Vasco x Cuiabá terá bandeirinhas da campanha contra homofobia em parceria com Socios.com
Segunda-feira, 26/06/2023 - 19:28
Glórias, lutas e vitórias. Esta é a história do Vasco da Gama, pioneiro no Brasil e no mundo a se posicionar oficialmente contra o racismo e preconceito de classes. Em 1923, o clube conquistava seu primeiro título de campeão carioca com um time repleto de jogadores negros, pardos e operários e que ficou conhecido na história do futebol brasileiro como Camisas Negras.

Quase 100 anos depois, em 2021, o time foi mais uma vez pioneiro e lançou um manifesto em apoio à comunidade LGBTQIAP+. Além de reconhecer oficialmente o coletivo LGBT do clube, a equipe ainda entrou em campo com o uniforme que substituiu a faixa diagonal que cruza a camisa com as cores do arco-íris.

Agora, em 2023, com diversas ações, o clube mais uma vez se posiciona contra o preconceito e a discriminação. Na partida desta segunda-feira, contra o Cuiabá, válida pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro, as bandeirinhas de escanteio serão uma das homenagens ao mês do Orgulho LGBTQIAP+. Elas vão conter desenhos escolhidos por torcedores que participaram de uma votação no aplicativo Socios.com, plataforma criadora do Fan Token oficial do Vasco.

Segundo João Pedro Novochadlo, head de marketing empresa no Brasil, a iniciativa do Vasco em parceria com a plataforma é um grande exemplo de como os Fan Tokens de utilidade e a tecnologia Web3 podem ajudar a engajar comunidades através do esporte.

"Para nós é super importante poder também fazer parte desse movimento e, através de nossas comunidades, promover um esporte mais diverso e inclusivo. A ideia da Web3 é exatamente dar cada vez mais voz às comunidades e engajar os fãs e torcedores do esporte em uma construção conjunta com o clube, gerando senso de pertencimento e colaboração. No Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAP+, a Socios.com e o Vasco estarão juntos dando voz a toda a comunidade e reforçando que o esporte é para todes", declarou.

Dois dias após a partida, 28 de junho, Dia Mundial do Orgulho LGBTQIAP+, um torcedor, detentor do Fan Token do clube, poderá resgatar uma das bandeirinhas da partida. Além disso, outra será sorteada entre os torcedores que votaram na opção de desenho vencedora.

Para participar da campanha, votar no design da bandeirinha ou resgatar uma unidade da edição limitada que será colocada em leilão reverso na plataforma, será preciso cadastrar-se no aplicativo e ter pelo menos um Fan Token oficial do Vasco.

Vasco tem história de lutas sociais

Desde sua fundação, o Vasco da Gama sempre se posicionou contra todos os tipos de preconceitos, sendo o único grande carioca que não saiu da elite, e sim da região portuária do Rio de Janeiro. Em 1923, o time estreou na primeira divisão do futebol carioca com um elenco repleto de jogadores suburbanos, muitos deles negros, analfabetos e trabalhadores braçais, conhecidos na história do futebol brasileiro como Camisas Negras. Na época, o futebol era um esporte de elite e os outros clubes cariocas aceitavam apenas jogadores brancos, descendentes de ingleses e acadêmicos. Mesmo assim, o Vasco se consagrou campeão e provocou a ira da aristocracia do Rio de Janeiro.

Incomodados com o sucesso do Vasco, os rivais fundaram uma nova liga no ano seguinte, a Associação Metropolitana de Esportes Athleticos. E a condição para o Gigante da Colina participar era a exclusão de 12 jogadores que, segundo os cartolas, "não apresentavam condições sociais apropriadas para o convívio esportivo".

A diretoria do Vasco, que já havia feito história tendo o primeiro presidente negro de um clube no Brasil em 1905 (Candido José de Araújo), se recusou a aceitar o pedido racista e elitista de exclusão de seus jogadores para fazer parte do grupo dos grandes clubes do Rio. A decisão fez o Vasco se popularizar no Rio de Janeiro e a identificação da torcida com o time ajudou o Vasco a trazer multidões aos estádios, o que obrigou os outros times da cidade a aceitarem o clube novamente em 1925.

Fonte: UOL