Nos 6 meses da morte de Roberto Dinamite, Jornal dos Sports relembra capas e reportagens históricas do ídolo
Domingo, 09/07/2023 - 03:33
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Hoje faz seis meses que Roberto Dinamite nos deixou. Relembre a homenagem do JS com participação do craque Mauro Beting e seu texto espetacular.
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Tinha que ser num domingo. Dia de jogo. Manhã em São Januário. Tarde de Maracanã. Noite feliz por há 51 anos o vascaíno sonhar com um menino chamado Roberto apelidado Dinamite. Bandeira vascaína. Símbolo como a cruz do clube que carregou até a Catalunha em 1980. Bateu saudade. Quase voltou para a Gávea. Mas quis Eurico e queria o Vasco que voltasse ao berço do maior artilheiro do Brasileirão. Do clube de Ademir, Vavá, Romário. Goleadores do Brasil e do mundo.

O rei da grande área nos gols nacionais. Quem mais e melhor jogou e mais gols fez pelo Vasco e em São Januário. Dez. Como Pelé. O Pelé vascaíno.

Ele também fez seus golzões pela cruz de Avis da Portuguesa. Fez maior o Campo Grande. Mas se fez mesmo gigante onde tudo começou e terminou, em 1993. O Vasco da Gama. Da gema dessa bomba na grama e turbina na gana. Na garra de limpar beques, clarear a área, e emendar a patada na rede alheia. Na falta bem batida, no tiro seco da meia-lua, na bola rolada pro fundo da meta.

Roberto que ganhou o apelido em 1971, nas páginas rosadas do JORNAL DOS SPORTS. Que voltaram em 2022 para homenagear quem jamais saiu da primeira página. Quem honrou o Vasco em campo e trabalhou também fora sem o mesmo brilho e competência. Mas que não se pode negar o que sempre fez. O que sempre batalhou com talento e obstinação. E sempre foi Vasco até o último jogo que viu. Tinha que ser em Itu. Terra dos exageros. Explosivos como o Vasco e ele. Com sofrimento até o fim para o Vasco voltar. No lugar em que Dinamite sempre o deixou em campo. Onde sempre deixou tudo.

Foi o primeiro centroavante adversário que vi jogar contra o meu time em um estádio. Ainda bem que daquela vez não marcou. Mas pelos 20 anos seguintes era sempre um terror. No que fazia de gol e dava bola para os outros.

Ele nos deixa um vazio. Vácuo. Mas ele é Vasco. Vasto. Não tem tormenta e nem cabo que não vire boa esperança. O Vasco voltou. Como Dinamite em 1980. Para serem eternos.



Fonte: Instagram Jornal dos Sports