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NETVASCO - 14/10/2008 - TER - 03:15 - Eurico e ex-vice de marketing comentam contrato com o Habib's
O ex-vice-presidente de marketing e de relações públicas do Vasco, Marco Antônio Monteiro, e o ex-presidente Eurico Miranda falam sobre o contrato firmado, em janeiro de 2008, com a rede de fast food Habib's, que foi criticado pelo colaborador do Vasco, Fernandão, no último sábado (11/10), em entrevista ao repórter Cláudio Perrout, da Rádio Globo: "O valor que a Habib's paga ao clube hoje é uma verdadeira vergonha. É uma vergonha". Foi informado que o Habib's descartou fazer uma parceria com o Botafogo; o Vasco recebe 6% da receita bruta dos produtos vendidos pela rede em São Januário; o Habib's investiu em material para o Colégio Vasco da Gama; obras orçadas inicialmente em R$ 1 milhão, para a construção de bares, restaurante e lanchonetes, não foram para a frente até agora na gestão de Roberto Dinamite; e o contrato do Vasco é idêntico ao do São Paulo, também patrocinado pela rede. "Fui surpreendido no sábado com um telefonema do João [Carlos Nóbrega, benemérito do Vasco]. Eu tinha acabado de chegar em casa, no sábado à tarde. Ele me perguntou 'Marco, você viu uma notícia que saiu na Internet?'. Digo 'Não vi nada agora. Saí cedo de casa e estou voltando agora, já no final da tarde'. Ele me disse 'Pois é. Tem uma notícia, que está reproduzida no Netvasco, através do VascoExpresso, de uma declaração de uma pessoa que se diz colaborador do Vasco, sobre patrocínios e outras coisas'. Até falei com o João 'João, me dá um tempo, porque tenho que ter estômago para ler isso'. Confesso que não tenho tido estômago para acompanhar certas coisas de Vasco, porque esse Vasco não tem nada a ver com o Vasco que conheci antes. Isso independe de você gostar ou não de diretoria. Ou o Vasco em que pude, efetivamente, ajudar de algum modo. Passado um tempo, fui ler a matéria. Primeiro, não vou nem falar da história da rádio - isso é uma matéria veiculada na Rádio Globo -, porque é de uma irresponsabilidade tão grande, em termos jornalísticos, que não vale nem a pena. Hoje, até falando com uma pessoa de lá - enviei a matéria -, eu disse 'Nunca vi uma coisa dessa'. Como é que se pode fazer esse tipo de coisa, sem ao menos ouvir o outro lado. Esse é o mínimo, que se diga. 'Procurei e não encontrei'. Tudo bem, dá essa desculpa. Agora, a matéria é de uma irresponsabilidade total. Mas conhecendo hoje como é que funciona a Rádio Globo, isso já se sabe que funciona desse jeito mesmo", disse no programa "Casaca no Rádio", veiculado na Rádio Bandeirantes. "O que dizia a matéria? Primeiro, começava com um termo que eu desconheço, em termos de Vasco - aliás, desconhecia até agora. Mas dizia assim 'O colaborador Fernandão'. Não sei o que é um colaborador. O que é a figura do colaborador? Não é um diretor do Vasco. Não se apresenta como funcionário do Vasco. Não sei se é um colaborador porque colabora, vai lá de vez em quando; se é um colaborador efetivo, em termos de recebimento de recursos; se é colaborador porque recebe comissão de intermediar um ou outro negócio. Não sei o que quer dizer esse termo. No dia em que eu souber, posso até qualificar. Mas aí ele falava algumas barbaridades, que são típicas da atual direção do Vasco, que vem, nos últimos tempos, principalmente a partir do período em que a situação do time ficou muito ruim na tabela, que é a tentativa freqüente de desqualificar qualquer coisa que tenha acontecido no passado. Para isso, mobiliza exatamente os mesmos colunistas e jornalistas que atuaram em favor deles na campanha. Essa mobilização se dá não só no pagamento de uma dívida, que eles têm com esses jornalistas. É abrir informações do clube, mostrar coisas internas do clube, para que eles possam publicar e, principalmente, usar o canal deles para bater na antiga diretoria. As afirmações atingiam não só quem passou pelo Vasco, mas parceiros do Vasco. Entre as barbaridades existentes, dizia o seguinte. Esse colaborador dizia que o contrato, por exemplo, com o Habib's, era o pior contrato do Brasil, que o contrato foi feito ou por gente que não entendia de marketing esportivo, ou não tinha conhecimento profissional, ou levou algum dinheiro por fora. Como é que alguém bota uma emissora de rádio... Porque não é só acusar quem passou por lá, que já é algo absolutamente grave. Não dá nome, não dá nada. É aquela coisa jogada, como ele sempre fez. 