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NETVASCO - 30/12/2007 - 02:11 - Juniores: Cainã, um índio da tribo do Guajajaras no elenco vascaíno A paixão pela bola começou cedo. Desde pequeno, o menino robusto e esquentado era sempre um dos mais animados nas disputadas peladas com os amigos. O tempo passou e o sonho se transformou em realidade. A história de Cainã não seria diferente da de vários adolescentes brasileiros que gostam de futebol, se não fosse por um detalhe: o promissor volante vascaíno é filho legítimo da tribo dos Guajajaras, do Sertão Maranhense. Nasceu e cresceu aprendendo a cultura do seu povo. E se orgulha disso. Há um ano no Vasco, depois de tentar a sorte no Fluminense e Juventude (RS), o jogador de 17 anos terá pela frente mais um dos inúmeros desafios que a vida colocou em seu caminho: conquistar a confiança do técnico Toninho Barroso e ganhar uma vaga no time que disputa, a partir do dia 5, a Copa São Paulo de Juniores - competição que o clube não conquista há 15 anos.
- Ele vem treinando sério. Está se dedicando muito. É um jogador de muita personalidade que pode nos ajudar - elogia Barroso. Fã de Emerson Para vencer no futebol, a jovem promessa se inspira no antigo capitão da Seleção Brasileira. - Quando eu tinha 8 anos, via na televisão da tribo o Emerson jogar. Ele sempre foi uma grande referência para mim - ressaltou o jogador que ainda mantêm algumas das tradições de seu povo. - Sei falar tupi-guarani e gosto de misturar farinha de mandioca no arroz. Mesmo tendo sido criado sob a influência da cultura do homem branco, o garoto sente falta de tomar banho no rio, de pescar e caçar com seus companheiros de tribo, da vida ao ar livre. Saudade que nem o cabelo-louro, sob o efeito de luzes, e os dois furinhos na orelha são capazes de matar. Com o coração apertado e pensando nos pais, que hoje moram tão longe, e na tia Joana, que o criou, o jovem índio segue em frente. Não corre só atrás da bola e dos adversários, corre com valentia atrás do seu futuro. Coincidência ou não, enverga a camisa de um clube que abriu no passado as portas para os negros no futebol brasileiro e não se dobrou ao preconceito racial. A jornada do jovem Guajajara no mundo do futebol está apenas começando. Vencer ou perder já não é tão importante. Mais do que ter percorrido os 3.623 km que separam Grajáu, cidade onde fica a sua tribo, do Rio de Janeiro, Cainã venceu a batalha principal. Superou medos e abismos culturais inimagináveis para realizar o velho sonho de criança. E conseguiu. Fonte: Jornal do Brasil |
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