Dívida aumentou R$ 350 milhões na era SAF, mas Vasco teve superávit nos 4 primeiros meses da recuperação judicial; Pedrinho comenta
O CRVG (Club de Regatas Vasco da Gama) e a VascoSAF apresentaram resultados financeiros positivos durante os primeiros 4 meses de 2025, segundo o 2º RMA (Relatório Mensal de Atividades) divulgado nesta 4ª feira (25.jun.2025). Eis a
íntegra (PDF – 1 MB).
O relatório mostra que as organizações conseguiram obter saldo positivo e implementar ajustes estruturais desde o início do processo de Recuperação Judicial em fevereiro.
O CRVG fechou o 1º quadrimestre com superávit acumulado de R$ 786 mil e saldo em caixa de R$ 1,4 milhão. As receitas ultrapassaram R$ 2 milhões, provenientes de patrocínios, royalties, bilheteria, programas sociais e repasses da SAF.
A VascoSAF, por sua vez, registrou variação em sua liquidez financeira. O caixa em abril totalizou R$ 27,8 milhões, valor inferior aos R$ 58,0 milhões contabilizados em fevereiro.
Apesar da redução, a organização manteve suas operações com recursos próprios, mesmo com custos operacionais crescentes e investimentos em infraestrutura.
A crise econômico-financeira que levou à 1ª recuperação judicial entre as SAFs do futebol brasileiro foi causada durante a gestão da 777 Carioca LLC, subsidiária da holding 777 Partners, que detinha 70% da VascoSAF.
O documento indica que a empresa norte-americana não cumpriu os aportes financeiros prometidos após assumir o controle da SAF em 2022.
O impacto da gestão anterior resultou no aumento da dívida do clube em R$ 350 milhões desde a criação da VascoSAF, mesmo com os aportes iniciais considerados.
A ausência dos repasses previstos e a frustração das expectativas de crescimento das receitas geraram o que o RMA descreve como "gravíssimo risco à continuidade operacional da Vasco SAF e do CRVG".
Uma decisão judicial suspendeu os direitos da 777 Partners e devolveu o controle da SAF integralmente ao clube associativo. A liminar permanece vigente, e o Ministério Público não apresentou objeções ao plano de recuperação judicial apresentado em maio.
As ações de recuperação acontecem nas instalações do Vasco da Gama, inclusive o CT Moacyr Barbosa e as sedes administrativas. O clube realizou investimentos em centros de treinamento, melhorias nas sedes e expansão das categorias de base, conforme aponta o relatório.
A atual administração implementou estratégias para aumentar a arrecadação, como nova política de precificação de ingressos e fortalecimento do programa de sócio-torcedor, que cresceu no período.
O clube também adotou medidas para revisão contratual, combate à inadimplência e redimensionamento do quadro de funcionários.
O documento não especifica detalhes sobre o cronograma de pagamento aos credores ou valores exatos dos investimentos realizados nas instalações. Também não detalha os valores investidos nas melhorias de infraestrutura nem o cronograma completo das obras em andamento.
Todas as movimentações financeiras do CRVG e da VascoSAF estão registradas e controladas com transparência, com prestação de contas regular junto à Justiça e aos credores durante o processo de recuperação.
Pedrinho, presidente do Vasco da Gama, comentou com o Poder360 sobre a situação. "Estamos dando os primeiros passos para superar um dos momentos mais difíceis da história do Vasco. Implementamos ajustes estruturais, novas estratégias de arrecadação e um controle rigoroso dos gastos e apresentamos resultados financeiros concretos, como caixa positivo", disse o dirigente.
Sobre os investimentos realizados, o presidente acrescentou: "Acreditamos em um projeto de longo prazo. Os desafios ainda são grandes, como o aumento da dívida causado pela má gestão anterior. Mas estamos enfrentando cada um deles com coragem. Com o apoio de todos que acreditam no Vasco, estamos reestruturando nosso clube com responsabilidade e compromisso com o futuro".
Fonte: Poder360
Apesar de aumento da dívida de R$ 350 milhões na era SAF, Vasco tem superávit no início de 2025
O Vasco associativo e a SAF vascaína apresentaram resultados financeiros positivos à Justiça nesta semana, em relação aos primeiros quatro meses do ano. Em balanço divulgado nesta quarta-feira, o relatório enviado pelas empresas de consultoria Wald Administração Judicial e K2 detalha a situação financeira do clube social e do futebol de São Januário.
