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NETVASCO - 20/07/2008 - DOM - 01:11 - Manoel Fontes, o Neca, fala sobre sua vida e seu cargo no Vasco
O leve sotaque português revela as raízes de Manuel Fontes, 69 anos, o novo homem forte do futebol do Vasco. O filho ilustre de Castelo de Paiva, pequena vila do distrito de Aveiro, em Portugal, com 3 mil habitantes, não esconde a alegria de voltar ao clube que tanto ama depois de um afastamento de oito anos. Grande-benemérito do Vasco, Neca, como é chamado pelos amigos, matava a saudade da Colina vendo até quatro jogos por dia. E quando foi convidado por Dinamite para voltar, seu coração falou mais alto. Hoje não será diferente quando o time enfrentar o Atlético-PR, na Arena da Baixada, às 16h, sob forte pressão. Principalmente depois das 16 demissões da última sexta-feira. Sem medo da pressão do cargo e do momento, Neca quer ajudar na reconstrução do Vasco. E, para isso, pretende usar parte da experiência adquirida nos seus quase 50 anos de comércio. Com apenas 12 anos, chegou ao Brasil. Com os pais, Arthur e Olinda, aprendeu os segredos do comércio. E quando cresceu fundou a rede de supermercado Três Poderes, que chegou a ter 17 unidades e mais de 1.200 funcionários, do qual manteve o controle acionário durante 48 anos. Em 1996, viveu um drama pessoal. Foi seqüestrado e passou 43 dias no cativeiro até ser libertado após o pagamento do resgate. E só sobreviveu porque teve muita atitude com os seqüestradores. Uma experiência traumática que o fortaleceu e o deixou ainda mais preparado. – Passei a ver a vida por um outro lado. Mudei a minha maneira de encarar os valores – conta. – Naqueles dias passei por um grande reciclagem. Relembrei minha infância, coisas que já havia esquecido em minha vida – relembra o dirigente, que dormia de duas em duas horas no cativeiro e se comprometeu a pensar pelo menos três vezes antes de tomar qualquer atitude durante o incidente. Naqueles dias difíceis, Neca exercitou como nunca o auto-controle e a arte da persuasão, que aprendeu nos livros do escritor americano Dale Carnegie, autor da obra "Como fazer amigos e influenciar as pessoas" – autor do qual é fã incorrigível. E foi graças a sua atitude mental, que aprendeu em grande parte no livro que ganhou quando tinha apenas 16 anos, que conseguiu sobreviver. Apaixonado por biografias de grandes personalidades públicas, recentemente acabou de ler ‘1808’, sobre a saga de D. João VI. No momento, seu livro de cabeceira é a história do ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton. Mas a obra que mais o marcou foi a de Winston Churchill. Neca também aprecia com reserva livros de auto-ajuda, como os de Paulo Coelho. – Gosto mais de livros práticos. Fantasia não é muito comigo – explicou. Histórias de onde ele sempre tira algum aprendizado para usar no seu dia-a-dia. Com menos de uma semana no cargo mais importante do futebol na Colina, Neca quebra a cabeça para conseguir levantar algum dinheiro e contratar um zagueiro – a principal prioridade da atual diretoria. A maior investida foi no pentacampeão do mundo Roque Júnior. Mas a grande diferença salarial falou mais alto, apesar de o dirigente não ter se dado ainda por vencido. – Houve uma mudança radical na diretoria. É uma grande responsabilidade trazer o primeiro reforço, é um passo importantíssimo – ressalta. – Se contratarmos mal, a torcida vai perguntar: é isso? Precisamo fazer a contratação certa neste momento. Sem medo do desafio de comandar o futebol de um clube como o Vasco, Neca encara de frente o novo projeto de Roberto Dinamite. Não faz promessas, mas promete trabalhar muito para colocar a casa em ordem. Mesmo que para isso tenha de sacrificar um pouco a família. Casado com Neli e pai de um filho, ele volta à infância quando encontra os netos Catarina, 7 anos e Pedro, 5. – Brinco com eles de pique-esconde, levo ao parquinho. Eles me realizam – derrete-se. Fonte: Jornal do Brasil |
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