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NETVASCO - 29/09/2007 - 00:24 - Mazzaropi relembra conquista do Campeonato Carioca de 1977

O goleiro Mazzaropi se emociona ao recordar o título do Campeonato Carioca de 1977, que completou seu trigésimo aniversário nesta sexta-feira (28/09). Na ocasião, após empate por 1 a 1 com o Flamengo no tempo normal e na prorrogação, o Vasco venceu a disputa de pênaltis por 5 a 4. O arqueiro defendeu a cobrança do jovem Tita, que dez anos mais tarde se tornaria o herói de outro Estadual conquistado pelo Gigante da Colina. Relembre a final de 1977 clicando aqui.

"Não poderia ser de outra maneira. São jogos que são marcantes na vida e carreira profissional de cada atleta. Também é um jogo que vive na nossa memória. Além da conquista e de você ter defendido um pênalti, também marca uma história, um feito na nossa carreira, de que ali completei vinte jogos sem tomar gol, então tudo isso são detalhes que marcam a carreira de um atleta. Chegamos 'taco a taco' na final. O Vasco já havia ganho o primeiro turno, no segundo chegamos empatados em primeiro lugar junto com o Flamengo e tivemos mais felicidade. Cobrança de pênalti também não diz quem é melhor dentro do jogo. Geralmente, o batedor bate mal, o goleiro nunca defende, mas o importante é que tivemos a felicidade de fazer a defesa e dar o título ao Vasco da Gama. Isso é que fica marcado", disse ao repórter Rafael Marques, da Rádio Globo.

Fonte: NETVASCO

Por onde anda Mazzaropi

Geraldo Pereira de Matos Filho anda sossegado no espaçoso apartamento que divide com a família na cidade de Sapucaia do Sul, localizada na região metropolitana de Porto Alegre, distante apenas 20 km da capital gaúcha. Sua principal ocupação nos últimos meses tem sido cuidar de sua mais nova paixão, o neto Matheus, de apenas nove meses, fruto gerado por sua filha Aline, de 25.

Mas a tranqüilidade do avô Geraldo, um senhor hoje com 54 anos e que entrou para a história do futebol com o apelido de Mazaropi - numa referência ao famoso personagem do humorismo brasileiro -, está próxima de acabar. Ele aceitou comandar o pequeno Cruzeiro, de Porto Alegre, clube da Série B do Rio Grande do Sul, por dois jogos, nesta semana, e estuda a possibilidade de assinar contrato e assumir de vez como treinador do clube - que já teve momentos de glória no século passado e até ganhou o Estadual de 1929.

"Estamos negociando, a definição deve sair nos próximos dias e, se assumir mesmo o Cruzeiro, vou comandar o time na Copa Federação Gaúcha de Futebol, no segundo semestre do ano", informa o tranqüilo Mazaropi, acomodado do sofá da sala, bem agasalhado, na tarde fria desta segunda-feira. A peça da residência onde recebeu o Pelé.Net tem espalhada em mesas de canto, troféus importantes, um deles até bem recente, e pelo qual parece ter carinho especial.

Orgulhoso, ele se levanta, caminha sem pressa com uma confortável pantufa, pega o troféu e explica: "Ganhei no ano passado, na Alemanha, da Federação Internacional de História e Estatística do Futebol, por manter um recorde mundial, o de ter ficado 1.816 minutos sem sofrer um gol em jogos oficiais".

A seqüência que se mantém imbatível ocorreu em 1977, quando defendia o Vasco, o primeiro clube oficial de uma carreira na qual ganhou tantos títulos que tem até dificuldade de relacionar. Os mais importantes, entretanto, vieram quando defendia o Grêmio, em 1983: campeão da Libertadores e do mundo. Um dos tantos feitos pelo tricolor e que o fazem ser um dos três maiores goleiros da história do clube. Os outros dois são Eurico Lara, ídolo tão importante que está citado no hino oficial; e Danrlei, que foi o número 1 do time gremista que ganhou sua segunda Libertadores, em 1995.

O apelido "Mazaropi", nasceu quando chegou ao Vasco

Pelé marcara seu gol 1.000 no goleiro vascaíno Andrada há poucos meses, quando o jovem Geraldo se apresentou ao clube do Rio de Janeiro. Era o ano de 1970 e ele vinha da cidade mineira de Além Paraíba, onde nascera em 1953. Menino calado, o mineirinho foi logo comparado ao famoso humorista que se destacava por encarnar o caipira interiorano.

