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NETVASCO - 09/11/2007 - 05:53 - Advogado do MUV: 'Eurico pode ficar no poder até 2009'

Quando o assunto é eleição para presidência do Vasco, a Justiça fecha os olhos e permanece imóvel, como seu símbolo, a estátua da Deusa Têmis. Na próxima terça-feira, a anulação do pleito que elegeu o presidente interino do clube, Eurico Miranda, completa um ano. Como foi provado que a vitória foi obtida com votos irregulares, uma nova eleição teria que ser realizada em maio deste ano. Mas a diretoria conseguiu apelar e continua a utilizar sua influência nos tribunais para impedir que os juizes batam o martelo.

O último recurso dos advogados de Eurico Miranda foi dar entrada, no final de agosto, em um embargo de declaração no Órgão Especial do Tribunal de Justiça (TJ). Devido ao recurso, segundo o Movimento Unido Vascaíno (MUV), que coordena a chapa de oposição, o processo está parado há mais de oito semanas.

Para o advogado Luiz Américo, diretor-jurídico do movimento, não há dúvidas de que a situação é beneficiada pelo fiel da balança na Justiça:

— O relator do processo, Salim José Chalub, está sem velocidade. Sentou em cima da matéria há dois meses, apenas para julgar um embargo de declaração, recurso usado quando há divergência no acórdão. Cabe a ele decidir e colocar em votação. Normalmente, isto ocorreria em uma ou duas semanas.

Luiz Américo lamenta que o recurso emperre a continuidade do processo. Se o relator esclarecesse seu voto mais rapidamente, não seria preciso esperar tanto tempo para definir a data da nova eleição.

— Não há justificativa para isso. Tem toda a cara de manobra, porque o Vasco utiliza de todos os recursos e influências — afirmou Américo.

Somente depois de decidido o mandado de segurança, o efeito suspensivo da sentença de primeira instância, que adiou a realização da eleição, poderá ser julgado na 8ª Câmara Cível, a mesma que concedeu liminar impedindo a posse de Eurico Miranda e toda a diretoria em 2006.

— Já deveriam ter sido marcadas novas eleições desde a primeira instância da apelação, há oito meses, na 15ª Vara Cível — recorda Américo.

No dia do aniversário de um ano da eleição fraudada, o MUV fará protesto contra a demora do julgamento do mandado de segurança em frente ao Tribunal de Justiça, no Centro, às 12h30m. Os integrantes da chapa de oposição serão recebidos pelo desembargador, e presidente do TJ, José Carlos Murta Ribeiro, a quem entregarão carta que pede rapidez no julgamento.

A carta conterá trechos de um relatório do departamento jurídico do MUV. O documento de oito páginas cita a atuação do corregedor do TJ, desembargador Luiz Zveiter, que fez defesa a favor do Vasco no julgamento de um agravo.

"Chamou atenção a argumentação que Luiz Zveiter fez a favor da tese da diretoria interina. Este desembargador conhece bem o clube, pois o escritório de advocacia de sua família, onde também trabalhou, já defendeu o clube na causa onde a Associação Atlética Portuguesa de Desportos cobrava do Vasco uma indenização por conta da não realização de um seguro do ex-atleta Denner, que morreu quando jogava pelo Vasco. Por este serviço, o escritório recebeu de honorários cerca de R$ 460 mil", diz o relatório.

A oposição acredita que a diretoria interina deva usar a mesma estratégia da eleição para o triênio 2003-2006, no qual irregularidades foram constatadas. À época, o MUV também pediu, na Justiça, a anulação. Veredicto: negado.

— Eurico pode ficar no poder até 2009, quando o processo perde o sentido e novas eleições serão organizadas. Ele poderá participar e quem garante que não haverá nova fraude? A estratégia é fazer do interino um presidente vitalício — disse Américo.

Em 2006, a chapa Por Amor ao Vasco, de Roberto Dinamite, venceu a eleição nas urnas válidas, com 1237 votos. A chapa Azul, de Eurico, ficou com 1194. Mas a diretoria ignorou decisão judicial e somou votos da Urna 1, destinada a sócios irregulares. Assim, Eurico venceu por 1848 a 1409. O GLOBO procurou o TJ, mas não obteve resposta. Já o vice-presidente jurídico do Vasco, Paulo Reis, não foi encontrado em seu escritório.

Fonte: O Globo


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