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NETVASCO - 30/09/2008 - TER - 04:15 - Eurico pede apoio da torcida ao time e critica demissão de funcionários

O ex-presidente do Vasco, Eurico Miranda, justifica a sua ausência na partida contra o Figueirense, no próximo sábado (04/10), às 18h20min, em São Januário.

"Fazem uma verdadeira caça às bruxas dentro do Vasco. Adotam uma política absolutamente de terror, em relação aos funcionários, que sempre foram a base, formaram a base de sustentação do Vasco. Além de não ter o investimento e pessoas gabaritadas para substituir aquelas que eles queriam mandar e mandaram embora, não satisfeitos com isso tudo, começaram a tacar histórias de auditorias, de não sei o quê. Tudo isso, vamos para uma reunião de Conselho de Beneméritos [no dia 23, em São Januário]. O Conselho de Beneméritos dá uma demonstração do que é o Vasco verdadeiro. Diante daquele quadro, faço um apelo aos beneméritos, que iriam questionar todas essas irregularidades, tudo isso que está sendo cometido no Vasco. Faço o apelo, conhecedor, como sou, da gravidade do que é uma disputa deste campeonato, em que quatro vão cair, e do que representa uma queda do Vasco para a segunda divisão. Faço um apelo para que todos convirjam para o futebol, para que as forças todas vão para o futebol, para que a gente se blinde contra os nossos inimigos externos, e que apoiássemos o time, déssemos toda a força. Quando vi até o movimento feito aqui pelo Casaca, conclamando os torcedores a não vaiar, a ir a São Januário apoiar, apesar de eles não tomarem nem conhecimento dessa... Porque quem está em uma situação difícil é que pede ajuda. Mas no Vasco até se inverteu. Nos oferecemos para ajudar e eles menosprezaram isso. 'Não acrescenta'. Mesmo assim, entendi que se pedi isso aos beneméritos e torcedores, eu deveria também me fazer presente e comparecer no jogo", disse no programa "Casaca no Rádio", veiculado na Rádio Bandeirantes.

"O que fazem esses indivíduos, depois de eu alertar que este era o momento de convergir, de não ter qualquer outra atitude, em nenhum setor, que fosse de qualquer maneira prejudicar o foco que temos que ter direcionado, para evitar o futebol? O que eles fazem? Chegam na quinta-feira, demitem a tesoureira do Vasco. Além de outros funcionários, que também repudio. Mas quero me focar na Marlene. A Marlene Magalhães, uma funcionária com 48 anos de serviço ao Vasco, 35 anos de tesoureira do Vasco. Esse próprio Roberto [Dinamite] só conhecia duas coisas no Vasco, quando lá passou, que era jogar lá no campo de futebol e ir na tesouraria receber com ela. Recebeu inúmeras vezes. Ele e todos. Simplesmente demitem essa funcionária da seguinte forma. Mandaram comparecer no DP [Departamento de Pessoal] e recebeu... Não foi diretor nem ninguém que tivesse dito. Uma funcionária desse nível tinha que partir do presidente do clube ou pelo menos do vice-presidente de finanças. 'Arrume as suas coisas e depois passe no dia 3 no sindicato para receber a sua verba de... a sua indenização'. A gente, quando toma conhecimento disso, não podia ser outra coisa o que aconteceu no jogo. O que aconteceu no jogo com o Ipatinga é o reflexo disso. Se pensa que se toma uma atitude dessa forma e isso não tem nenhuma conseqüência? Todos os jogadores, todos os funcionários, não tem um que não tenha um dia passado na tesouraria do clube para receber com a Marlene. Inclusive os que recebem em conta bancária, porque têm que assinar os contra-cheques na tesouraria. Todos a conhecem. É evidente que isso tem que ter conseqüências. As conseqüências nós vimos, que foi aquele desastre no jogo com o Ipatinga".

"E mais. Demonstrando que estão absolutamente intencionados no sentido de cada vez mais instalar o terror dentro do Vasco... O terror dentro do Vasco não é dirigido a mim. O problema da auditoria... Podem fazer dez mil auditorias. Auditoria no Vasco já foram feitas quinhentas. A maior foi essa CPI que fez no Vasco, não encontrou nada no Vasco e não vai encontrar. Não tem nada. O Vasco não tem nada para esconder. Podem fazer quantas quiserem. Mas o terror que eles implantaram foi no seu quadro de funcionários. Hoje [ontem] demitem todos do futebol amador. É momento para isso? Diante disso, tive que rever a minha posição. Não vou a São Januário. Não vou compactuar com esse pessoal. Quero o máximo possível evitar sequer olhar para essas pessoas que estão destruindo o Vasco deliberadamente. Não é só por incompetência. Estão destruindo o Vasco. Se o Vasco não fosse o que é, a situação estaria muito pior ainda. Mas eles estão destruindo o Vasco. Eles adotaram uma política. Eles sim adotaram uma política. Uma política, na vista, semelhante àquela de limpeza étnica, de tirar todos aqueles que tinham e têm alguma identificação com o Vasco. Não é identificação com o Eurico. Eles, ao fazer isso, estão fazendo isso com funcionários de 30, 40, 20 anos. Eu repito que sempre foram a base do Vasco. Fica muito claro para mim que, aliada à incompetência, eles, para poderem fazer, se aproveitaram. No caso da Marlene, por exemplo, ficaram com a Marlene esses dias para que ela ensinasse a eles como se fazia um borderô de jogo, que eles não tinham a menor noção. Ela organizava e era quem tomava conta, quem fazia. Senão, já tinham feito até isso antes, porque isso é deliberado, para apagar, com a história de fazer, como eles dizem, de reerguer o Vasco e fazer um novo Vasco. Vocês têm é que entender o seguinte. Não se destrói 110 anos de história. Por mais que queiram, vocês não vão conseguir esse objetivo".

