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NETVASCO - 31/07/2008 - QUI - 07:52 - Goleiro revelado no Vasco conta sua vida no Vietnã
Durante a guerra do Vietnã, o atual preparador de goleiros da equipe que enfrenta o time olímpico do Brasil, amanhã, às 10h (de Brasília), vestia a camisa 1 da seleção nacional. Nos treinos, Khánh e seus companheiros deixavam capacetes e metralhadoras à beira do campo e se refugiavam em galerias subterrâneas durante os bombardeios americanos. Coronel reformado do exército, Khánh acorda todos os dias pensando em fazer o melhor pela pátria em memória dos milhões de mortos. Mas os tempos mudaram na seleção. Primeiro jogador naturalizado vietnamita, o goleiro brasileiro Fábio Santos se protege do ataque rival de forma bem mais relaxada. — Fábio é um grande goleiro, e uma ótima pessoa. Mas gosta de uma cerveja e já subiu de 91kg para 100kg desde que chegou ao Vietnã — entregou o seu técnico, o português Henrique Calisto. Goleiro já fez dez gols de falta Concentrado no mesmo hotel em que está hospedada a seleção brasileira, Fábio é figura fácil no lobby. Com o hábito de invadir a madrugada na internet, para falar com a mãe e a filha no Brasil, o goleiro diz que não dorme antes das 3h. Admite que as cervejas asiáticas são boas, mas aos 30 anos, noivo de uma polonesa, diz não ter mais fôlego para acompanhar os jovens colegas nas noitadas em Ho-Chi-Min, a antiga Saygon, onde vive desde 2001. Fábio foi revelado pelo Vasco, junto com Felipe e Pedrinho. — Sem concorrência, acabei relaxando aqui — admite. Na verdade, entrou no ritmo do futebol local. Na alimentação, o arroz não precisa de feijão. Fábio é capaz de misturá-lo com quase tudo: — Só não como cobra, rato e cachorro, mas aqui tudo que se mexe eles traçam. Ontem, o caótico trânsito de Hanói teve seu volume reduzido. Horas antes de a seleção brasileira treinar, milhares de torcedores faziam vigília na porta do Estádio Nacional. Para evitar tumulto ainda maior, o ônibus da delegação optou pela entrada alternativa. Lá dentro, apenas o líder comunista Ho-Chi-Min, retratado numa bandeira, e os membros da burocracia estatal puderam ver o treino. O treino de hoje, porém, deverá ser com os portões abertos, para retribuir o carinho do povo vietnamita. Os brasileiros são bem vistos pelo partido. Para ter Fábio na seleção, o governo abriu exceção ao naturalizá-lo. Desde o fim do ano passado, chama-se Phan Van Santos. Criado na Tijuca, nas proximidades do Salgueiro, perdeu o pai aos 5 anos e restou à mãe, uma emprega doméstica, a missão sustentar os quatro filhos. Hoje, dona Luzia é acompanhante de um idoso. — Mas só porque ela quer — disse Fábio, que pretende ficar mais cinco anos no Vietnã. Dispensando do Vasco em 1999, sem jamais ter jogado nos profissionais, teve passagens por clubes pequenos antes de aceitar a proposta de um amigo para ganhar US$ 4 mil num time de segunda divisão do Vietnã. Campeão na primeira temporada, ascendeu também financeiramente. Hoje, os jogadores estrangeiros ganham até US$ 20 mil. E, no Vietnã, Fábio é uma estrela, que já fez dez gols de falta. Além de passar do meio-campo, o goleiro teve a ousadia de atravessar o mundo. Hoje, apesar da acomodação natural em tempos de paz e fartura, é um legítimo herdeiro do seu preparador. No Vietnã, quem defende o país precisa estar sempre pronto para ir ao ataque. Fonte: O Globo |
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