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NETVASCO - 07/08/2007 - 13:38 - Celso Roth comenta dificuldades de jogadores em atuar na Europa

O desejo de atuar em clubes do exterior é quase uma unanimidade nos discursos dos jogadores do futebol brasileiro. Um retorno rápido para a equipe de origem normalmente não está nos planos, mas tem se tornado cada vez mais comum.

No futebol carioca, a quantidade de atletas voltando para os times de onde saíram não pára de crescer em 2007. Um ano e meio depois de ir para o Japão, o volante Túlio foi o primeiro a voltar ao Botafogo, que agora também repatria o atacante Reinaldo, que estava na Turquia desde o ano passado.

"É maravilhoso retornar. Desde o meu primeiro dia aqui, me senti bem e passei a amar este clube", afirmou Reinaldo em sua apresentação. "Estávamos com saudade dele. É como se fosse um filho nosso que vai estudar no exterior e volta", completou o vice de futebol alvinegro, Carlos Augusto Montenegro.

Normalmente, a volta dos jogadores é rápida e por empréstimo, como no caso de Reinaldo. O Flamengo foi outro a apostar nesse tipo de transação, que deu certo com o volante Ibson, que estava no Porto-POR desde 2005, mas fracassou com Jônatas, do Espanyol-ESP há um ano.

Ibson, no entanto, não encara o retorno como um retrocesso. "A minha volta foi um avanço, uma escolha inteligente. O Flamengo é um clube admirado e grande em todo o Brasil e no mundo", disse o jogador, que vê o aumento da velocidade no raciocínio como a principal vantagem na ida para a Europa:

"Lá se joga um futebol diferente do daqui, que é mais cadenciado. Você mal domina a bola e já tem cinco em cima. Se aqui você tem cinco segundos para pensar, lá só tem um. Então, tem que raciocinar rápido. Você já tem que saber o que vai fazer com a bola na hora que domina ela".

O Vasco também se reforçou com um atleta que ficou apenas seis meses longe de São Januário. O volante Andrade rescindiu seu contrato com o Sporting Braga-POR e voltou ao clube que havia deixado no início da temporada.

"Preferi retornar ao Brasil e ao Vasco, que foi o clube que me abriu as portas. Me sinto muito bem aqui", justificou Andrade.

O fenômeno não se restringe aos times do Rio de Janeiro. No início do ano, o zagueiro Leonardo retornou ao Santos do futebol ucraniano, para onde havia ido no fim de 2004. No Cruzeiro, entre outros jogadores, o caso mais emblemático é o do meia Wagner, que havia se transferido para a Arábia Saudita no início do ano e voltou para o clube mineiro em junho.

"Alguns atletas se identificam mais que outros com um determinado clube e, quando acontece isso, eles preferem voltar para onde já conhecem, acham mais seguro. Eles sabem que vão encontrar um bom ambiente, serão bem acolhidos e preferem não se arriscar em outro lugar", analisou o diretor de futebol do Botafogo, Manoel Renha, que destacou o bom momento de seu time como um outro motivo para a volta de jogadores:

"Ajuda muito também, no nosso caso, o fato de o clube estar melhorando e vivendo uma boa situação dentro e fora de campo. Quando as coisas vão mal não deixa nada muito fácil".

Retornos dos atletas têm explicações variadas

Se a maioria dos jogadores sonha em jogar na Europa, a motivação para voltar ao Brasil tem que ser muito grande. As explicações para o retorno, no entanto, são as mais diversas.

Um dos principais problemas encontrados pelos atletas que são repatriados é a troca de técnicos em seus clubes no exterior. Muitas vezes, a mudança acarreta em uma ida para o banco de reservas e os brasileiros retornam em busca da titularidade absoluta, como no caso do volante Ibson, do Flamengo, e do atacante Reinaldo, do Botafogo.

"O Reinaldo infelizmente teve problemas com um treinador na Turquia. O que o levou para lá, saiu, e o que chegou não teve afinidade com ele, então ele preferiu voltar e nós tínhamos o interesse", explicou o diretor de futebol alvinegro Manoel Renha, negando que o volante Túlio se encaixe nesse perfil:

"O Túlio era um jogador mais experiente quando saiu e ficou um ano e meio fora, mas sempre nos deu preferência na volta e foi isso que ocorreu".

Uma outra razão que motiva a volta ao Brasil é algum problema familiar. Com o volante Andrade, a rescisão com o Sporting Braga teve esta motivação. Era por isso também que Jônatas, do Espanyol, queria retornar ao Flamengo.

"Lá em Portugal, fiz três gols de falta e joguei bem. Eu quis voltar por motivos pessoais, uma questão de família. Não foi por falta de adaptação", afirmou Andrade.

No entanto, para o técnico Celso Roth, do Vasco, as diferenças culturais entre Brasil e Europa ainda são uma grande barreira. O treinador acredita que por serem mais receptivos, os brasileiros encontram dificuldades até para se relacionarem com os estrangeiros, que seriam mais frios.

"Não sei se é imaturidade ou se eles saem muito cedo. Os jogadores brasileiros precisam ser melhor preparados, pois eles acham que a Europa é uma coisa, e quando chegam lá é algo totalmente diferente, até na questão da adaptação de vida. Os atletas acabam chegando e se sentem muito sozinhos, aí acabam batendo lá e voltando rápido", destacou Roth.

Fonte: Pelé.Net


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