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NETVASCO - 13/12/2007 - 10:00 - Beto até acorda cedo para convencer o 'professor' Romário

Foi uma visita ao museu da bomba para nunca mais. Nos dois anos que viveu em Hiroshima, no Japão, Beto preferiu contemplar a cidade reconstruída. Por maior que seja o estrago, o apoiador sentiu na pele que é possível recomeçar. Revelação do Botafogo campeão Brasileiro em 95, chamado por Zagallo para a seleção em seguida, detonou oportunidades, dinheiro e o próprio prestígio até defender o Itumbiara e o Brasiliense na última temporada.

Quando os times do interior já tocavam o telefone para tê-lo no Estadual, Beto lembrou que ainda restavam os amigos. A pedido de Romário, que deve ter Alfredo Sampaio como auxiliar, as portas de São Januário se abriram para o jogador tentar recuperar a forma e um lugar entre os grandes.

— Foi horroroso ver as marcas da guerra, mas a cidade hoje é linda. O período que passei lá me ajudou a pensar nas coisas — disse Beto, que chegou ao Rio nos anos 90, trocado por 50 pares de chuteiras. — Sei que poderia ter ido mais longe, mas de onde eu vim não posso estar arrependido. Ainda tenho tempo e vontade de fazer coisas boas.

Clube apresenta nigeriano Abubakar e chileno Villanueva Em vez de jogar promessas no ar, Beto tenta vencer a desconfiança na prática. Se Romário e os colegas estão de férias, o apoiador tem corrido contra o tempo para estar bem na reapresentação, dia 2 de janeiro. Na terça-feira, levantou às 6h30m para fazer exames. Ontem, ganhou mais meia hora de sono antes de pegar o carro no Recreio e atravessar a cidade para treinar no Vasco. Em clima de festas e praia na cidade, voltou para almoçar com a mulher Marcela, os filhos Pedro, de quatro anos, e Heloísa, três meses.

— No Japão já era assim — conta Marcela, a primeira que teria motivos para se queixar da indisciplina e da boemia. — As pessoas falam de um Beto que elas não conhecem. O verdadeiro é pai, amigo, adora uma novela e é capaz de passar até quatro horas no computador jogando paciência.

Mas regeneração e paciência têm limite. Entre o caseiro e o boêmio, está o Beto se sempre, com seu sorriso tão solto quanto a língua, que não mede palavra nem conseqüência:

— Criei essa imagem porque nunca escondi nada. Já curti demais, em alguns momentos chegou a atrapalhar sim.

Filho de uma apontadora de bicho, vendedor de picolé na infância, em Cuiabá, foi no Japão que Beto conviveu, enfim, com uma disciplina que não conhecia.

No início de cada temporada — a última foi em 2006 — vestia paletó e gravata para rezar com os companheiros num templo budista. Além do museu, ficou impressionado com as multas pesadas por atraso nos treinos, com obrigação de carregar o própria material e com a quantidade de chuteiras descartadas ainda em bom estado:

— Dava para me comprar duas vezes. Aprendi muito lá, mas não virei santo. Ainda levo cartão amarelo em casa. Não posso deixar de jogar pelada.

Já as noitadas com Romário ele prefere evitar. Beto não quer misturar intimidade com o trabalho sob o risco de ficar sem o emprego e o amigo:

— A gente não vai se cruzar tão fácil não na noite. Ele pode aparecer mais tarde no treino, mas eu tenho que chegar primeiro para a parte física.

Ao lado do chileno Villanueva e do nigeriano Abubakar, Beto já fez exames e treinos físicos. Diferentemente dos dois, que serão apresentados hoje em São Januário, o veterano ainda terá a contratação avaliada. Emolduradas na parede de casa, Beto exibe as camisas de Botafogo, Napoli, Grêmio, Flamengo e Vasco.

As passagens por clubes pequenos estão guardadas:

— Me ligaram do Resende e do Boavista, mas ainda não é hora. Se fizer boa pré-temporada, em forma não perco para ninguém na minha posição.

Fonte: O Globo


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