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NETVASCO - 01/05/2008 - QUI - 15:56 - Morre aos 84 anos o ex-treinador do Vasco Paulo Amaral

Em uma época em que a preparação física dos times de futebol, e até da Seleção Brasileira, era tarefa dos técnicos e auxiliares, Paulo Amaral apareceu no cenário do futebol como um pioneiro. Integrante da comissão técnica do Brasil que disputou a Copa do Mundo de 1958 - também uma novidade na época - Paulo Amaral foi o primeiro preparador físico específico da Seleção Brasileira, que conquistou na Suécia o primeiro título mundial.

Com um estilo próprio que o tornou muito querido pelos jogadores, profissional apaixonado pelo que fazia, ele comemorou intensamente a conquista da Copa do Mundo de 1958, feito que se repetiu em 1962. É dele uma cena que entrou para a história, ao dar a volta olímpica depois do jogo final no Estádio Rasunda, em Estocolmo, carregando a bandeira da Suécia.

- Os suecos adoravam o futebol brasileiro e nos trataram com muito bem durante a Copa. Depois o jogo, fiz questão de homenageá-los dando a volta olímpica com a bandeira do Brasil e da Suécia também - contou, em entrevista da época..

Paulo Amaral foi, além de preparador físico, também técnico do Botafogo, clube em que passou a maior parte da carreira, e participou em 2006 de evento em que os campeões do mundo foram homenageados pela CBF, ao lado do dentista Mário Trigo, os dois integrantes da comissão técnica em 58/62.

Paulo Amaral morreu aos 84 anos em sua casa, em Copacabana, no Rio de Janeiro, cercado pelo carinho dos familiares, como contou sua única filha, Paula Amaral.

O velório está sendo realizado no Memorial do Carmo, sala 3, no Caju. O sepultamento acontecerá às 17 horas, no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro.

Fonte: CBF News

Nota da NETVASCO: Paulo Amaral treinou o Vasco em duas oportunidades: entre 1961 e 1962 e em 1971.

O adeus de um revolucionário

Morre Paulo Amaral, o primeiro preparador físico da Seleção Brasileira, campeão em 58 e 62

Num fim de tarde chuvoso, no Cemitério do Caju, mais uma despedida bucólica de um grande personagem alvinegro. Ex-jogador, técnico e preparador físico, Paulo Amaral foi enterrado ontem diante de cerca de 30 testemunhas. É no mínimo simbólico que o papa da preparação física brasileira, o homem que literalmente suou para começar a transformar artistas em atletas, tenha falecido, aos 84 anos, em decorrência de câncer da próstata, justamente no Dia Internacional do Trabalho.

Carioca, Paulo Lima Amaral iniciou a carreira no Flamengo. Atlético, parecia um touro, tamanha a força física, aliada à saúde. Além de jogar futebol como zagueiro, nadava, lutava boxe e levantava peso. Aos 22 anos, foi indicado ao Botafogo e, no primeiro treino, marcou o temperamental Heleno de Freitas. Numa entrada mais forte no astro alvinegro, não aguentou quando o atacante levou a bola até ele para dizer: "Você por acaso quer isso aqui, seu valentinho?".

– Imediatamente, peguei a bola com as duas mãos e a taquei no nariz dele. O sangue logo escorreu e achei que seria dispensado – lembrou Amaral, em 2005, numa de suas últimas entrevistas.

Mas não foi. Pelo contrário. Por sua bravura, Paulo Amaral foi contratado após a briga. Permaneceria anos a fio no Botafogo. Onde, em 1953, tornou-se preparador físico.

Paulo Amaral foi o primeiro preparador físico específico da Seleção Brasileira. Antes dele, técnicos e auxiliares acumulavam a função. Segundo Amarildo, o Possesso, ex-atacante do Botafogo que compareceu ao velório de Paulo Amaral, no Memorial do Carmo, seu ex-chefe era um pioneiro.

– Seus métodos de treinamento eram revolucionários. Devo a ele o fato de enfrentarmos os fortes europeus de igual para igual nas Copas de 1958 e 1962, quando fomos bicampeões mundiais.

De fato, Paulo Amaral era determinado ao extremo. Temido, durão, não aliviava no dia-a-dia do clube. Fazia os jogadores subirem e descerem as arquibancadas de General Severiano vezes seguidas, num exercício extenuante que servia para colocar o grupo anos-luz à frente dos rivais.

Formado em Educação Física, Paulo Amaral dirigiria ainda o Botafogo como treinador. No comando dos aspirantes, chegou a vencer 52 jogos consecutivos, sem sequer empatar. Mais tarde, o auxiliar-técnico de Vicente Feola no Mundial da Inglaterra, em 1966, comandaria clubes do exterior, como a Juventus e o Genoa, da Itália, além do Porto, de Portugal.

Nas últimas décadas, Paulo Amaral não se entregou ao avanço da idade. Diariamente podia ser visto, sempre de bem com a vida, no Posto 6, em Copacabana, onde morava, jogando vôlei com os amigos ou a caminhar no calçadão. O homem que servira à Polícia Especial de Getúlio Vargas na ditadura do Estado Novo, no âmago, era de uma simpatia e doçura ímpar. Adorava contar seus velhos "causos". No entanto, seu estado de saúde desandou a piorar a partir de 2006, quando praticamente ficou recluso em casa, onde, diante do carinho dos familiares, faleceu ontem.

Tanto a CBF como o Botafogo não mandaram representantes ao enterro de Paulo Amaral. Apenas coroas de flores. Pouco para quem tanto fez pelo clube e pelo país.

Fonte: Jornal do Brasil



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