![]() |
. | ![]() |
|
| NETVASCO - 18/11/2007 - 13:01 - Fundado há 20 anos, Clube dos 13 convive com disputas por cotas de TV Na época de sua fundação, em 1987, o Clube dos Treze era o nome fantasia de União dos Grandes Clubes Brasileiros. Os membros não são mais 13, mas, sim, 20. E não há união. Concebido para ser o embrião de uma liga administrada pelos principais clubes do país, sua realidade, após 20 anos, mostra que o objetivo sucumbiu à disputa de interesses. Hoje, um bloco de oposição, que inclui na linha de frente Flamengo, Botafogo e São Paulo, contesta a gestão do presidente Fábio Koff que, reeleito na última terça-feira, completará 15 anos no cargo em 2010. Enquanto isso, a disputa política por uma fatia maior do contrato com a TV gera alianças e conflitos. — Na verdade, nunca houve união. O que mais faço é administrar conflitos. Quem reclama são dois ou três clubes — minimiza Koff. Em 1987, a declarada incapacidade econômica da CBF para organizar o Brasileiro fez surgir o Clube dos Treze e a Copa União. Único campeonato organizado pelos clubes, acabou em conflito com a CBF e discórdia quanto ao campeão. — Trouxemos TV e anunciantes para negociar. Era um salto rumo à liga. Mas, em 1988, os clubes cederam à pressão da CBF e o campeonato saltou de 16 para 24 clubes. Ali, o projeto se perdeu — diz João Henrique Areias, responsável pelo marketing do Clube dos Treze em 1987. — Não é incompetência dos clubes. É que eles ainda são geridos por voluntários. Hoje, a entidade é um fórum de disputa política pelo dinheiro da TV. — Hoje, é um mero repassador de verbas — diz Carlos Miguel Aidar, primeiro presidente da entidade. Para receber as cotas, os clubes foram abrigados em grupos. Os opositores questionam os critérios. Flamengo e Corinthians, as duas maiores torcidas do país, estão juntos com Vasco, São Paulo e Palmeiras no grupo que recebe, cada um, R$ 21 milhões anuais. Em seguida, vem o Santos, com R$ 18,5 milhões. Grêmio, Internacional, Cruzeiro, AtléticoMG, Botafogo e Fluminense recebem R$ 18 milhões. Já Atlético-PR, Goiás e Sport ficam com R$ 11 milhões. Mesmo após terem sido rebaixados, Bahia, Coritiba, Portuguesa, Vitória e Guarani seguem recebendo cotas que caem a cada ano longe da elite. Originalmente, ganhavam R$ 11 milhões, valor que recuperam na volta à Série A. — O contrato amarra todo tipo de mídia, até novas tecnologias como internet e telefonia. Quanto vale isto? O Clube dos Treze nunca fez um estudo, nunca explorou novos produtos que podem surgir da aliança dos clubes — diz Bebeto de Freitas, presidente do Botafogo. — O Palmeiras não é maior do que o Botafogo. Juntase um grupo e decreta que o Vasco é igual ao Flamengo. Pela divisão de cotas de TV, há cinco Flamengos, cinco Corinthians neste país. Há mais torcida do que população. E ninguém sabe qual o critério. Fábio Koff diz que a Informídia e a TNS foram contratadas para realizar estudos de mercado que, segundo ele, norteiam a divisão das cotas. — Nunca vimos os resultados — diz Márcio Braga. — É um absurdo ele dizer isto. A comissão que negociou o contrato com a TV era presidida pelo Flamengo, em 2003. O Hélio Ferraz era o presidente. E mais: a Informídia envia relatórios a todos os clubes. E o Márcio Braga diz desconhecer — questiona Koff. Um percentual do contrato com a TV remunera toda a estrutura administrativa do Clube dos Treze. A presença do ex-presidente do Palmeiras Mustafá Contursi como vice-presidente do Clube dos Treze até a gestão que se encerrou nesta semana é apontada pela oposição como fator de promoção do Palmeiras à faixa principal de receita. Na gestão que se encerrou, Eurico Miranda era o segundo vice-presidente. Agora, passou a primeiro vice. — Claro que isto explica muita coisa – diz Márcio Braga, presidente do Flamengo. Casos curiosos envolvem clubes como o Figueirense. Desde 2002 na Série A, recebe R$ 4 milhões, valor destinado clubes da elite que não são Clube dos Treze. É menos que ainda recebe o Bahia Série C. O Sport, que subiu em 2007, ganha R$ 11 milhões. mesmo que, em 2008, receberão Coritiba, Portuguesa Vitória, que voltam à elite. — É uma disparidade enorme. Não recebemos um tostão do pay-per-view e nossos jogos são transmitidos. Tentamos conversar com Fábio Koff para entrar no Clube dos Treze. Mas, lá, os times lutam para aumentar sua cota. Ninguém quer mais um membro — diz José Carlos Lages, presidente da Figueirense Participações. — Os clubes só brigam por uma fatia do bolo, mas não trabalham com visão corporativa, para aumentar o bolo — diz Mauro Holzmann, diretor de marketing do Atlético-PR e exexecutivo do Clube dos Treze. A União dos Clubes Brasileiros tem desunião até na oposição. Flamengo, São Paulo e Botafogo, com apoio de AtléticoMG e Cruzeiro, queriam a criação de um Conselho de Administração, que daria o norte da política a ser seguida, em especial na negociação com a TV. O modelo, que enfraqueceria Fábio Koff, foi derrotado. Os opositores até se ausentaram da reunião que votou o estatuto. Na eleição da última terça, Cruzeiro e Atlético-MG votaram em Koff. Na última semana, Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo, acenou com a possibilidade de o clube negociar seus direitos separadamente do Clube dos Treze. Já o Flamengo anunciou que vai desautorizar oficialmente a entidade a negociar em seu nome. — Os três (Flamengo, Botafogo e São Paulo) que joguem entre eles — diz Koff. No novo estatuto, Portuguesa, Atlético-PR, Vitória, Goiás, Guarani, Sport e Coritiba ganharam direito a voto com o mesmo peso dos demais membros, que são fundadores. — Aí, eles se juntam com os clubes de situação e votam para diminuir a cota do Flamengo — diz Márcio Braga. — Do Flamengo, não tiram nada. ![]() Fonte: O Globo |
|
NetVasco
| Clube
| Notícias
| Futebol
| Esporte
Amador | História
| Torcidas
Mídia | Interativo | Multimídia | Download | Miscelânea | Especial | Boutique |