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NETVASCO - 23/01/2008 - QUA - 16:49 - Saiba mais sobre a vida e a carreira de Dora Bria

Nascida no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, no dia 19 de julho de 1958, Dora Bria era filha do romeno Vasile Bria e da brasileira Dora Bria (mesmo nome que o seu) e tinha apenas um irmão, Mauro Bria, quatro anos mais velho. A relação de Dora com o mar começou na infância, quando freqüentava a Praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, com sua família.

Apaixonada por esportes, Dora praticou vôlei no time do Colégio Marista São José, no Rio de Janeiro, dos 14 aos 18 anos de idade. Após matricular-se na Faculdade de Engenharia Química da UFRJ, na Ilha do Fundão, Dora passou a ter dificuldades de treinar vôlei de quadra e passou a jogar na Praia da Barra da Tijuca com alguns amigos.

Mais tarde, por influência do então namorado Eduardo Cestari Campos, aprendeu a velejar, e se apaixonou imediatamente pela nova modalidade. Seus primeiros barcos foram das classes Laser e Hobbie Cat 14, que utilizava na Lagoa de Araruama, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. A mudança para o windsurfe aconteceu também por insistência de Eduardo, mas Dora não cedeu facilmente, já que considerava um esporte "masculino" e de "muita força". Entretanto, na primeira vez que tentou velejar sobre a prancha, mesmo com algumas quedas, Dora Bria apaixonou-se pelo esporte e nunca mais o deixou.

Primeiro patrocínio veio na década de 80

Disposta a completar os estudos universitários, Dora demorou a começar a competir no windsurfe. Diversas tentativas de emprego malsucedidas, no entanto, aproximaram Dora da prática profissional.

Bonita e dedicada, Dora Bria chamava a atenção dos praticantes do windsurfe por sua facilidade em velejar em pranchas pequenas, como as de surfe. Na década de 80, Dora já participava de competições oficiais e obtinha seus primeiros patrocínios, que lhe garantiam apenas roupas e velas para a prancha. Mais tarde, novos patrocínios apareceram e Dora conseguiu melhorar sua participação nos circuitos internacionais. O primeiro foi no Havaí, em 1985, quando Dora competiu com outras 32 esportistas mulheres.

Dora foi a primeira brasileira a disputar o Circuito Mundial Profissional de windsurfe (PBA, hoje conhecido como PWA). De 1990 a 2000, dominou o cenário do esporte no Brasil, conseguindo algum destaque internacional. Nem mesmo a malsucedida migração para a categoria de pranchas grandes, com o intuito de disputar as Olimpíadas de Atenas, em 2004, tirou de Dora Bria o interesse pelas ondas e pelo windsurfe.

Em 2000, Dora encerrou sua carreira como windsurfista profissional, defendendo o Vasco da Gama, seu time de coração, após conquistar seis vezes o título de campeã brasileira, tricampeã sul-americana, e ficar entre as cinco melhores do mundo em ondas grandes entre 1990 e 1995, no Hawaii. Nos dois anos seguintes, Dora ministrou clínicas de windsurfe em todo o Brasil, e em 2003 cursou Gestão de Esportes em São Paulo.

Além do destaque no esporte, Dora Bria foi madrinha de bateria da escola de samba Tradição, no Rio de Janeiro, em 2002, após posar para duas revistas masculinas: a "Playboy", em 1993, e a "Sexy", em 2000.

Bicampeão mundial recebia dicas de Dora

Bicampeão mundial de windsurfe (2005 e 2007) na categoria ondas, o catarinense Kauli Seadi tinha acabado de acordar quando recebeu a notícia da morte de Dora Bria. Ele está na ilha de Maui, no Havaí, onde a velejadoraa era famosa por seus feitos no esporte. E, segundo Kauli, o wind brasileiro só obteve o respeito que tem hoje graças a ela.

Catarinense, Kauli só conheceu Dora em 1996, durante um campeonato em sua terra-natal, Ibiraquera. Ficou impressionado quando ela lhe deu dicas. Dora já era hexacampeã brasileira e tricampeã sul-americana.

- Ela era o grande nome do windsurf brasileiro no Brasil e no mundo. Abriu muitas portas para todos nós, fez muita coisa pelo esporte. Além disso, era simpática, comunicativa. Aqui no Havaí todo mundo a conhecia. Ela pegava ondas muito grandes mesmo. Eu a encontrava poucas vezes, pois ela morava no Rio. Mas ela sempre me dava dicas, desde que comecei a velejar – diz.

notícia da morte pegou o velejador de surpresa. Dora morreu num acidente de carro em Minas Gerais.

- É muito triste saber que uma pessoa que tinha tanta coragem acabou perdendo a vida num acidente de trânsito – diz Kauli.

O enterro de Dora Bria será nesta quinta-feira, no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro, às 11h.

Lars Grael foi o primeiro a saber da morte

O velejador Lars Grael foi a primeira pessoa a receber a notícia da morte de Dora Bria. Na noite de terça-feira, por volta das 22h44m, ele recebeu uma ligação de um funcionário de uma agência funerária ligada ao Instituto Médico Legal (IML) de Patos de Minas, em Minas Gerais.

Lars não acreditou no funcionário. Achou que poderia ser trote, um tipo de golpe que nos últimos tempos tem sido aplicado por bandidos.

Ainda tinha esperança de que a velejadora tivesse apenas se acidentado, e não morrido. Quando soube da confirmação da morte, ficou consternado.

- A vela fica de luto. Ela foi a primeira velejadora do Brasil a ser admirada nacionalmente – diz Lars.

Como você recebeu a notícia?

"Era por volta das 22h45m, quando meu telefone tocou. Era um cidadão chamado Marcos, que se identificou como funcionário de uma agência funerária ligada ao IML de Pato de Minas. Vi que o prefixo era 34. Ele perguntou se eu conhecia a Dora Bria. E que ela tinha falecido num acidente. Disse que achou meu telefone na agenda dela e perguntou se eu reconhecia alguns outros nomes."

Chegou a achar que podia se um engano?

"Achei que era trote, uma brincadeira. Ele não sabia dos detalhes. Perguntou inclusive se eu sabia onde ela morava. Disse que achava que ela ainda estava morando no Rio. Tentei contato com a família e com alguns amigos dela. Eu ainda tinha esperança de que ela pudesse apenas ter se acidentado, mas soube da confirmação nesta quarta-feira."

Quando você conheceu a Dora Bria?

"Eu a conheci quando ela despontou no windsurfe e ganhou notoriedade, no fim dos anos 80. Apesar de ela não competir em ondas e praias, e não em clubes em marinas, estávamos sempre em contato em eventos."

Qual foi a importância da Dora para a vela brasileira?

"A vela fica de luto. Ela foi a primeira velejadora do Brasil a ser admirada nacionalmente. Ajudou a popularizar o esporte. Era uma musa e tinha muito talento. Ficou famosa pelos títulos e pela imagem que tinha."

Fonte: GloboEsporte.com


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