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NETVASCO - 24/06/2008 - TER - 14:36 - Política: Saiba mais sobre eleição da próxima 6ª-feira

Com a frase "preciso de um tempo para mim", Eurico Miranda anunciou a candidatura de Amadeu Pinto da Rocha para concorrer pela situação à presidência do Vasco. Uma jogada política inteligente, já que a derrota para Roberto Dinamite na eleição entre os conselheiros na próxima sexta-feira, às 20h, na sede náutica da Lagoa, era iminente. Com a troca, a situação ganha um fio de esperança.

Se Amadeu conseguir vencer, o caminho fica aberto para Eurico Miranda seguir no clube podendo voltar a ser vice de futebol, função que quando exerceu levou o Vasco a conquistas de títulos importantes como os Brasileiros de 1997 e 2000, a Taça Libertadores de 1998, a Mercosul de 2000 e a oito campeonatos cariocas. Em oito anos como presidente, Eurico só conseguiu um título estadual.

Mesmo descartando a possibilidade de continuar no clube e falando que vai curtir a família daqui para frente, Eurico pode mudar de opinião. Como aconteceu no passado. Não é a primeira vez que o dirigente anuncia o afastamento do Vasco. Em 2003, logo após vencer Roberto Dinamite pela primeira vez, ele convocou uma entrevista coletiva e disse que seria o seu último mandato à frente do clube. E que depois se aposentaria. Mas em 2006, Eurico novamente concorreu à presidência.

Com o afastamento político de Antônio Soares Calçada, Amadeu é o dirigente com mais influência dentro da colônia portuguesa. É o único capaz da situação a mobilizar os 150 conselheiros natos que vão decidir a eleição. Mas a missão é muito complicada. Nunca na história do Vasco uma chapa vencedora na eleição do Conselho Deliberativo não teve o seu candidato eleito presidente. Roberto Dinamite, com a vitória no último sábado, vai indicar 120 dos 300 conselheiros. A chapa perdedora, então de Eurico Miranda, terá outros 30. Eles se juntam aos 150 conselheiros vitalícios para escolher o novo presidente.

Como já tem, teoricamente, 120 votos dos seus conselheiros, Roberto Dinamite precisaria de apenas 31 votos dos vitalícios para se eleger. Ou até menos do que isso. São 300 conselheiros aptos a votar, mas normalmente o número que comparece é menor. E entre os mais "faltosos" estão os conselheiros vitalícios, que na grande maioria são idosos com mais de 65 anos. Muitas vezes eles enfrentam problemas de saúde ou estão viajando para Portugal para visitar parentes e amigos. Um grupo, por exemplo, embarcou na semana passada, e não se sabe ainda se estará de volta até sexta-feira.

Por isso, a indicação de Amadeu Pinto da Rocha também foi jogada política. Ele seria capaz de convencer um número grande de vitalícios a sair de casa e ir votar. Normalmente eles não comparecem por considerar que a eleição está resolvida e que a votação seria mera formalidade. Mas mesmo assim são esperados, no máximo, 270 conselheiros na sexta-feira. Com isso, Roberto precisaria de mais ou menos 135 votos para se eleger presidente pelos próximos três anos. Vale lembrar também que é normal a ausência de alguns conselheiros da chapa vencedora por problemas particulares ou por viagens de negócios. Com isso, é improvável que Roberto tenha, de cara, os 120 votos da sua chapa.

O principal nome que apóia Dinamite é Olavo Monteiro de Carvalho, que é o presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro e visto como um dos líderes empresariais do país. Outros dois importantes vascaínos não anunciaram quem vão apoiar: Arthur Sendas, que por muito tempo ficou afastado de Eurico Miranda, mas que recentemente havia feito as pazes com o dirigente, e Fernando Horta. Amadeu conta com a ajuda do presidente de honra Antônio Soares Calçada e Pedro Valente.

Segundo a decisão da Justiça, o novo presidente vai tomar posse na próxima terça-feira, dia 1º de julho. Apesar de anunciar a retirada da sua candidatura, Eurico Miranda ainda tenta uma ação para anular durante a semana a votação para o Conselho Deliberativo, que aconteceu no último sábado por determinação judicial.

Amadeu, mais de 60 anos de história no Vasco

Aos 83 anos, Amadeu Pinto da Rocha é uma das pessoas mais queridas no Vasco. Viúvo e sem parentes próximos no Brasil, ele considera o clube a sua "primeira" casa. Está sempre de bom-humor e é simpático com todos. Desde 1980 é vice-presidente do clube. Nascido em Portugal, chegou ao Brasil na terceira classe do navio Alcântara aos 11 anos. Enfrentou 12 dias de viagem para reencontrar o pai, que se estabelecera nos trópicos.

Apesar de o pai não gostar da sua paixão pelo futebol, Amadeu passou a amar o Vasco por causa de um condutor de bonde chamado Armando Teixeira Barbosa, que alugava um imóvel da família em Vila Isabel. É do tempo em que o Vasco ainda jogava com o uniforme preto e a cruz de Cristo no peito. Como torcedor, comemorou na sede do clube a conquista do título sul-americano de 1948. Só deixou a arquibancada para entrar para a política do clube na década de 60.

Em 2006, Amadeu reclamou publicamente da forma como Roberto Dinamite foi tratado por torcedores e sócios do Vasco pró-Eurico durante a eleição em São Januário.

- É um grande desafio. Vou me prevalecer dos beneméritos e mais os 30 eleitos pela chapa minoritária. Os vascaínos podem ficar certos que, se eleito for, vou fazer o melhor para o clube - diz Amadeu.

Fonte: GloboEsporte.com


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