'Alguém levou dinheiro por fora'. E mais. É algo que ataca diretamente aquela empresa, que é parceira do Vasco. Parte do princípio que você tem uma empresa, que pagaria propina, comissão, seja lá o que for, para ter um contrato vantajoso dentro do Vasco. É tão absurdo, porque aí diz que não recebe nada, que o contrato é muito fraco". Eurico: "Isso gerou, dentro dessa parceria que eles têm, e o jornal oficial deles é o Lance. 'Tratado como assunto sigiloso na gestão de Eurico Miranda, o valor do patrocínio da Habib's com o Vasco é de R$ 300 mil por ano, até 2013'. Sobre isso é que eu queria que você fizesse os comentários". Marco: "Como é que começou a história do Habib's? Agora é importante colocar, até para que se esclareça isso. Resolvidos todos os problemas que a gente tinha de imagem, de Vasco Licenciamentos, tudo isso, a primeira prioridade do presidente, na época, foi continuar afirmando o Vasco dentro do cenário top, da televisão, porque é a maior verba. Pode trazer qualquer verba de Eletrobrás, Petrobras. Junta tudo e nada é igual ao que você recebe da televisão, porque o Vasco é do principal grupo da televisão. Isso vem agregado a uma série de outras coisas, junto com a televisão. A partir do momento em que a gente estava absolutamente tranqüilo, em relação a isso, na época o presidente disse assim 'A gente pode ir a mercado, porque qualquer coisa que a gente tenha não nos prejudicará na televisão, porque temos uma posição política muito firme dentro da negociação do Clube dos 13 e da TV Globo'". "Em março do ano passado, fizemos um trabalho junto a diversas empresas. Entre elas... Na época, o Marcus Duarte, que era o gerente de marketing, visitou o Habib's em São Paulo e esteve com o Rogério, que era o gerente de marketing do Habib's na época. O Rogério disse assim 'Estamos agora em março. Neste momento a gente não tem como dar uma resposta para o ano que vem, mas nos dê um tempo e vamos voltar a conversar'. Isso passou. Como foi com o Habib's, foi com outras empresas. Quando chegou, se não me engano, por volta de agosto ou setembro do ano passado, o Habib's nos procurou e aí veio com a informação. O Dr. Alberto, que é o presidente do Habib's, disse 'Estamos mudando o nosso sistema no Rio de Janeiro. Estamos assumindo todas as lojas. Eram franqueados que cuidavam disso aqui. A gente quer conversar com o Vasco, porque a gente acha que o Vasco é o... Fomos procurados pelo Botafogo, mas o Botafogo não nos interessa. Nos interessa o Vasco'. Conversei com o Eurico. O Eurico disse a mim 'Não estou aqui interessado em vender a manga por A, B ou C. Estou interessado é que se eles viessem, que houvesse um serviço prestado ao sócio e torcedor do Vasco'. Literalmente, a gente sabe que tem - apesar de ter um estádio que era tratado como um brinco - alguns problemas operacionais em São Januário, por ser um estádio de 1927. Um desses problemas era servir o torcedor exatamente naquele momento do jogo, porque não é fácil você ter qualquer concessionário que seja, que tem que montar toda uma estrutura para atuar durante 15 ou 20 minutos, que é o momento do intervalo, quando você tem 10 mil pessoas indo nos lugares. O Habib's tinha uma experiência muito boa no São Paulo, que apanhou muito no início e foi aprendendo ao longo do tempo. A primeira vez que o pessoal do Habib's marcou uma reunião, se não me engano, o Eurico tinha uma reunião em São Paulo, do Clube dos 13, importante até, e não estava em São Januário. Para a nossa surpresa, junto com a primeira equipe do Habib's, apareceu o Dr. Alberto, o presidente do Habib's. Quem atendeu fui eu, o Marcus Duarte e o Ricardo Vasconcellos [ex-assessor da presidência]. Ele saiu por São Januário e ficou encantado com São Januário. Ele, que é português de nascimento, saiu tirando foto de dentro, de fora, e disse assim 'Isso aqui é uma maravilha'. A gente começou a conversar. Isso chegou a um ponto em que a gente discutiu basicamente o serviço que ia ser prestado ao sócio e torcedor do Vasco. Isso não se mensura. 'Vamos fazer uma proposta?'. 