O atacante Edmundo, que marcou o segundo gol aos 45 minutos do segundo tempo mas perdeu o primeiro e único dos dez pênaltis, chutando por cima do gol do goleiro Magrão, anunciou a sua aposentadoria como jogador profissional, apesar de ter contrato até o dia 20 de janeiro de 2009.

O presidente Eurico Miranda, que se reuniu com o Animal, não aceitou a decisão do jogador e culpou a arbitragem pelo resultado.

O dirigente culpou o assistente Gilson Bento Coutinho (PR) que, aos 13 minutos do segundo tempo, assinalou impedimento em um gol do atacante Leandro Amaral, quando o placar estava 0 a 0, e também o árbitro Alício Pena Júnior (PR/FIFA), que expulsou o zagueiro Luizão aos 26 minutos, após o atleta ter recebido o segundo cartão amarelo no confronto. O assistente Altemir Hausmann (RS/FIFA) também não foi poupado.

"Não quero entrar em detalhes. Comigo não tem história de chororô. Não foi o Edmundo o responsável por que o Vasco não se classificou. O responsável foi o árbitro. Não é a primeira vez que isso acontece. Eles cansam de fazer isso e fazem de forma impune, porque não há... O bandeira que anulou aquele gol amanhã está bandeirando de novo. Agora, causa prejuízo irreparável. O juiz que expulsou o Luizão, o bandeira que estava desse lado - porque foi um bandeira de uma vez e outro bandeira na outra - não teve o cuidado de dizer ao árbitro, se é que ele não viu ou se viu. Foi mal intencionado de dizer que primeiro o atacante segurou o Luizão, para depois então o Luizão ter perdido a passada e acontecer isso. Mas isso é detalhe. Querer atribuir a culpa de uma classificação a se perder um pênalti, no futebol, e no tempo que tenho de futebol, isso não existe. Já que me perguntaram isso, se teve um culpado, foi o árbitro. Foi, aliás, o trio de arbitragem. E a impunidade quando o árbitro erra... Simplesmente, talvez se quiserem punir, vão afastar duas rodadas. Mas e daí? E o prejuízo de ordem financeira e moral que acarreta com a perda de uma classificação e de um título? Isso não tem reparação. Agora, faz parte do jogo, futebol, que tem isso. Isso acontece, só que tem muita coincidência com o Vasco", disse ao repórter Wagner Menezes, no programa "Show do Apolinho", da Rádio Tupi.

Eurico reclama da imprensa.

"O grande problema que surge é que o Vasco, e a mídia leva a isso... Aí está incluída a... A mídia, de uma maneira geral, aqueles que entendem pouco de futebol, aliás, entendem muito pouco, mas ganham para falar de futebol, começam sempre, quando começa uma competição, que tal time vai ser rebaixado, não tem a menor condição, esse aqui não tem... A campanha toda é feita no sentido... Quando esse time começa a ter uma progressão, eles não têm justificativa e começam a tentar ver de uma forma ou de outra. E contribuem para que isso no final venha a acontecer".

"Hoje vi comentários que não vi uma linha sobre um gol anulado, legítimo, do Vasco".

"Isso é geral, se torna... Quando você começa em um negócio desse, vem, para justificar opiniões precipitadas... Todo mundo no futebol, que tem opinião precipitada, acaba dando bom dia a cavalo. Essa é a grande verdade, porque no futebol não tem essa história de dizer que vai acontecer isso ou aquilo. No futebol, as coisas não são como muitos pensam. Hoje imagino uma coisa e amanhã vai acontecer outra no futebol. O que acontece é isso".

"Nos últimos anos, em relação aos times do Vasco, a mídia forma uma situação que esse time não tem condição, vai para a segunda divisão, o que não tem acontecido nem de raspão. Mas antes de começar, esse time vai para a segunda divisão. Como esse, que estamos disputando, teve alguns periódicos, vamos chamar assim, que preconizaram que o Vasco era candidato à segunda divisão. Aliás, era não, é candidato. Mas eles começam sempre assim. Isso tudo vai formando junto ao torcedor e à opinião pública, e se coloca dessa maneira. Mas a gente está habituado".