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NETVASCO - 24/10/2007 - 01:25 - Romário atraiu cerca de 50 jornalistas e cobrança da torcida

O primeiro ato do Baixola, técnico interino do Vasco, foi se ‘barrar’ para o decisivo jogo de hoje, contra o América do México. Exatamente como vinha fazendo seu ‘antecessor’, Celso Roth, que acabou demitido também por isso. A princípio, Romário só entrará no segundo tempo, como mostrou no coletivo de ontem.

Hoje, o Baixinho comandará o time do banco de reservas e fica a dúvida: o dublê de jogador e treinador estará de uniforme e chuteiras na área técnica, pronto para entrar em campo?

O certo é que, quando isso acontecer, Romário será substituído à beira do campo pelo preparador físico Mauro Brito.

PEIXES E DESAFETOS

Bastou um coletivo para o novo ‘professor’ eleger os seus novos peixes: o esquecido goleiro Cássio e os limitados Luizão e Leandro Bonfim, que vinham sendo eternos reservas. Cássio, por exemplo, volta a ser titular após amargar 37 jogos na reseva de Sílvio Luiz. Não joga desde o dia 10 de abril.

Além deles, Rubens Júnior, que foi uma avenida na recente derrota para o Flamengo, e o pouco inspirado Alan Kardec ganharam nova chance no time.

Os desafetos são Sílvio Luiz, Vílson e Andrade, que, a exemplo dele, foram barrados pelo técnico Baixinho. O novo ‘professor’ desfez o esquema 3-5-2, de Celso Roth, e adotará o 4-4-2 com apenas dois zagueiros, já que Júlio Santos foi expulso no jogo de ida no México e está suspenso.

Antes do treino de ontem, alguns integrantes de uma torcida organizada conversaram com os jogadores e pediram mais empenho, prometendo apoio no jogo.

Seu Edevair e dona Lita, pais do técnico-relâmpago do Vasco, esperam que o filho se dê bem nesta experiência única.

Dona Lita sonha com um bom desempenho do novo ‘professor’ do Vasco. “Vamos ver o que acontece. Estou na torcida para que corra tudo bem e o Vasco se classifique. Se ele vai ou não tomar gosto por essa nova carreira, aí é com ele”, afirmou a mãe do Baixinho.

Aniversariante de hoje, seu Edevair acredita que o filho saberá passar as instruções aos jogadores, quando estiver à beira do campo. Mas aposta mais nele dentro de campo, fazendo gols.

“Confio mais no Romário como jogador porque fui treinador dele e o ensinei muito bem. Nunca lhe dei meus conselhos para a função de treinador, mas tomara que ele dirija bem o time e classifique o Vasco”, torce seu Edevair.

COBRANÇA DA TORCIDA LOGO NO PRIMEIRO DIA

Sim, o vistoso Land Rover prata que entrava pelo portão sete de São Januário era mesmo o de Romário, ainda que estivesse faltando 1h15 para o início do treino. O ‘professor’ chegava cedo ao clube, sem imaginar que o novo cargo de treinador lhe reservaria mais uma ingrata mudança na rotina antes tão pacata: aturar cobrança de torcedores não estava nos seus planos.

Mas Romário, mesmo torcendo o nariz, aceitou numa boa receber aquele pessoal da Força Jovem, que ameaçava fazer um protesto em caso de tropeço, hoje, no jogo contra o América do México. Deixou de lado a impaciência de jogador para, com a calma de um ‘professor’, conversar com uns dez fortões, no vestiário, por aproximadamente 20 minutos.

Logo ele, que nunca foi chegado a essas conversas... Logo ele, que nunca simpatizou muito com aquela facção...

“Vocês nem precisam vaiar, não. Se alguém não correr, se alguém fizer corpo mole, pode deixar que eu tiro na hora”, prometeu, conquistando os fortões.

“Ele foi bacana. Nem o Celso Roth costumava receber a gente tão bem”, confirmou um dos torcedores.

Em pouco tempo, Romário pôde perceber que a profissão de treinador tinha lá suas vantagens. Uma delas: permitir que os jogadores se livrassem das incômodas caneleiras durante o coletivo. Todo mundo adorou, menos o gerente de futebol Paulo Angioni.

“Puxa, Romário. Pede pro pessoal levantar a meia’, reclamou o dirigente.

“Eu sou o treinador. Você quer me deixar mal? Vai tirar minha autoridade? Sou o responsável por tudo aqui no campo”, respondeu Romário, com ar de deboche, dando uma risada de sua própria arrogância, e fazendo o dirigente cair também na gargalhada.