Antes de Eurico ser entrevistado, foi noticiada pelo jornalista Ubiratan Solino a oficialização da demissão de mais três profissionais das divisões de base nesta segunda-feira (29/09). Marcus Alexandre Cravo, técnico do infantil, que passou por várias categorias e tinha 15 anos de Vasco. No mirim, foram mandados embora o treinador Leandro Simpson, com 18 anos de clube, que conquistou, nos últimos dois anos, cinco títulos na categoria e teve apenas duas derrotas; e o preparador de goleiros Rodrigo, há quatro anos no Gigante da Colina, que preparou Brenner, o primeiro goleiro, na história do Vasco, a marcar um gol de falta. Os técnicos Toninho Barroso (juniores) e Rodney Gonçalves (juvenil) já tinham sido demitidos.

Segundo o jornal O Globo da última quinta-feira (25/09), Gaúcho (juniores), Tornado (juvenil), William (infantil) e Cássio (mirim), ex-jogadores do Gigante da Colina, são os novos treinadores.

"Mais. São os únicos - vamos deixar muito claro - responsáveis se o Vasco vier a cair para a segunda divisão. Devem pagar, todos, por isso. Não é você, Seu Roberto, é os que se escondem atrás de você. Que você está botando lá todos os seus apadrinhados, afilhados, todos aqueles que são ligados, isso tudo a gente já sabe. Mas os que concordam com vocês, os que dizem a você que você deve dizer que o Conselho de Beneméritos e nada é a mesma coisa, que o Conselho de Beneméritos são conselheiros da ex-diretoria. Na verdade, você não sabe o que diz. E muito mais culpados são aqueles que sabem o que representa o Conselho de Beneméritos, que sabem o que é o Vasco, mas não dão a cara e estão lhe usando, para que você... Sabem que perante alguns, que conhecem o Vasco, vão dar o desconto ao que você diz, pelo seu desconhecimento total de Vasco. Não são co-responsáveis não. São responsáveis diretos pelo que está acontecendo com o Vasco. Não vou o dar o meu nome, passado e trabalho para que vocês possam usar como justificativa para onde você estão levando o Vasco. Estou dizendo com todas as letras que vocês... Aos outros, eles já sabem. Aos meus desafetos, podem dormir tranqüilos. Eu não volto ao Vasco. Não preciso reafirmar isso quinhentas vezes. Não volto ao Vasco. Uma das razões, que me levam a não voltar ao Vasco, é não ter que conviver, olhar, sequer olhar para essa cambada de destruidores do Vasco".

"Agora, criei, durante esses anos todos, uma legião de admiradores. Criei uma legião de amigos, que não tenho o direito de abandonar. Estarei sempre presente, quando solicitado, para orientar, passar. Mas a eles cabe hoje a responsabilidade de evitar que destruam o Vasco. Tudo eu fiz e agi no sentido de evitar essa maior vergonha, irreparável, que pode vir a acontecer. Pelo que sinto, eles não têm intenção de mudar nada. Muito pelo contrário. Eles têm intenção de continuar insistindo nos erros. Os erros, sem dúvida, vão nos levar à segunda divisão. E não me venham com essa história, mesmo aqueles que dizem 'É a oportunidade de depois reerguermos'. Não, isso é irreparável. Nos 110 anos de existência, nunca passou sequer pela nossa cabeça a hipótese de isso vir a acontecer. Isso vai nos deixar capenga para o resto da história. Não há reparo possível".