O caipira mineiro que, apesar de ter defendido o Vasco até 1984 - embora com algumas curtas transferências para outros clubes nesse período -, jamais se acostumou com a vida conturbada da capital carioca. Gostou mesmo do Sul, de onde não tem projetos de sair. "Minha mulher nem gosta de falar na possibilidade de ir morar no Rio de Janeiro. Quando viajamos para o centro do país, para ir a Minas, ela nem quer passar pelo Rio", conta Mazaropi, sem esconder que a questão da segurança é a que mais pesa para que a esposa, Nádia, queira distância da "Cidade Maravilhosa".

Goleiro conquistou o maior título da história do Grêmio e foi hexacampeão estadual

Um episódio em especial marcou para sempre o casal. O primeiro filho, Marcos Vinícius, hoje com 27 anos, tinha poucos meses de vida quando sofreram um assalto no Rio de Janeiro. O ladrão chegou a encostar o revólver na cabeça da criança, antes de mirar também pai e mãe, e roubar o carro. Isso há quase três décadas, tempo suficiente para tudo piorar e a cidade onde Nádia nasceu se tornar ainda mais assustadora.

A aproximação de Mazaropi com o Sul começou em 1979, quando foi emprestado ao Coritiba. Tornou-se mais forte na primeira passagem pelo Grêmio, em 1983, no time que tinha como destaques estrelas como o zagueiro De León, o meia Mário Sérgio e o atacante Renato Portaluppi, e campeão mundial, num confronto com o Hamburgo, da Alemanha, só decidido na prorrogação da partida em Tóquio.

Mazaropi ainda seria emprestado pelo Vasco ao Náutico, em 1984, para então retornar em definitivo para o Grêmio, para ganhar seis campeonatos gaúchos (1985 a 1990), além da Copa do Brasil de 1989.

"Hoje a família toda é gremista, especialmente o filho mais novo, Daniel - 16 anos -, com o qual vou ao Olímpico assistir os jogos do time", diz Mazaropi, contente com a fase de torcedor. Mas sua relação com o clube, hoje, é só essa mesmo. Outros ex-jogadores, que foram seus companheiros, vivem a convidá-lo para jogos da equipe de veteranos, mas afirma não querer mais saber disso. "No máximo compareço a um churrasquinho, para ver a turma, mas jogar outra vez, não mesmo. Eu era muito 'ferrinho', treinava que nem um louco, futebol sempre foi coisa muito séria".

Após parar de jogar, foi vereador e ensinou goleiros no Japão

Foi o filho Daniel, hoje seu parceiro nas cadeiras do Olímpico, que o fez desistir de uma bem remunerada carreira como técnico de goleiros no Japão, para voltar ao Brasil, decisão da qual jamais se arrependeu. Mazaropi, que se elegera vereador pelo PMDB, em Porto Alegre, já cumprira três anos do mandato político, com destaque, no momento em que surgiu o convite, pelo treinador Otacílio Gonçalves, para que o acompanhasse ao Japão e passasse a ser técnico de goleiros.

Foi o que vez durante oito anos, inicialmente no Yokohama Marinos, depois no Nagoya Grampus, Frontale Kawasaki e finalmente no Consadole Sapporo. Na segunda metade desse período, a família, com saudades do Brasil, retornara para o Rio Grande do Sul, e Daniel não aceitou muito bem a distância do pai. Andava triste, abalado, e Mazaropi não pensou duas vezes para largar tudo e também voltar aos trópicos. "Ligeirinho o Daniel voltou a sorrir", conta o ex-goleiro.

E ao lado de Daniel tem analisado o futebol brasileiro do momento, o qual considera "nivelado por baixo". Especificamente com relação ao Grêmio, entretanto, elogios, "porque é preciso reconhecer os feitos recentes de um clube que saiu segunda divisão do futebol brasileiro, na seqüência ficou entre os três melhores do Brasil e neste 2007 foi finalista da Libertadores".

Mazaropi destaca, de forma carinhosa, o comportamento da torcida gremista dos dias de hoje, que segundo ele apóia o time de forma incondicional durante o tempo todo. "No meu tempo não era assim, ela era mais exigente, cobrava demais. Se em 15 minutos o time já não estivesse ganhando, a vaia pegava".

Vaias que talvez não venha a escutar mais, mesmo que aceite treinar o Cruzeiro de Porto Alegre a partir deste segundo semestre de 2007. Isso porque o clube da zona norte da capital, dizem alguns de seus fiéis, como o escritor - imortal da Academia - Moacyr Scliar, "só tem 18 torcedores".

Fonte: Pelé.Net (03/07/2007)



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