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| NETVASCO - 16/09/2007 - 14:35 - Empresário nega fraude na venda de Paulo Miranda A venda do ex-jogador do Vasco Paulo Miranda à equipe francesa Girondins de Bordeaux, em 2001, pode ter envolvido a transferência ilegal de US$ 3,94 milhões, que teriam passado por bancos da Suíça, dos Estados Unidos e do Uruguai, segundo reportagem publicada na edição deste domingo do jornal "O Globo". De acordo com o diário carioca, os europeus pagaram US$ 5,94 milhões pelo jogador, mas o clube brasileiro declarou ter recebido US$ 2 milhões pela negociação. A operação teria sido comandada pelo franco-argelino Logbi Henouda, mais conhecido como Franck Henouda. Por intermédio do agente, o Vasco teria dado uma procuração no dia primeiro de julho de 2001 para a empresa holandesa WFC (World Fotball Corporation) negociar Paulo Miranda por US$ 1 milhão. Na época, Henouda seria membro do Conselho da organização, administrada por outros dois agentes, Reinaldo Pitta e Alexandre Martins, segundo "O Globo". Após a negociação, Paulo Miranda teria autorizado a WFC a receber a sua parte na transação: US$ 940 mil. Desse total, o atleta pagaria US$ 300 mil à empresa uruguaia Dewirey Corporation S.A. de propriedade de Henouda. Além dos US$ 2 milhões entregues ao Vasco, Henouda teria orientado a empresa a transferir outros US$ 2 milhões ao banco Chase Manhattan, de Nova york, em nome da Dewirey Corporation, e de lá transferir quantia para o Banco de Montevidéu, onde sua organização tem sede. O restante teria sido depositado na conta do First National Bank, em Nova York, em nome da Lespan S. A., envolvida em sonegação fiscal. Segundo "O Globo", o negócio teria deixado de recolher o equivalente a US$ 709, 2 mil (18%) em impostos no Brasil e contrariad, também, o Código de Agentes e o Estatuto de Transferências da Fifa, que proíbe a participação de empresas e depósitos do clube comprador em conta de empresários. Henouda afirma que documentos são falsos A venda do jogador Paulo Miranda do Vasco para o clube francês Girondins de Bordeux pode ter envolvido a transferência ilegal de US$ 3,94 milhões para contas em bancos da Suíça, Estados Unidos e do Uruguai, segundo reportagem publicada na edição deste domingo do jornal “o Globo”. O diário mostra uma série de documentos que comprovariam o repasse do dinheiro para contas de empresas no exterior, o que fere o Estatuto de Transferências da Fifa. A equipe francesa teria desembolsado US$ 5,94 milhões pelo brasileiro, mas os cariocas declararam ter recebido apenas US$ 2 milhões. O argelino Logbi Franck Henouda, que agenciou o Bordeaux no negócio e teria sido o maior beneficiado com a transferência, afirma que os papéis apresentados pelo jornal carioca foram forjados por seu sócio Flávio Almeida, com quem rompeu em 2003. - O Flávio Almeida pegou meus papéis timbrados e fez uma colagem com uma assinatura minha de um outro documento. Ele só apresentou cópias e faxes, não mostrou nenhum original. Qualquer especialista pode provar que esses documentos são falsos – afirma Henouda, que ainda vai conversar com advogados para decidir seus próximos passos. Outro argumento do argelino é que os documentos assinados por ele mostrados na reportagem são datados de 2001, no Rio de Janeiro. Henouda diz que tem como provar que morava em Paris na época - só fixou residência no Brasil em 2003. Henouda diz que Almeida vinha lhe chantageando há muito tempo e que quis romper a sociedade com o brasileiro porque ele exigia uma comissão maior na negociação de Paulo Miranda, com o que não concordou. - Eu quis fechar a empresa que tenho com Flávio Almeida, me propondo a lhe pagar 1% dos lucros, que é o que ele tinha direito. Ele exigiu que eu desse US$ 1 milhão, o que eu não fiz e não vou fazer. Ele disse que ia sujar meu nome no Brasil, e é isso que ele está fazendo com esses documentos falsos. Segundo Henouda, Flávio Almeida também exigiu uma comissão maior do Bordeaux na venda de Paulo Miranda. Diante da recusa do clube europeu, o empresário teria tentado vender esses documentos que agora vieram