'Vamos fazer uma proposta'". "Na segunda reunião já estava o Eurico. O entendimento foi ótimo com o Dr. Alberto e foi feita uma proposta que incluía não só recursos diretos para o Vasco, do contrato; participação direta na receita bruta. O Vasco tem 6% da receita bruta - não é líquida. Bruta - do que o Habib's vende em São Januário. Portanto, quanto mais gente a gente põe em São Januário, mais o Habib's pode vender, e mais o Vasco fatura diretamente. E mais. Havia todo um plano - mostrado inclusive, do que eles fizeram no São Paulo - de construção de bares, restaurante e lanchonetes, cujo patrimônio ficaria para o Vasco, orçado inicialmente em cerca de R$ 1 milhão. Isso era o plano todo do Habib's. O que aconteceu nesse meio do caminho? Eles começaram a implantação do sistema. Já funcionava perfeitamente o sistema dentro de São Januário. Começaram a fazer todos os levantamentos de planta, engenharia, tudo, para propor ao Vasco aonde seria construído o novo restaurante, as lanchonetes, e a possibilidade até de termos uma porta aberta para a rua, do Habib's, com o Vasco tendo faturamento direto nessa loja. O que aconteceu é que no meio do caminho se pegou esse golpe político. Nós saímos. O que a gente sabe é que todo o investimento previsto, de R$ 1 milhão, no novo restaurante e nas lanchonetes para o Vasco, isso terminou parado. Nada se consegue resolver nessa diretoria, porque nada anda. Isso é a verdade, porque você vai passar por dez mil instâncias e nada anda. Quando você pega... O que se faz? Pega-se um item do contrato e diz 'Olha que contrato ruim. Está aqui. Ganha muito pouco'. Mas o contrato não é esse. O contrato é muito mais amplo. Existe uma relação. E mais. A relação com o Habib's foi se aprofundando tanto, que o Vasco fez, no início deste ano, um trabalho, junto do Colégio Vasco da Gama, que eram as apostilas de primeiro e segundo grau, apostilas recomendadas como apostilas top, dentro da preparação de primeiro e segundo grau. O Habib's pagou integralmente essas apostilas, para o primeiro e segundo semestre. Você pensa que é pouco? Foram R$ 50 e poucos mil a primeira parcela e mais R$ 30 e poucos mil a segunda parcela, que o Habib's bancou integralmente". Eurico: "Foi feita uma negociação absolutamente direta. Teve todos esses contatos, como citou o Marco Antônio. Quando o Dr. Alberto, o presidente do Habib's, sentou comigo, fiquei tão entusiasmado com a disposição dele, como ele se encantou com Vasco, viu ali poder implantar algo que já estava dando certo. E implantar um sistema, que é o sistema do Habib's. Os produtos são feitos na hora e têm duração de 15 minutos. Voltam novos produtos nos ambulantes. Está prevista a fábrica, não a fabricação. É a fabricação na fábrica, de ser instalado no Vasco. Eles começaram a atender com um negócio, aqueles containers volantes, com a obrigação de instalar isso tudo no Vasco. Fizeram o primeiro bar lá atrás, nas arquibancadas. Discutimos a planta de onde botaríamos os outros bares. Tudo isso foi aprovado. Um restaurante completo do Habib's. Estudado, como já estava, o remanejamento da boutique, de onde ela está, e ser construída uma boutique, já com planta aprovada, sem nenhum custo para o Vasco, em frente àquela quadra de tênis, voltada para a rua. Um restaurante voltado para a rua, com atendimento aos associados e ao público geral. A participação do Vasco, como disse o Marco Antônio, é 6% da renda bruta. Vasco e Habib's têm uma relação de absoluta confiança mútua. Não pode ser tratado da forma como esse moço tratou. E se referiu a algo que eu posso dizer. Todos dizem que o São Paulo faz os melhores contratos. O contrato do São Paulo é rigorosamente igual ao contrato do Vasco, um contrato que foi aperfeiçoado. Ainda não implantado, porque eles não permitiram, não deixaram desenvolver. É ofensivo a um parceiro tratar da forma como tratou. E mais. Foi um contrato direto. Não teve participação nenhuma. Não teve agência de publicidade, intermediário. Foi o presidente do Habib's com o presidente do Vasco. É claro que teve os contatos antes, como disse o Marco Antônio, coisas que... E o contrato, como todos os contratos no Vasco, passaram no departamento jurídico. Nenhum contrato no Vasco era assinado sem antes o departamento jurídico do Vasco analisar o contrato, dar o OK. Mas o assunto principal, tratado, levou muito pouco tempo para fecharmos. Foi tal coisa de confiança. Eu já disse isso algumas vezes. Tive a maior satisfação de poder fazer um contrato desse, de quem tinha interesse, e acredito que ainda tem, de desenvolver alguma coisa importante no Vasco. Como disse o Marco Antônio, eu estava muito pouco preocupado com mais 10, 20 ou 30 que eu pudesse trazer. A minha preocupação