NETVASCO - 14/09/2007 - 02:05 - Roger, Zagueiro do Fluminense, e Joel Santana elogiam Celso Roth

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NETVASCO - 14/09/2007 - 02:05 - Roger, Zagueiro do Fluminense, e Joel Santana elogiam Celso Roth

Adversários no domingo, quando Vasco e Flamengo se enfrentam no Maracanã, Celso Roth e Joel Santana têm suas diferenças realçadas já no momento em que o vascaíno analisa o rival. Enquanto o Natalino é conhecido pelas declarações que costumam fazer a alegria da imprensa, o gaúcho prefere o discurso comedido. As palavras escolhidas a dedo dizem muito a respeito da personalidade do técnico cruzmaltino.

- É complicado e até antiético analisar um treinador, mas considero o Joel Santana um grande profissional. Ele é um campeoníssimo, principalmente no Rio de Janeiro - destacou Roth, sem cerimônia.

O elogio que faz a Joel Santana não impede Celso Roth de admitir que os dois têm poucas coisas em comum. A começar pelas origens. Enquanto o rubro-negro é carioca da gema, dono de sotaque carregado e inconfundível, o filho de Caxias do Sul (RS) arrasta a melodia dos gaúchos mesmo acumulando anos no comando de clubes por todo o Brasil e no Oriente Médio.

- A nossa relação é amistosa. Temos histórias diferentes, mas, dentro da nossa maneira de ser, conseguimos conquistar nossos objetivos - ressaltou o comandante vascaíno.

Mesmo com todas as diferenças, Celso Roth e Joel Santana são idênticos quando o assunto é o jogo do fim de semana. Para o técnico do Gigante da Colina, Vasco e Flamengo fazem um confronto especial.

- Esse clássico é único. Independentemente da situação dos times, eu o considero diferente dos demais pela tradição, história, cobrança, rivalidade e intensa participação dos dirigentes - enumerou.

Cada um ao seu modo, Celso Roth e Joel Santana terão algo em comum no domingo, pelo menos durante 90 minutos: o desejo pela vitória em um Vasco x Flamengo.

Em 2005, Roth perdeu

Há dois anos, Celso Roth enfrentou o Flamengo em situação semelhante à de agora. No comando do Botafogo, o treinador buscava uma vaga na Copa Sul-Americana e, faltando sete rodadas para o fim do Brasileiro, encarou um adversário próximo de cair para a Segunda Divisão.

Na ocasião, o técnico do time da Gávea era o mesmo Joel Santana, que tenta evitar o rebaixamento este ano. No fim das contas, Joel venceu o duelo por 3 a 1 e conseguiu tirar o Flamengo da zona perigosa.

A derrota de Celso Roth naquele ano foi a quinta que sofreu para o Flamengo desde que iniciou sua carreira como treinador. Caso vença no domingo, ele vai igualar os números do confronto. Atualmente, ele tem quatro vitórias e quatro empates.

TÉCNICO RODADO

Bom começo: Celso Roth brilhou pela primeira vez no Internacional, em 1997. Ele levou o time para o terceiro lugar no Brasileiro.

Caça-talentos: Roth costuma destacar o fato de ter lançado Ronaldinho Gaúcho, Robinho e Diego. No Vasco, técnico puxou o zagueiro Vilson para os profissionais.

Retiro: Depois de fracassar no comando de Flamengo e Botafogo, em 2005, passou mais de um ano fora do futebol. O tempo serviu, segundo ele, para se reciclar.

Bom retorno: Pelo time de São Januário, Celso Roth voltou a trabalhar em alto nível, realizando, até o momento, boa campanha.

BATE-BOLA

Depois de atuar dez anos pelo Grêmio, Roger guardou de seu período no Olímpico a grande amizade que fez com o técnico Celso Roth. O jogador do Fluminense teve a oportunidade de ser treinado por ele em dois períodos: de 1998 até 1999 e em 2000.

Qual é a sua avaliação dos anos em que trabalhou com Celso Roth?

Depois do Luiz Felipe Scolari, que foi quem me lançou nos profissionais do Grêmio, o técnico que mais me marcou na carreira foi o Celso Roth. Ele serviu de inspiração durante os primeiros anos da minha carreira.

Celso Roth é realmente sério no trato com os jogadores?

Eu diria que ele é um pouco mais reservado. Mas ele, assim como o Joel Santana, sabe ser amigo dos jogadores. Em muitas ocasiões, o Celso fez o papel de conselheiro para muitos jogadores. Pelo menos para mim, ele já atuou como um pai em determinados momentos.

Quais são as principais características do trabalho de Celso Roth?

Ele é um profissional que preza muito pela disciplina. É também muito ligado à parte tática. Ele tem uma cultura tática muito boa.

O que você aprendeu com ele nos anos em que foi seu jogador?

Principalmente por ter sido meu treinador quando eu era novo no futebol, Celso Roth pôde me passar noções valiosas de disciplina e profissionalismo. Ele é um técnico que marcou minha carreira, não tenho dúvida nenhuma disso.