à tona para jornais franceses, sem sucesso. - Eu tenho em mão cartas de advogados do Vasco e do Bordeaux dizendo que os documentos são falsos. O meu cliente (o Bordeaux) vai processar Flávio por calúnia e difamação. Almeida disse ao jornal "o Globo" que foi orientado por seus advogados a não se pronunciar a respeito do caso porque já tem uma ação na Justiça contra Henouda por fraude. A equipe de reportagem do GLOBOESPORTE.COM tentou entrar em contato com o clube francês, mas não obteve resposta. O Vasco não quis se pronunciar sobre o assunto. Fonte: GloboEsporte.com Desde 1º de janeiro de 2001 até 11 de setembro passado, a CBF contabilizou 5.824 jogadores brasileiros transferidos para clubes estrangeiros. Nestes mesmos seis anos em que o Estatuto de Transferências da Fifa está em vigor, o futebol se tornou negócio mais atrativo para agentes e dirigentes, em vez de resguardar clubes e atletas. Em 2001, o francês Zinedine Zidane trocou o italiano Juventus pelo espanhol Real Madrid por inacreditáveis 67,1 milhões. Foi também o ano em que uma das 736 transferências de jogadores brasileiros para o estrangeiro transformou um ex-dono de boate de Búzios (RJ) em novo rico, com a conivência de cartolas. O agente franco-argelino Logbi Henouda, mais conhecido no futebol como Franck Henouda, comandou a operação em que o Girondins de Bordeaux, da Primeira Divisão francesa, pagou US$ 3,94 milhões a mais do que o Vasco declarou receber pela venda do apoiador Paulo Miranda. O clube francês fez uma saída de caixa de US$5,94 milhões. Somente US$2 milhões entraram na conta corrente do brasileiro. A diferença de US$3,94 milhões passou por bancos da Suíça, dos Estados Unidos e do Uruguai, sem jamais ter sido registrada no Banco Central do Brasil ou na Receita Federal. O negócio, que deixou de recolher o equivalente, em 2001, a US$709,2 mil (18%) em impostos no país, contrariou também o Código de Agentes e o Estatuto de Transferências da Fifa. A entidade máxima do futebol proíbe a participação de empresas e depósitos do clube comprador diretamente na conta de empresários. A violação das regras começou quando o Vasco, a pedido de Henouda, deu à empresa holandesa WFC (da qual os agentes Reinaldo Pitta e Alexandre Martins eram administradores) a procuração para negociar Paulo Miranda. Na França, os dirigentes que assinaram o pagamento do Bordeaux à WFC, através do banco suíço Dexabank, foram o presidente Jean-Louis Triaud e o então diretor esportivo Charles Camporo. Este último deixou, em fevereiro de 2006, o cargo que ocupou por 17 anos por causa deste e de outros negócios. Um mês depois, começou a ser investigado, com outras 13 pessoas, no dossiê de transações francesas suspeitas. Casado com uma brasileira, abriu um escritório de consultoria no Rio. Tem como contador Sérgio Mattos, o mesmo de Henouda. Henouda, em 2001 membro do Conselho da WFC, transita pelo Brasil desde 1996. Morou em Búzios, onde começou a vida como sócio de uma boate. Abriu escritório de representação no Rio e, desde 2006, reside em Porto Alegre. Jamais pagou imposto de renda como pessoa física no país. Em 2001, o franco-argelino recebeu comissões do Bordeaux e 32% do que Paulo Miranda tinha direito como adiantamento. Aos 33 anos, Paulo Miranda mantém a forma em Curitiba. Aguarda transferência para o exterior. Seu último clube foi o modesto Itumbiara (GO), no primeiro semestre, quando disputou o Campeonato Goiano. — Um amigo comentou comigo (sobre o problema). Foi surpresa. Franck foi a pessoa que me levou para a França. Fiquei amigo dele, que me deu toda a atenção. Uns falaram em US$3 milhões pelo negócio. Recebi, direto do Bordeaux, 15% em cima de US$3 milhões — disse o jogador, por telefone, sem entretanto esclarecer como assinou uma autorização para repassar ao agente US$300 mil de US$940 mil. Procurados pelo GLOBO, o Bordeaux e a Divisão Nacional de Controle e Gestão da França se recusaram a divulgar valores. Camporo e o presidente do Vasco não retornaram pedidos de esclarecimento. Ele se orgulha de dizer que, nos últimos três anos, trouxe US$68 milhões para o Brasil. O