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| NETVASCO - 08/09/2007 - 04:10 - Confira entrevista de Celso Roth ao Jornal do Brasil Você trabalhou em três dos quatro grandes clubes cariocas: Flamengo, Botafogo e Vasco. Qual é o panorama do futebol do Rio, na sua opinião? - Acho que o futebol carioca, como um todo, demorou um pouco a cair na real. Há 10 anos que esse esporte mudou. Não dá mais para ficar pensando, trabalhando a bola, driblando o tempo todo, fazendo uma jogada plástica atrás da outra ou dando lançamentos longos, porque tem sempre um ou dois jogadores mordendo a bola. O futebol do Rio demorou a entrar nessa nova situação, que não é organizacional, mas técnica. De dois ou três anos para cá, porém, os clubes cariocas deixaram de brigar para não cair e passaram à parte mediana da tabela. Agora, já brigam pelo topo. O que foi fundamental para que ocorressem essas mudanças? - Isso tem a ver com a melhora do Campeonato Carioca, que exige mais dos grandes. Acabou o romantismo. Agora os clubes perceberam que o grande propósito é ter um CT, formar jogadores para alimentar os profissionais, já que essa é a realidade financeira dos clubes. O Vasco, por exemplo, me dá muitos meninos para trabalhar, o que é bom. Hoje o Fluminense tem esse trabalho em Xerém, o Botafogo procura fazer o mesmo e o Flamengo sempre fez isso, por tradição. Dessa forma o futebol do Rio poderá voltar a ser, na prática, um conquistador de títulos nacionais e internacionais. Porque, nos últimos tempos, só ganha Copa do Brasil, que não é campeonato, mas torneio. E em torneio se conta muito a fase de um clube. Você já mensura a valorização profissional que esse trabalho no Vasco deu à sua carreira? - Treinador não tem que ser valorizado demais. Ele é a liderança, é quem administra vários profissionais, inclusive os jogadores, é quem mostra o norte. Mas quem vai a campo e decide são os atletas. Treinador tem que trabalhar para que o grupo esteja bem. Estando, os resultados aparecem. Ele não trabalha para ser reconhecido ou agradar a opinião pública. Sua função é descobrir a melhor esquematização tática e trabalhar muito. É sua intenção permanecer mais tempo no Vasco, clube que tem essa tradição de manter treinadores por longos períodos? - Fiquei no Inter um ano e meio; no Grêmio, de 1998 a 2000; e foram 11 meses de Palmeiras e 10 de Atlético-MG. Passei também 10 meses no Goiás mas quis sair, assim como depois de cinco meses no Santos. Quanto ao Vasco, pretendo, sim, continuar, mas meu contrato termina dia 31 de dezembro. A verdade é que o Vasco é um time em construção. Se continuarmos o trabalho, a possibilidade de atingirmos nossos objetivos no ano que vem aumenta bastante. Estou muito bem aqui. Com humildade, posso dizer que o Vasco era uma coisa quando eu cheguei e hoje é outra. O ambiente, o grupo de trabalho, as condições, está tudo ótimo. Todos do futebol nos sentimos bem quando saímos de casa para trabalhar. Estou feliz. A ausência de Romário, um veterano de 41 anos, ajudou o time a chegar a esse estágio atual ou, na sua visão, até atrapalhou, visto que o Vasco ainda não encontrou o parceiro ideal para Leandro Amaral? - O Romário não atrapalha nunca, desde que esteja bem. Ele ainda serve de referência. É óbvio que ainda temos dificuldades para acertar o setor de ataque. O Alan Kardec é um menino, o Abuda ainda não está na plenitude e o Enílton chegou há pouco tempo. Como você vê os dois últimos Brasileiros, em que nenhum jogador em especial se destacou como craque? - Desde o início da minha carreira eu só pego times desequilibrados. Peço contratações em conjunto com a direção, dentro da situação financeira de cada clube. Até por isso, entendo que, hoje, o craque é o coletivo. Os times têm que estar preparados para perder suas principais peças para mercados mais valorizados, sem deixar que a equipe sinta muito a ausência. Perdemos o Abedi, o André Dias e o Renato, mas seguimos em frente. Ano que vem o Vasco completa 10 anos de sua primeira conquista de Libertadores. Qual a sua experiência na competição e o objetivo do Vasco, caso dispute o torneio? - Na Libertadores, pelo Palmeiras, saímos nas semifinais de 2001, contra os argentinos do Boca Juniors, nos pênaltis, lá no Parque Antártica. Sei como é difícil ganhar esse torneio, mas sou um cara que acredito na seqüência de um trabalho. Quando pensamos em nos classificar para a Libertadores, não é para fazer figuração ou fazer feio. Precisaremos qualificar ainda mais o nosso elenco para uma competição tão importante. O nosso grupo foi competente em assimilar rápido a filosofia que implantei. Isso mostra que, com mais tempo, a tendência é crescermos. Mas não podemos pensar só em Libertadores, se ainda há chances matemáticas de brigarmos pelo título do Campeonato Brasileiro. E a situação do Andrade? Você conta ou não com o volante em seus planos? - Falam muito do Andrade, mas eu gosto dele. Ele tem qualidades, por isso está relacionado. Percebi que ninguém ficou mais triste e sentido do que ele, quando foi expulso contra o Náutico. Não há nada entre eu e o Andrade. Mas como o Vasco está muito tranqüilo, a imprensa cria coisas para ter o que vender. Por isso que criou essa história toda. Fonte: Jornal do Brasil |
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