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| NETVASCO - 18/03/2008 - TER - 00:22 - Erasmo Carlos fala sobre sua paixão pelo Vasco e sobre rivalidade Com sete camisas do Vasco da Gama nas mãos, o Tremendão Erasmo Carlos chega à varanda de sua casa, na Barra, onde mora há mais de 25 anos, disposto a mostrar mais uma vez a paixão que nutre pelo clube da Colina. A mais nova, autografada pelos atuais jogadores do time, foi a escolhida para a sessão de fotos com seu neto João Gabriel, de 9 anos, que, ao contrário do vovô coruja, é um rubro-negro de mão cheia. Tão flamenguista que hoje começa a disputar, em Portugal, o Mundialito 2008, que reúne equipes de escolinhas de futebol de diversos clubes do mundo inteiro. Já Erasmo, ao lado do filho do meio, Carlos Alexandre, forma uma ilha vascaína na família, como diz seu caçula, Leonardo, pai de João Gabriel. Para brincar com a rivalidade futebolística do clã, reunimos avô e neto para um bate-papo — e um bate-bola. As brincadeiras de Erasmo com João começam antes mesmo do início da entrevista. — Vai tirar essa camisa, não gosto de ver sangue — brinca o cantor, performático, levando as mãos aos olhos. João ri, pega a bola e leva para o pequeno gramado da varanda, ao lado da piscina. Com a fome de bola comum aos meninos de sua idade, começa a fazer embaixadas e trocar passes com Erasmo que, ainda em meio ao futebol improvisado, conta sua história de amor ao time “da virada”. — Eu nasci vascaíno. Mas me apaixonei de verdade pelo time no fim dos anos 40, quando a equipe era chamada de “Expresso da Vitória” — relembra o compositor. Erasmo fala do célebre time que serviu de base para a seleção que disputou a Copa de 1950 no Rio. Entre os craques em campo, estava seu maior ídolo, Ademir. — Ele era um craque, é um ídolo até hoje para mim — comenta o cantor, que ainda revela outro motivo para tanto amor. — Eu, ainda muito criança na época, fiquei impressionado com aquela faixa. A camisa era muito diferente de todas as outras. Apesar da paixão pelo Flamengo, João, como todo jogador que se preze, deixa a preferência de lado na hora do “trabalho”. Federado pelo Fluminense, ele joga nas categorias de base do tricolor carioca. O que não o impede de estar matriculado na escolinha do Flamengo, time pelo qual jogará o Mundialito em Portugal. — Quando estou no campo, até esqueço com que camisa estou, eu quero é jogar — afirma ele. No time rubro-negro, o jogador mirim aponta suas preferências: atualmente, não tem para mais ninguém, é Obina na cabeça e no coração. — Eu gosto do Souza também, mas o Obina funciona muito bem, mesmo na reserva. O Kléberson é muito bom, por mim estaria no time titular, no lugar do Cristian — opina o garoto, dando uma de treinador. Nascido na Tijuca, Erasmo Carlos lembra que assistia aos jogos do Vasco no campo do América, ainda na Rua Campo Salles. Curiosamente, em sua “estréia” no Maracanã — palco de algumas das principais conquistas do cruzmaltino —, não viu seu time jogar: — Era um Bangu x Portuguesa de Desportos. Eu tinha uns 11 anos. Naquela época, só tinha TV em preto-e-branco, e fiquei muito espantado quando vi que o gramado era verde! João, por sua vez, já viu o Flamengo jogar muitas vezes no Maracanã. A última, há duas semanas, na estréia do time na Copa Libertadores da América, contra o Cienciano. — Acho que o time ainda se classifica, tenho esperanças — acredita João, comentando o tropeço do rubro-negro na última partida da competição, contra o Nacional, do Uruguai. Apesar da paixão pelo futebol, a família nunca foi junta ao Maracanã. Erasmo explica o porquê. — Eu cansei do estádio, dá muito trabalho ir e voltar; é muito mais cômodo ficar em casa. Eu assisto a todos os jogos do Vasco, chamo os amigos, fazemos churrasco. É muito melhor — comenta o cantor, que já viveu, no entanto, muitos momentos de alegria explícita no “maior do mundo”: — Eu ia bastante quando era mais novo, com a turma da rua. Ficávamos na geral, era uma farra. Mesmo com toda a paixão de Erasmo pelo Vasco, dois dos seus filhos se bandearam para a turma dos urubus. Como isso foi acontecer? A explicação — meio na brincadeira, meio a sério — vem de Leonardo, pai de João e de Daniel, de 14 anos, outro flamenguista de carteirinha. — Ah, ele estava muito ocupado compondo, cantando. Crescemos vendo times memoráveis do Flamengo, com jogadores como Zico, Adílio, Nunes, era normal virar a casaca — comenta ele. O Tremendão completa: — Era realmente uma covardia. Um time precisa ter regularidade para conquistar novos torcedores. Coisa que o Vasco não tinha e não tem até hoje. Mas, ao contrário do que se poderia pensar, na família Esteves não há espaço para brincadeiras sobre o assunto. — Futebol aqui é uma coisa muito séria, ninguém sacaneia ninguém. A gente sabe que o outro vai ficar muito chateado, então, um respeita o outro. Só assim não dá briga — revela Leonado. Além da paixão pelo futebol, avô e netos têm outras coisas em comum. Nas tardes de sábado, dia em que João vai visitar Erasmo junto com os pais e o irmão, além de bater bola no gramado eles gostam de colocar o papo em dia e de brincar com jogos de tabuleiro. — Ele só não entra na piscina. Acho que nunca vi o vovô nessa piscina — entrega Daniel, às gargalhadas. NOME COMPLETO: Erasmo Esteves APELIDO: Tremendão DATA DE NASCIMENTO: 5 de junho de 1941 IDADE: 66 anos ALTURA: 1,86m PESO: 91kg NÚMERO DA CHUTEIRA: 44 POR QUE TORCE PELO VASCO: Nasci vascaíno e fiquei encantado com o time na época do “Expresso da Vitória”, base da seleção de 1950. O Ademir, meu ídolo até hoje, fazia parte da equipe. Fonte: O Globo - Jornal da Barra (16/03/2008) |
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