valor, correspondente à soma das vendas que intermediou de jogadores brasileiros para clubes europeus, coloca o franco-argelino Logbi Franck Henouda, de 50 anos, entre os mais bem-sucedidos agentes Fifa no país. Entre as fotos com craques famosos e camisas autografadas que ornam as paredes de seu escritório, no sofisticado bairro de Moinhos de Vento, em Porto Alegre, Henouda sorri ao revelar a jogada mais recente. Ele se empenha em abrir o mercado de futebol da Ucrânia para os craques brasileiros. Michel, ex-Palmeiras, Elano, ex-Santos, Ilsinho, ex-São Paulo, e Willian, ex-Corinthians, fazem parte da lista que o franco-argelino já despachou para a ex-república soviética. Mas Henouda quer mais. Ele convenceu os dirigentes de um dos clubes locais, o Shaktar Donetsk, a custear a viagem de uma semana de um grupo de jornalistas esportivos do Brasil para conhecer a mais nova fronteira do futebol nacional. Com as futuras reportagens, espera que outros jogadores se convençam a tentar a sorte no país do Leste Europeu. Nascido em maio de 1957 em Seriana, a cerca de 15 quilômetros ao norte de Batna, na Argélia, Henouda seguiu com a família aos três anos para a França. Encerrada a guerra de independência, seus pais optaram por morar em Paris. Lá, estudou desenho industrial e fez um curso de esportes. Quando podia, jogava peladas. Garante que chegou a atuar num time amador da terceira divisão francesa. Moreno, estatura mediana e sotaque carregado, Henouda circula nos bastidores do futebol brasileiro desde os anos 90, quando criou sua primeira empresa como agente de jogadores, a sociedade luxemburguesa Brasil Futebol Marketing Sarl, com capital de 800 mil francos. Este valor era exatamente o total da caução bancária exigida pela Fifa para alguém se tornar agente de jogadores. Desde aquela época, procura identificar novos nichos de mercado. Além de negociar jogadores jovens, “meninos” como prefere dizer, para atuar em clubes franceses, conta ter aberto o futebol da Turquia para os brasileiros. A relação com o Brasil, contudo, é anterior. Antes de virar agente Fifa, credenciado pela França, Henouda circulava por aqui desde os anos 80, quando trabalhava para o Club Med como professor de esportes. — Como professor de tênis, esqui e outros esportes, percorri 23 países nos dez anos em que trabalhei para o Med. Neste período, passei oito meses em Itaparica. Ali, comecei a me encantar pelo Brasil — lembra. Na época, surgia também o casamento com o futebol. Porém, o que o encantou não foi a magia dos craques brasileiros, mas o contato com nossos maiores algozes no futebol. Como diretor de esportes do Club Med, foi encarregado de convidar as estrelas da seleção francesa de 1986 — aquela mesma que eliminou o Brasil, com Platini, Barthez e Tigana — a se hospedar em hotéis da rede Med. Em troca da estadia, eles se comprometiam dar escolinha aos hóspedes: — Era quase uma brincadeira, nada especial. Mas eu me empolguei. Logo depois, encerrei minha carreira na hotelaria para ingressar no futebol. Na mesma época, ainda tentou diversificar os negócios ao abrir uma boate/restaurante, a El Club, em Búzios (RJ). Em 1997, começou a empresariar jogadores. Menos de dois anos após de criar a Brasil Futebol, ele negociou o goleiro gaúcho Taffarel para o Galatasaray, da Turquia. Em pouco tempos, Henouda ganhou mais do que em um ano de boate. No ano seguinte, largaria a boate. Com a ajuda do irmão, Karim, um dos seus maiores incentivadores, construiu os alicerces do que se transformaria em sólida ponte entre o Brasil e a França. Um dos primeiros negócios foi a mediação da venda de Mozart, do Flamengo, para o Bordeaux. Logo depois, conseguiu negociar Milton do Ó, Ricardinho e Eduardo Costa. Muitos outros viriam em seguida. Com o sucesso, chegou também a prosperidade. O ex-professor de esqui do Club Med se transferiu definitivamente para o Brasil em 2003, após de casar com a gaúcha Gisleine Alves de Abreu (com quem teve duas filhas), onde tem um elevado padrão de vida. Até o ano passado, o casal morava no Rio, onde montou a IFC Eventos Esportivos em Botafogo em sociedade com