Quando o técnico Fernando Diniz chamou Vegetti para entrar em campo aos 32 minutos do segundo tempo do duelo entre Vasco e Fluminense pela semifinal da Copa do Brasil, até então empatado em 1 a 1, na quinta-feira, torcedores nas arquibancadas do Maracanã ficaram divididos. Apesar do apoio ao Pirata, um dos jogadores mais queridos do atual elenco, a má fase pouco indicava que o camisa 99 pudesse mudar o jogo naquela altura. Mas o gol emocionante nos acréscimos montou cenário ideal para o cruz-maltino nesta reta final da temporada: Rayan comandando um ataque mais móvel e Vegetti como opção de uma versão mais forte na bola aérea, principalmente em jogos que podem ser decididos no detalhe.
A "disputa" sadia entre o veterano e a joia é uma das principais histórias desta temporada. Rayan, que cresceu muito com a chegada do técnico Fernando Diniz, pouco a pouco se destacou a ponto de deixar a ponta direita e assumir a função de centroavante. Com alta capacidade física e de drible, além da presença de área e da finalização, virou o nome ideal para o modelo de jogo associativo e fluido da equipe. A mudança também permitiu a entrada de Andrés Gómez, outro destaque do clássico, com duas assistências, no time titular.
Não à toa, Vegetti e Rayan somam números muito parecidos: terminaram o Brasileirão com 14 gols cada um, mais da metade dos 55 do Vasco no torneio. Na Copa do Brasil, Rayan é artilheiro, com 5 (ao lado de Kaio Jorge), enquanto Vegetti tem 2.
Nesse meio tempo, a importância do Pirata sempre foi ressaltada por Diniz. Capitão da equipe e um dos líderes no elenco, o argentino seguiu sendo acionado pelo treinador durante as partidas e nas ausências de Rayan.
Chegou a marcar duas vezes sobre o Bragantino, em outubro, quando a joia ficou fora por problema físico. Mas o clássico foi a primeira vez, desde duelo Corinthians, em agosto (derrota por 3 a 2), em que marcou saindo do banco. Naquela partida, cobrou pênalti, mas já havia marcado também entrando em meio a partida na derrota diante do Mirassol (outro 3 a 2), no mesmo mês. Uma arma com a qual o Vasco espera seguir contando no segundo jogo da semifinal, neste domingo.
— Acho que o Vegetti personifica bastante o que é o Vasco. É um jogador de uma entrega absoluta para as coisas. Além de ser um grande artilheiro. Não é porque a pessoa tem muita vontade, muito carisma, que joga — elogiou Diniz após a partida.
Fonte: O Globo