Vasco inicia celebrações pelos 100 anos da Resposta Histórica e atuará com patch na camisa; veja fotos
Quinta-feira, 18/01/2024 - 18:41
Dando início às celebrações pelos 100 anos da Resposta Histórica, um símbolo na luta contra o racismo no futebol mundial, o Vasco da Gama irá homenagear os lendários Camisas Negras e personalidades históricas nos primeiros jogos da temporada 2024.


Fotos: Leandro Amorim/Vasco

O Gigante da Colina estampará em sua camisa nomes do combate ao preconceito racial no mundo.

Nos dois primeiros jogos, contra Boavista e San Lorenzo, vão estrelar a camisa cruzmaltina os jogadores do time dos Camisas Negras:

Nelson da Conceição
Albanito (Leitão)
Mingote (Domingos Vicente Passini Filho)
Nicolino (João Baptista Soares)
Claudionor (Bolão)
Artur
Paschoal
Torterolli (Nicomedes Conceição)
Arlindo
Alipio M. (Negrito)
Cecy (Sylvio Moreira)

As camisas serão leiloadas pelo play for a cause e os recursos doados ao Observatório da Discriminação Racial no Futebol, parceiro na ação.



No braço direito um patch estampa a marca dessa comemoração 1924 – Lutaremos por esse ideal até o fim.



Os recentes casos de racismo sofridos por Lucas Eduardo e Matheus Henrique são infelizes avisos de que essa luta não acabou. O Vasco condena esses episódios e trabalha para que os autores sejam responsabilizadas.

Respeito, Igualdade e Inclusão.

A Resposta Histórica

O Vasco da Gama é o único dos 4 clubes do Rio de Janeiro com maior torcida, a nascer em zonas populares e não no berço da aristocracia brasileira.

Teve em 1923 seu primeiro time formado por negros e operários. Após ganhar o campeonato regional de forma arrebatadora neste ano, a federação (gerida na época pelos clubes da aristocracia) exigiu que o Vasco expulsasse os atletas considerados "de menor prestígio" e "indignos" de participar do campeonato.

Após saber da decisão da AMEA – Associação Metropolitana de Esportes Athleticos, no dia 7 de abril de 1924, o Vasco da Gama respondeu a federação na carta que ficaria conhecida como Resposta Histórica.

Nela, José Augusto Prestes, então presidente do clube, explica que o clube não iria desfiliar seus doze atletas negros, operários e analfabetos. A desfiliação foi a condição estabelecida pela associação para a filiação e subsequente participação do Vasco nos campeonatos organizados pela AMEA.

O Vasco diz não ao preconceito, se recusa a expulsar os jovens de seu quadro de atletas e assim se retira do campeonato de 1924.

O time desde sempre teve uma forte ligação com as massas mais populares, levando sempre multidões aos estádios.

Após pressão popular e entendendo que o campeonato não teria a mesma relevância sem o Club de Regatas Vasco da Gama, o Gigante da Colina, com todos seus jogadores, foi reintegrado na competição – conquistando um marco importante em sua história de combate ao preconceito.

Fonte: Site oficial do Vasco