Os jogadores saíram do vestiário com 18 minutos de atraso. E, já no gramado, Romário ainda conversou com o presidente Eurico Miranda. Quando a bola finalmente rolou, o novo ‘professor’, de colete branco, deu poucas instruções dentro de campo. Sua melhor atuação seria mesmo como jogador: depois de um primeiro tempo sem graça que terminou em 0 a 0, ele tirou o colete e escalou-se no lugar de Alan Kardec. Precisou de apenas um minuto para fazer o que os outros 20 homens de linha não tinham feito em meia hora: um gol.

Mas, depois, Romário fez feio: no treino de cobrança de pênaltis, perdeu suas três tentativas. Era hora de assumir a função de técnico do time e acabar de uma vez com aquele treino.

Assunto no mundo inteiro por ter assumido o comando do Vasco, Romário teve sua primeira bola fora como novo ‘professor’ do clube da Colina: o antimarketing na véspera de um jogo decisivo para o clube.

Apesar de atrair cerca de 50 jornalistas, inclusive de emissoras de TV da Alemanha, México e agências internacionais, ele decretou lei da mordaça: não deu entrevistas e nem tampouco deixou os jogadores falarem.

Quem divulgou a escalação da equipe que enfrentará o América do México foi um dos assessores de imprensa do clube. “Avisa lá que eu já falei, ontem, e não vou dar entrevista hoje”, disse ele ao assessor, que ficou numa sinuca.

“Mas a imprensa quer saber qual será o time que vai jogar. O que eu falo?”, perguntou o assessor. “Então, avisa lá que o time é esse...”, disse.

Até o acesso dos jornalistas à área de entrevistas foi proibido. Para caracterizar a lei da mordaça, uma equipe de TV tentou ‘entrevistar’ a estátua de Romário, que fica atrás de uma das balizas. Mas foi convencida pela assessoria a não filmar.

PLENOS PULMÕES

Se ontem o novo ‘professor’ de São Januário e os jogadores ficaram mudos, um grupo de garotos das escolinhas de futebol do Vasco encheu os pulmões para gritar. “Romário! Romário!” e “Eu vou torcer pro Vasco ser campeão, São Januário, meu caldeirão!”.

Vitória por 3 a 0 classifica para próxima fase

Para não passar em branco mais uma temporada, completar quatro anos sem ganhar o título e ver o ano de 2007 terminar mais cedo, o Vasco do ‘professor’ Romário terá de vencer o América do México por 3 a 0, no mínimo, já que perdeu de 2 a 0, o jogo de ida.

Só assim, o clube conseguirá se manter na Copa Sul-Americana e enfrentar o vencedor do confronto entre Arsenal, da Argentina, e Chivas, do México, nas semifinais da competição. Romário não deu entrevistas, ontem, mas na véspera, quando assumiu a dupla função, demonstrava sua confiança na classificação.

“É perfeitamente possível o Vasco reverter essa situação. Contra o Lanús também perdemos o primeiro jogo por 2 a 0 e acabamos vencendo por 3 a 0 no segundo. Agora, contra o América, temos condições de conseguir o mesmo objetivo e continuar na competição”, aposta o Baixinho.

NOVO TÉCNICO

Terminada a primeira e única experiência de Romário no comando do Vasco, o presidente Eurico Miranda anunciará, amanhã, o novo treinador, que deverá permanecer para 2008. Geninho, Paulo César Gusmão, Antônio Lopes são os nomes cotados em São Januário.

Notícia é destaque internacional

A dupla função de Romário contra o América do México fez o Baixinho e o Vasco ganharem as páginas de alguns dos principais jornais do mundo. Na Espanha, o ‘Sport’ lembrou a passagem do atacante pelo Barcelona e informou que, “como Romário não tem qualificação como treinador, será o preparador físico Mauro Britto, quem vai assinar a súmula.

A notícia também mereceu destaque no espanhol ‘Marca’, no português ‘A Bola’, no site inglês ‘Soccernet’ e no peruano ‘Crônica Viva’. O mexicano ‘Diario de Yucatán’ frisa que “com o atacante veterano como técnico improvisado, o Vasco recebe o América buscando um milagre (...) A missão impossível foi posta nas mãos do maior ídolo da equipe”.

Na Itália, o ‘La Gazzetta dello Sport’ ressalta o momento complicado da equipe de São Januário. “Se a situação ficar ruim, o Romário treinador poderá também escalar o Romário com a camisa 11”. E isso é, segundo o argentino ‘Olé’, “o que faltava para tornar maior a legenda.

Não satisfeito em ter superado os 1.000 gols, Romário agora será jogador e treinador”. A publicação diz que ele repete o uruguaio Juan Ramón Carrasco (Rocha), do belga Scifo (Charleroi) e do holandês Gullit (Chelsea) e termina com uma pergunta: “Se os cariocas ganharem, vão pedir para que Romário siga?”

Fonte: O Dia


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