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NETVASCO - 25/08/2007 - 05:28 - Sete jornalistas de O Globo não podem entrar em São Januário

Com o mesmo orgulho com que enumera os títulos do time, o torcedor vascaíno gosta de lembrar que o clube foi o primeiro carioca a abrir suas portas a jogadores negros e pobres. De uns anos para cá, a atual diretoria do Vasco começou a fechá-las a profissionais de imprensa, numa atitude que vai na contramão de sua história democrática. No GLOBO, sete jornalistas estão proibidos de entrar em São Januário porque reportagens ou colunas desagradaram ao presidente do clube, Eurico Miranda.

Os colunistas Renato Maurício Prado e Fernando Calazans foram os primeiros a entrar na lista de persona non grata do Vasco. Mais tarde, um a um, os repórteres Antonio Maria Filho, Fellipe Awi, Pedro Motta Gueiros, Gian Amato e André Freitas também foram banidos de São Januário. Em nenhuma reportagem ou coluna, a torcida vascaína ou a instituição Vasco da Gama foi atacada ou desrespeitada, o que será sempre uma regra na linha de cobertura do GLOBO.

— É lamentável que um clube com a grandeza e as tradições democráticas do Vasco adote práticas terríveis como essa. A diretoria já barrou até o Roberto Dinamite, maior ídolo do clube — lembra Renato.

Hoje, O GLOBO publica reportagem sobre Rodrigo, filho de Roberto, que escolheu o Fluminense para começar a carreira de jogador justamente porque seu pai não é bem-vindo em São Januário. Nos tempos em que Dinamite era adorado no Vasco, lembra Fernando Calazans, cobrir o dia-a-dia do clube era extremamente prazeroso.

— No início dos anos 70, os repórteres ficavam até tarde conversando com o técnico Tim, num clima amistoso — conta.

As seguidas retaliações a profissionais do GLOBO provocaram também situações curiosas. Antonio Maria Filho, por exemplo, já foi barrado na portaria de São Januário junto com seu filho Gustavo Maria, então repórter do “Extra”.

— Constrangido, um funcionário do clube chegou a brincar dizendo que, se éramos pai e filho, poderíamos aproveitar para visitar o Jardim Zoológico, ali perto — conta Maria.

Fonte: O Globo - Coluna Por Dentro do Globo

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