"Concluo dizendo apenas o seguinte. Os que me conhecem sabem que sou um homem de fé. Acredito, tenhas as minhas crenças inabaláveis. Eu, se rezava pouco, vou rezar muito. Agora, não tem desculpa. Repito. Não tem desculpa. Os fatos estão aí. Não me falem que o time é isso, aquilo, fraco, não sei o quê. Jogaram ontem contra o Ipatinga. Tivemos a vergonha, quando tive que ver o time do Ipatinga dar olé no time do Vasco. Cinco jogadores que não jogavam no Vasco. Podiam até jogar, mas não jogavam no que vocês dizem que é o time do Eurico. Lá não estavam. Onde está o Morais, Pablo, Jean, Wagner Diniz, Leandro Bonfim, que vocês, com essas mudanças de departamento médico, fisioterapia, preparação física impediram? Onde estão os jogadores suspensos [Jonílson, que tem mais uma partida de quatro a cumprir, e Tiago, que já cumpriu os dois jogos de suspensão], por incompetência do novo departamento jurídico? Esse não é o time que deixei. Com a responsabilidade que tenho, reafirmo que enquanto em estivesse no Vasco, não havia a menor hipótese, nem que o Vasco disputasse com oito jogadores, do Vasco passar e correr o risco, real, como vejo hoje os percentuais, de 60%, do Vasco ir para a segunda divisão".

"Eu queria deixar essa mensagem aqui, não só porque fiz uma conclamação aos torcedores. Vocês estão fazendo um movimento muito bonito nesse sentido. Eu tinha afirmado que iria comparecer no jogo. Nunca fui de me omitir. Não seria nessa hora que eu iria me omitir. Mas diante de todos esses fatos que aqui coloquei, não vou ao jogo. Não volto a São Januário".

"O quero dizer a esses todos que falaram é o seguinte. Eu não vou, mas acho que a torcida, o que pode ser feito é a torcida comparecer, apoiar o time, fazer isso que o Casaca colocou muito bem. Acho que é a única saída. Deve ir lá, mas não deve se esquecer das atitudes deles. Só não iremos para a segunda divisão se a torcida ajudar, e ajudar dessa forma. Mas tem que estar consciente que a intenção deles, deliberada, é nos levar para a segunda divisão. Temos obrigação, o torcedor do Vasco tem obrigação de fazer tudo para impedir isso. A forma que o torcedor do Vasco tem é ir lá, torcer, apoiar o time, empurrar até o último minuto, para buscar o resultado. Mas não se iludir, porque por eles vamos é para a segunda divisão. O papel da torcida é esse, impedir dessa forma".

O grande benemérito apoia uma promoção de ingressos para o jogo, mas a atual diretoria manteve o preço de R$ 10, que vinha sendo cobrado para a grande maioria dos ingressos de arquibancada (preço de meia entrada) desde a derrota por 2 a 0 para o Coritiba, no dia 6 de agosto, pela 18ª rodada. A novidade é que 10 mil bandeirinhas serão distribuídas.

"Isso não é possível, isso é elementar. Cansamos de fazer isso. Você quer puxar o torcedor. Nesse momento, acho que o preço do ingresso devia ser até simbólico, absolutamente simbólico. O problema do preço do ingresso simbólico é que você não pode deixar de cobrar um preço, porque senão também qualquer um pode entrar. A porta está aberta, entra qualquer um. Mas com um preço simbólico você anima o torcedor a comparecer, mostra a necessidade do torcedor apoiar o time. Acho que isso é viável".

Eurico fala sobre uma funcionária, que teria sido contratada com sete meses de gravidez e entrado em licença-maternidade com algumas semanas de trabalho.

"Mandaram os fisioterapeutas embora e ela é uma fisioterapeuta, para chefiar a fisioterapia, com seis, cinco ou sete meses de gravidez. Isso é um negócio que contando ninguém acredita. Ele [Manoel Moutinho, vice-presidente médico] tinha que mandar todos embora, não importa quem veio. Essa funcionária tem reclamação contra o Vasco, diversas reclamações contra o Vasco. Passou a ser uma vendeta, um negócio de um revanchismo. Mas ainda estou naquela da limpeza. Eles estão fazendo essa chamada limpeza, que é para não ter nenhuma ligação com o passado. Isso é um negócio seríssimo. Foi assim que aquele bigodinho [possivelmente Adolf Hitler] fez lá as coisas que ele fez. Isso é um negócio muito sério".

"Mais uma vez, reafirmar que o torcedor deve comparecer e apoiar o time. Acho que é a única saída que vamos encontrar. Acho extremamente difícil, porque eles vão continuar cometendo os erros. Só que não terão a minha presença, porque não quero dar nenhum motivo para que esse pessoal amanhã venha a dizer que de alguma forma foi tumultuado. Até como esse débil mental desse Renato Maurício Prado, que tem aquele problema, tem um problema antigo comigo. Isso tem que falar com Freud, outras caras aí, que talvez expliquem esse negócio, que não posso explicar. Mas insinuou 'Alguém acredita que o Eurico vai torcer pelo Vasco?'. Isso só uma mente doentia pode passar que eu algum dia poderia torcer contra o Vasco. Cheguei a um ponto tal, que passou a ser até doença, que realmente não consigo torcer por ninguém. Posso dizer que não consigo torcer nem por Seleção Brasileiro. Quando joga um outro adversário qualquer 'Você vai torcer por quem?'. Eu: 'Passei a um ponto de não torcer por ninguém'. Agora, de leve, passar que eu poderia, em algum momento, torcer contra o Vasco, só mesmo desse doente".

Fonte: VascoExpresso


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