era dar ao torcedor que fosse a São Januário, e principalmente ao sócio do Vasco, um atendimento à altura. Isso o Habib's estava fazendo. É claro que começou a fase de treinamento do pessoal aqui. Mas para você ter uma idéia do que é o Habib's, o Habib's serviu para um milhão de pessoas quando o Papa esteve aqui, tem todo um knowhow disso. E o entusiasmo, como ele fez com o Vasco. Você precisava ver o prazer dele, e ele mesmo colocar, ao vestir a camisa do Vasco. É algo que o Marco Antônio explicou muito bem como é, que desmente totalmente essa situação". Marco, sobre o nível de satisfação da torcida: "Isso você não mensura em mais R$ 10 ou 20 mil. Esse tipo de serviço você não encontra em estádio de futebol, porque é um serviço de Primeiro Mundo, que a gente discutiu e quis implantar. E o que é pior. O Eurico falou algo que é fundamental, porque na matéria ainda tinha uma maldade, dizendo que na época o gerente de marketing, Marcus Duarte, não tinha conhecimento desses contratos. Tinha conhecimento de todos, participou da assinatura de todos, porque ali era tratado de maneira absolutamente aberta, internamente, como é que isso se desenvolveu". "Tanto o contrato do Habib's, quanto o da MRV e o da Reebok, são contratos feitos de modo direto, porque quando se tem qualquer negociação desse tipo, de Petrobras, disso, daquilo, você tem uma agência no meio, que recebe 20%. Um contrato de R$ 10 milhões, na verdade R$ 2 milhões ficam de comissão para a agência e para quem tem que ficar. Para o clube chega 8. O nosso sempre foi um contrato direto. Não tem agência, comissão, intermediário, absolutamente nada. Portanto, ele é um contrato. Qualquer contrato do Vasco é, no mínimo, em termos de mercado, 20% maior, porque não existe. O que a gente lamenta é que esse tipo de ação, que é feito de modo absolutamente irresponsável, que mancha o Vasco e o parceiro, vai se acentuar nessa reta final, com o desespero desse pessoal. Infelizmente, isso é uma tática que vai de agora. Essa matéria absurda ainda fala que a auditoria vai ver isso. Vai ver o quê? A auditoria vai ver o que no contrato, absolutamente regular, feito... O que a gente espera é que um parceiro desses não pegue o boné, vá embora e ainda meta um processo no Vasco, por danos morais. É o que a gente espera. A única coisa que eu queria colocar aqui é a irresponsabilidade em relação a quem passou pelo Vasco e aos parceiros que hoje estão com o Vasco. E colocar que, infelizmente, acho que esse processo vai continuar e abrange todos os setores pelo Vasco, pelo desespero da situação". "Eu deixei um departamento que tinha toda a estrutura dos produtos licenciados - quanto entrava, quanto não entrava, quem era pago e quem não era pago. Vou te dar um exemplo rápido do que é essa gente. Na primeira reunião me aparece esse moço que cuida hoje do remo do Vasco - apareceu lá em São Januário e o Marcus Duarte ainda era o gerente de marketing. Ele queria umas camisas, uns brindes, porque ia fazer uma regata - aquela famosa regata, que apareceu aquela faixa da Cavacas como patrocinadora do Vasco. O Marcus 'Tudo bem. Tenho aqui umas camisas, uns brindes e tal'. 'Você imagina. Cheguei lá na Sede Náutica e tem um trombolho da Telemar, lá instalado'. O Marcus Duarte 'Tem sim. Inclusive, tem um contrato, assinado aqui, que o Vasco recebe mensalmente um aluguel. Foi um dos primeiros contratos que a gente fez aqui'. Ele ficou admirado, porque no mínimo devia achar que alguém tinha levado alguma coisa para deixar instalar alguma coisa em um terreno do Vasco, e que o Vasco não recebia nada. Ele pensou 'Mas o Vasco recebe por isso?'. Eu digo 'Não só recebe. Passa na tesouraria e vê. Uma empresa como a Oi não vai deixar de pagar um aluguel ao Vasco'. Foi a primeira observação. Esse pessoal tem a seguinte observação, sempre. 'Quem passou por lá é desonesto, quem passou por lá levou dinheiro'. Agora, o que me admira é que, se na visão deles se levava dinheiro, se roubava do Vasco, e os contratos eram muito ruins, como é que se pagava em dia os funcionários - há mais de quatro anos se pagava em dia todos os funcionários - e o clube nunca caiu para a segunda divisão? Isso é uma pergunta, porque como é que agora eles dizem que não roubam e fazem os melhores contratos do clube, o clube não consegue pagar salário e está ameaçado de ir para a segunda divisão?".
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