opinião de Amir Somoggi, diretor da área de consultoria esportiva da BDO RCS.

- Um dos exemplos é o Flamengo, que no Maracanã conseguia adotar uma prática de preços que não tem sido possível no Engenhão - destaca.

Segundo ele, o grande aumento no preço dos ingressos foi uma tendência em outros setores de entretenimento - como cinemas, teatros e shows.

- Esse aumento pode ser explicado, em parte, como uma forma de se proteger da meia-entrada - afirma, numa lembrança da lei que permite a estudantes pagarem metade do preço, diminuindo a arrecadação dos clubes na renda dos jogos.

De acordo com Amir Somoggi, é possível classificar o preço dos ingressos no Brasil de duas maneiras.

- Olhando pelo que os clubes representam, está barato. Mas pela infraestrutura é caro, já que a maioria dos clubes oferece apenas o jogo, e não o espetáculo.
Clube 	          Arrecadação          Preço médio
                 total (bruta)        dos ingressos
Corinthians 	R$ 19,2 milhões 	R$ 34,45
São Paulo 	R$ 11,3 milhões 	R$ 27,72
Bahia 		R$  9,9 milhões 	R$ 23,00
Flamengo 	R$  8,0 milhões 	R$ 20,45
Vasco 		R$  7,9 milhões 	R$ 24,48
Palmeiras 	R$  6,2 milhões 	R$ 25,77
Grêmio 		R$  5,9 milhões 	R$ 19,62
Coritiba 	R$  5,7 milhões 	R$ 16,73
Fluminense 	R$  5,7 milhões 	R$ 20,24
Botafogo 	R$  5,6 milhões 	R$ 18,30
Inter 		R$  5,5 milhões 	R$ 16,02
Atlético-PR 	R$  4,5 milhões 	R$ 17,62
Atlético-GO 	R$  4,2 milhões 	R$ 23,25
Santos 		R$  3,7 milhões 	R$ 21,84
Figueirense 	R$  3,3 milhões 	R$ 15,10
Cruzeiro 	R$  2,8 milhões 	R$ 14,22
Ceará 		R$  2,8 milhões 	R$ 10,80
América-MG 	R$  1,8 milhões 	R$ 20,03
Atlético-MG 	R$  1,8 milhões 	R$  6,67
Avaí 		R$  1,7 milhões 	R$ 13,28

Política de ingressos mais baratos faz Atlético-MG arrecadar pouco

Campeão brasileiro, o Corinthians foi o único time a se aproximar da casa dos 30 mil pagantes por jogo. E soube explorar bem a renda dos jogos como fonte de receita, somando arrecadação bruta de R$ 19,2 milhões no campeonato, número muito acima do São Paulo, segundo nesse ranking, com R$ 11,3 milhões. Nas bilheterias, o Corinthians conseguiu faturamento cinco vezes maior do que o Santos, por exemplo.

Com ingressos a R$ 6,67 em média, o Atlético-MG fez a alegria dos torcedores, que gastaram pouco para ver o time no Brasileirão, mas deixou de arrecadar. Conseguiu o mesmo R$ 1,8 milhão do América-MG, apesar da média de público três vezes maior. A comparação fica ainda mais clara com o Santos. Mesmo com 14.100 pagantes por partida, o Galo arrecadou metade do que conseguiu o Peixe, que contou com 8.892 torcedores por jogo.

Jogo com maior renda é do São Paulo

O Corinthians teve a maior arrecadação do Campeonato Brasileiro, mas o jogo de maior renda foi do São Paulo, na estreia de Luis Fabiano. Diante do Flamengo, o Tricolor conseguiu R$ 2.647.330 nas bilheterias do Morumbi. Do outro lado, a pior arrecadação em uma partida foi marcada pelo América-MG, que conseguiu apenas R$ 5.470 contra o Grêmio.

Fonte: GloboEsporte.com