Negociação pela SAF é mais capítulo da relação de Pedrinho com família Lamacchia
Sexta-feira, 26/12/2025 - 08:31
O interesse de Marcos Faria Lamacchia na compra da SAF do Vasco estabelece mais um capítulo na relação entre o presidente Pedrinho e a família do empresário.

Marcos é empresário e tem uma carreira independente no mercado de investimentos. Sua mãe é uma das cinco herdeiras do banqueiro Aloysio de Andrade Faria, fundador dos bancos Real e Alfa, e seu pai é José Lamacchia, proprietário da Crefisa junto de sua esposa Leila Pereira, presidente do Palmeiras.



A possibilidade de conclusão do negócio ocorre quase dois anos após a tentativa frustrada de José Lamacchia comprar a SAF vascaína. O banqueiro negociou a compra junto à 777 Partners, antiga proprietária. Ele chegou a oferecer cerca de US$ 110 milhões. Mas houve uma divergência sobre a forma de pagamento.

A repercussão em torno do nome da Crefisa também afetou o desenrolar das negociações. A oposição do Palmeiras passou a pressionar a presidente Leila Pereira, acusando a existência de um conflito de interesses, o que fez o banqueiro recuar definitivamente das tratativas.

Não houve confirmação oficial das partes sobre informações envolvendo o negócio. Mas Pedrinho sugeriu a aproximação de José Lamacchia com o clube, em entrevista coletiva após o Associativo retomar o controle do futebol do Vasco da 777.

— Sou um amigo muito íntimo do seu José Lamacchia, e a Leila para mim é uma referência em gestão esportiva e coragem. Seu José Lamacchia é meu amigo, tem muito interesse em ajudar o Vasco, e a Crefisa é uma empresa séria no mercado — afirmou à época.

Antes, durante a campanha à presidência do clube associativo, Lamacchia chegou a entrar em acordo com o Pedrinho para a compra dos naming rights do estádio de São Januário. Negócio que também não foi concluído.



O desencontro chegou a esfriar a relação entre o presidente do clube e Lamacchia por um período. Até que, em outubro deste ano, o Vasco entrou em acordo com Crefisa por um empréstimo de R$ 80 milhões. Em uma modalidade de financiamento destinada a empresas em recuperação judicial, como é o caso do clube. O valores seriam direcionados para despesas correntes como salários, fornecedores estratégicos e obrigações trabalhistas e fiscais.

Foi aberta uma seleção, e outras instituições financeiras se ofereceram para realizar o empréstimo, mas o Vasco julgou melhores as condições oferecidas pela Crefisa.

— Além do empréstimo, a empresa também disponibilizou recursos para projetos incentivados da associação, em uma parceria viabilizada pelo excelente relacionamento que mantenho com o Sr. José Lamachia. Seguimos firmes, com responsabilidade e transparência, como sempre nos comprometemos junto à torcida vascaína — disse Pedrinho na ocasião.

O ge apurou que há probabilidade de que o Vasco recorra a novo empréstimo no início deste ano. Os recursos da última injeção financeira tinham previsão de se esgotar em janeiro. A Crefisa tende a ser candidata a conceder o financiamento novamente.

Fonte: ge