O Relatório Mensal de Atividades foi elaborado com base nas demonstrações contábeis referentes ao exercício de 2024. O documento chama a atenção para o fato de o Vasco ter enviado demonstrações da SAF não auditadas sobre o ano passado. Além disso, ainda está pendente o recebimento do parecer e do relatório dos auditores independentes, cuja entrega está prevista até o final do mês de junho de 2025.
De acordo com o Vasco, o pedido de recuperação judicial do clube e da SAF se origina de dificuldades financeiras acumuladas ao longo do tempo, com causas centrais no mau desempenho da gestão da 777 Carioca LLC. O relatório aponta que a dívida do clube aumentou em 350 milhões de reais desde a criação da SAF, em 2022, apesar dos aportes financeiros realizados pelos americanos até 2023.
O clube social, que ainda não apresentou as demonstrações financeiras de 2024, fechou o 1º quadrimestre com superávit acumulado de R$ 786 mil e saldo em caixa de R$ 1,4 milhão. Foram mais de R$ 6,6 milhões de receitas acumuladas no período, que vieram de patrocínios, royalties, bilheteria, programas sociais e repasses da SAF. As saídas de caixa envolvem cerca de R$ 5,9 milhões em despesas administrativas, gastos em jogos e competições, impostos e outros custos.
Já a SAF do Vasco, que não apresentou demonstrações financeiras auditadas, também apresenta números positivos em 2025. A empresa fechou abril com R$ 29,9 milhões em caixa. Nos primeiros quatro meses, o futebol vascaíno arrecadou cerca de R$ 124 milhões para os caixas da SAF.
"As entradas de caixa operacional da SAF somaram R$ 123.859.307 no quadrimestre, com destaque absoluto para o mês de fevereiro (R$ 52.813.687), resultado principalmente da concentração de receitas de direitos de TV (R$ 31.044.835) e de direitos econômicos de atletas (R$ 15.317.759) nesse período. Também se destacam as receitas com publicidade e patrocínio, que mantiveram comportamento estável e recorrente, além da significativa entrada de R$ 6.517.043 em abril com bilheteria/jogos. Em abril, há ainda o registro da primeira entrada expressiva de receitas de sócio torcedor (R$ 1.603.700), demonstrando potencial de ativação dessa fonte de receita", aponta o relatório.
O estudo mostra que, além das obrigações correntes, o Vasco desembolsou cerca de R$ 27,7 milhões em investimento, que mostram o "reforço esportivo e estruturação técnica, mas que impacta diretamente na liquidez de curto prazo". Em fevereiro, o caixa contabilizava R$ 58 milhões, enquanto em abril caiu para R$ 27,8 milhões. Apesar da redução da liquidez, o valor garante um fôlego operacional.
— Em contrapartida, as saídas de caixa operacional cresceram mês a mês, partindo de R$ 27.076.173 em janeiro e atingindo R$ 33.369.976 em abril, pressionadas, sobretudo, pelos gastos com futebol profissional e despesas com o administrativo. Esses dois componentes, somados, consumiram mais de 85% das saídas operacionais no período — diz o relatório, que completa.
— Com base nas obrigações relacionadas à reestruturação financeira (R$19.593.933 no quadrimestre), o quadro indica a redução da liquidez nos últimos meses. Ainda assim, o saldo de caixa final da SAF apurado em abril foi de R$ 27.897.055, valor que, embora reduzido frente aos meses anteriores, ainda garante um fôlego operacional.
Em entrevista ao Poder360, Pedrinho disse que o Vasco apresentou resultados financeiros positivos concretos depois de um controle rigoroso de gastos e novas estratégias de arrecadação.
— Estamos dando os primeiros passos para superar um dos momentos mais difíceis da história do Vasco. Implementamos ajustes estruturais, novas estratégias de arrecadação e um controle rigoroso dos gastos e apresentamos resultados financeiros concretos, como caixa positivo. Acreditamos em um projeto de longo prazo. Os desafios ainda são grandes, como o aumento da dívida causado pela má gestão anterior— disse o dirigente.
Fonte: ge