O folclórico Joel Santana começou a carreira como jogador e técnico em São Januário

Num passado recente, ganhar clássico era artigo de luxo na Gávea. Mas, com a chegada de Joel Santana, essa situação mudou: o Flamengo conseguiu vencer o Fluminense e quase bateu o Botafogo. Agora é a vez de enfrentar o Vasco e, melhor do que ninguém, Joel sabe a importância desse duelo.

Com passagens pelos quatro grandes do futebol carioca, Natalino também enfrentará um treinador que já teve passagem pela Gávea e por São Januário. Celso Roth, porém, tem um estilo mais comedido e mais sério. Diferente do folclórico e falastrão treinador do Fla.

Jeitos diferentes, mas objetivos semelhantes. Principalmente quando o clássico de domingo tem importância para o destino dos dois times no Campeonato Brasileiro.

- O jogo vale três pontos e os dois times estão precisando deles. Nós, até com mais necessidade, já que o Vasco está mais tranqüilo na tabela - afirmou Joel, que também já foi campeão pelos dois clubes.

Na Gávea, conquistou o Carioca de 1996 de maneira invicta. Em São Januário, Natalino iniciou sua carreira como jogador, sendo campeão Brasileiro de 1974. Também foi onde se projetou como treinador e ganhou os Cariocas de 92 e 93, além do Brasileiro e da Mercosul de 2000.

- Já competi dos dois lados. É uma grande festa - disse o técnico rubro-negro, para, depois, ser mais detalhista sobre o confronto.

- Existe uma rivalidade muito grande. As duas torcidas se preparam para a festa. É um clássico diferente, que tem um algo a mais. Tem de haver uma preparação diferente para esse jogo. As duas equipes venceram seus últimos jogos e mostraram um futebol merecedor do público que irá ao Maracanã. Vamos encarar com muita responsabilidade para não ficar com um sabor amargo na segunda-feira - explicou Joel.

Joel elogia Celso Roth

O jeito de ser e a personalidade são muito diferentes entre Joel Santana e Celso Roth. Mas o treinador do Flamengo rasgou elogios ao do Vasco, sendo extremamente objetivo e direto ao resumir o que pensa sobre ele.

- Ele é um cara sério, competente e é um grande profissional. Precisa falar mais alguma coisa? - perguntou Joel Santana, que não tem muita intimidade com Roth.

Um dos poucos encontros entre eles aconteceu em 2002, quando o vascaíno comandava o Santos.

- Nos encontramos por acaso no aeroporto e pegamos o mesmo vôo, em São Paulo. Conversamos sobre futebol, mas faz tanto tempo que nem lembro direito - admitiu o rubro-negro.

A TRAJETÓRIA DE JOEL

Carreira: Como jogador, foi zagueiro do Vasco e do América-RN. Iniciou a carreira de técnico em 1981, no Al Wasl Club, dos Emirados Árabes. Em 1986, treinou o Vasco pela primeira vez.

Na Gávea: Pelo Flamengo foi campeão estadual invicto e campeão da Copa Ouro em 1996.

Contra o Vasco: Como técnico do Fla, Joel disputou seis clássicos: uma vitória, três empates e duas derrotas.

Outros títulos: Copa de Ouro em 87 (Al Hilal); Estadual em 92 e 93 (Vasco), 94 e 99 (Bahia), 95 (Flu), 97 (Fogo) e 2003 (Vitória); Brasileiro e Mercosul em 2000 (Vasco).

BATE-BOLA

O zagueiro do Fluminense foi treinado por Joel Santana na passagem do técnico pelo Tricolor, de fevereiro a março deste ano. Mesmo com os anos de futebol, o jogador conseguiu aprender muito com o Natalino.

Como foi o período em que você trabalhou com o Joel Santana?

Eu já havia ouvido muitas coisas boas a respeito do Joel e, para a minha felicidade, pude confirmá-las quando ele treinou o Fluminense. Ele conhece muito de futebol.

O que mais te chamou a atenção no seu trabalho?

Joel Santana é um treinador que consegue ter uma visão muito rápida e boa do que está acontecendo dentro de campo. Poucos treinadores têm a leitura de jogo que ele tem. O mais importante é que isso não é algo que se aprende, é algo com o qual se nasce.

Como é o Joel Santana no trato com os jogadores, no dia-a-dia do clube?

Ele é um treinador que gosta de brincar com o elenco. O Joel é muito extrovertido e sabe conversar com o jogador. No intervalo dos jogos, ele consegue ser sucinto para passar as explicações, naquele espaço de 15 minutos. Aquela prancheta que ele usa não é brincadeira. Funciona de verdade.

O que você mais aprendeu com o Joel?

Eu aprendi muita coisa com ele. Principalmente em relação ao estudo do jogo. Foi um período curto, mas muito bom.

Fonte: Lance