o ex-jogador paraibano Flávio Guilherme de Almeida. As razões da mudança não são claras. A família de Gisleine é de Vacaria, interior gaúcho, mas ela e duas irmãs, Lucia Alves Paim e Lara de Abreu, são sócias de uma loja de cristais finos a La Maison, que fica no andar térreo do casarão onde está o escritório da IFC (International Football Company) Assessoria e Promoções Ltda. A mulher do empresário, que conhece profundamente os negócios do marido, não esconde um trauma adquirido na temporada carioca — releva que a família sofrera tentativa de seqüestro, sem explicar as razões. Além da IFC, Henouda é dono de duas empresas em Montevidéu, no Uruguai, considerado o paraíso fiscal da América do Sul — a Dirgold Internacional e a Dewirey Corporation, ambas off-shore localizadas no mesmo endereço, Missiones 1486. Ele também é dono da MSG Spery Assessoria Contábil, no Rio, a Henouda Importação e Exportação, em Porto Alegre, e a Cavaleiro Ltda, um haras no quilômetros 148 da BR-148, em Muitos Capões (RS). As paredes de seu escritório mostram o quanto Henouda circula à vontade pelos bastidores do futebol brasileiro. Ele guarda, em molduras de vidros, camisas dos jogadores que agenciou (a mais preciosa foi usada por Taffarel contra a Holanda na Copa de 1994), e pendura fotos com Pelé, Júnior, Abel (um de seus melhores amigos em Porto Alegra) e outros craques. O agente Fifa Logbi Franck Henouda alegou que os documentos que sustentam as denúncias sobre a venda de Paulo Miranda para o Bordeaux foram falsificados. Ele acusa o ex-sócio Flávio Almeida, com quem está rompido, de estar por trás da adulteração dos papéis. A briga aconteceu em 2003, na venda do atacante Luiz Cláudio, ex-Vasco, para o Boavista (Portugal). — Flávio tentou receber sozinho metade do valor da transação (US$500 mil). Quando descobri, disse a ele que não o queria mais na sociedade — contou. Henouda afirma que o Bordeaux desembolsou US$4,99 milhões por Paulo Miranda. Segundo ele, se o Vasco declarou à CBF que recebeu US$2 milhões, isso é sinal de que o clube carioca negociou os direitos econômicos sobre o jogador para a WFC, representada na transação pela dupla Reinaldo Pitta-Alexandre Martins. — Isso é um problema entre os dois clubes. A mim, coube apenas agenciar o Bordeaux no negócio — disse. Pela participação na transferência do jogador para o clube francês, Henouda diz ter recebido cerca de US$450 mil (2,5 milhão de francos). Ele negou que tivesse recebido também um percentual sobre a parte de Paulo Miranda da venda e disse que os documentos que mostram este repasse são falsos. Ele disse ainda que o Bordeaux também está sendo vítima da “chantagem” de Flávio Almeida, que não se conforma em receber apenas R$100 mil pelo seu percentual, de 1%, na sociedade com Henouda na IFC Eventos Esportivos. O empresário franco-argelino disse que o ex-sócio exige R$1 milhão para sair da sociedade. Henouda exibiu carta assinada pelo advogado francês François Tosi, que ameaça em nome do Bordeaux processar Almeida por calúnia e difamação. No texto, o advogado sustenta que os documentos são falsos. O agente Fifa disse que o ex-sócio, com a intenção de processá-lo, disse ter procurado a imprensa francesa para difamá-lo. Procurado, Flávio Almeida respondeu: — A pedido de meus advogados, não posso falar muito porque já tenho uma ação na Justiça contra o Franck Henouda por fraude. Que ele prove o que está dizendo. Almeida explicou que a empresa IFC está em fase de extinção, a pedido do próprio Henouda e de seu contador Sérgio Mattos. Disse que isso ainda não feito porque Henouda não apresentou a prestação de contas e os balanços de 2001 a 2007. Desde 2002, ele e Henouda estão rompidos, segundo Almeida, em virtude de o ex-sócio ter feito negócio “com uma empresa suspeita”, a Lespan, que viria a ser indiciada na CPI do Banestado, em 2003. Clique aqui para ver os documentos relacionados à matéria. Fonte: O Globo (texto e infográfico) Notícia relacionada: 02/06/2007 - 04:31 - Transferência de Paulo Miranda para o Bordeaux sob investigação |
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