De Bismarck a Nenê, confira que vestiu a camisa 10 do Vasco desde que Dinamite deixou os gramados
Terça-feira, 10/01/2023 - 09:03
Os vascaínos se despedem, nesta segunda e terça-feira, de Roberto Dinamite, o maior ídolo da história do Vasco. O ex-atacante, que marcou seu nome no clube com artilharia e recordes nacionais, deixou enorme legado após se aposentar em 1992. Tanto que a diretoria pensa em eternizá-lo em sua camisa 10.

- Toda homenagem é pouca. Estamos pensando em eternizá-lo na camisa número 10 do Vasco. Vamos resolver como fazer isso - revelou Jorge Salgado, presidente do clube.

Roberto Dinamite é o maior ídolo da história do Vasco. Entre idas e vindas, jogou mais de 20 anos no clube, entre 1971 e 1992. É o jogador que mais marcou gols com a camisa do clube. Foram 708 no total.

Nos últimos 30 anos, vários atletas vestiram a camisa 10 do Vasco. Alguns, não tanto quanto Dinamite, marcaram seus nomes na história, mas muitos passaram despercebidos. O ge relembra quem vestiu a histórica camisa desde a saída de Roberto justamente no momento em que a SAF busca no mercado um meia ofensivo de destaque para a temporada 2023.

De Bismarck a Nenê

O primeiro jogador a vestir o número 10 após a aposentadoria de Dinamite foi Bismarck. O meia jogou ao lado do atacante por quatro temporadas no Vasco e herdou a camisa do amigo. Na segunda-feira, o ex-jogador esteve em São Januário na despedida de Roberto.

Dener também ganhou a 10 em 1994, mas um acidente fatal o impediu de dar continuidade à carreira. O craque morreu dia 19 de abril de 1994, dois dias depois de sua última partida com a camisa vascaína. Ele tinha chegado ao clube naquele ano e fez 19 jogos e seis gols.

Quatro anos após a despedida de Roberto dos gramados surgiu outro nome que teve grande destaque com a camisa 10 e um dos grandes ídolos da geração mais jovem do Vasco. Nas temporadas 1996, 1997, 1999, 2000, 2003 e 2008, Edmundo fez história na Colina.

O atacante fez sua estreia pelo Vasco em 1992, mesmo ano em que Dinamite dava adeus aos gramados. Ao todo atuou em 243 jogos pelo clube e marcou 135 gols. Na despedida do ídolo, Edmundo foi às lágrimas na última segunda.

- Quando eu era criança, queria ser Roberto. Não passei nem perto. Nunca vou me comparar ao Roberto. Ele é único, eterno. Eu fui só um bom jogador que, ao conquistar um título importante, as pessoas admiraram. Craque de verdade só o Roberto - disse Edmundo.

Além de Bismarck e Edmundo, nomes como Vagner, Juninho Paulista, Pedrinho, Felipe, Petkovic, Morais, Diego Souza, Carlos Alberto e Nenê também alcançaram destaque com a 10.

Outro jogador que marcou uma geração mais recente no clube foi Morais. Apesar de não ter conquistado títulos, o meia se tornou um dos principais jogadores do Vasco no período de 2005 a 2008, quando foi para o Corinthians. Atuou em 140 partidas e anotou 32 gols.

- Nosso maior ídolo partiu, foi descansar, cumpriu seu papel aqui, combateu o bom combate, maior jogador da história desse clube gigante, coisa que não é fácil. Se o Vasco é desse tamanho, é respeitado hoje, tenho certeza que o Dinamite é um dos fatores para isso. Que fiquem as lembranças dele fazendo os golaços, um cara acima da média. Pude conviver com ele como presidente, sempre disposto a ajudar, uma pessoa maravilhosa - afirmou Morais ao ge.

"Fica minha gratidão a esse ser humano extraordinário. Gratidão por ter vestido a camisa 10 de Roberto Dinamite, um cara tão acima da média, um orgulho imenso. Foi digno e merecedor", completou.

Dos mais recentes, Diego Souza é um que tem história com Dinamite. Ele foi o camisa 10 do título da Copa do Brasil em 2011e também na temporada seguinte, quando Roberto era o presidente do clube. Pelo Vasco foram 87 jogos e 30 gols em dois anos.

- Perdemos mais um grande ídolo do nosso futebol. Descanse em paz, Roberto Dinamite. Obrigado por tudo que você fez - escreveu Diego Souza nas redes sociais.

Além dos que marcaram seus nomes tem também aqueles que não se destacaram tanto com a camisa 10 do Vasco. Poucos se lembram, por exemplo, que Assis, irmão de Ronaldinho Gaúcho, passou pelo clube em 1996, com 10 gols em 30 jogos.

Felipe, por sua vez, marcou época em 10 temporadas no Vasco e chegou a vestir a camisa mais icônica do futebol em 2002. Naquele ano, Ramon Menezes, hoje técnico da Seleção sub-20, também usou o uniforme.

Petkovic, que teve passagem marcante pelo rival Flamengo, também vestiu a 10 vascaína em duas das três temporadas que jogou em São Januário.

No período em que Dinamite foi presidente do Vasco, vestiram a camisa 10 Edmundo, Jeferson, Dodô, Zé Roberto, Diego Souza, Carlos Alberto e Pedro Ken. Desses, além de Edmundo, Carlos Alberto também participou do velório do maior ídolo do clube.

Mais recentemente, além de Nenê, o Vasco escalou Evander, Bruno César, Benítez e Morato com a camisa 10 de Roberto Dinamite nos últimos cinco anos.

Veja todos os camisas 10 do Vasco pós Roberto Dinamite*:

• 1993: Bismarck, Carlos Alberto Dias e Yan
• 1994: Dener e William
• 1995: Gian e Yan
• 1996: Assis, Válber e Edmundo
• 1997: Edmundo
• 1998: Vagner
• 1999: Ramon e Edmundo
• 2000: Edmundo, Juninho Paulista e Pedrinho
• 2001: Juninho Paulista e Léo Lima
• 2002: Felipe e Ramon Menezes
• 2003: Petkovic, Léo Lima e Edmundo
• 2004: Beto e Petkovic
• 2005: Allan Delon, Marco Brito, Fernandinho e Morais
• 2006: Morais e Ramon
• 2007: Morais e Perdigão
• 2008: Edmundo
• 2009: Jeferson
• 2010: Dodô e Zé Roberto
• 2011: Diego Souza
• 2012: Diego Souza e Carlos Alberto
• 2013: Carlos Alberto e Pedro Ken
• 2014: Douglas
• 2015: Marcinho, Jhon Cley e Nenê
• 2016: Nenê
• 2017: Nenê
• 2018: Evander
• 2019: Bruno César
• 2020: Benítez
• 2021: Morato
• 2022: Nenê

* A pesquisa leva em consideração os nomes que mais vestiram a camisa 10 em cada ano e contou com a colaboração do jornalista André Garone, do Blog do Garone.

O futuro da camisa 10

Atualmente, a 10 do Vasco pertence a Nenê. O jogador de 41 anos a vestiu também em 2016 e 2017. Ele atuou pelo clube em cinco temporadas, com 188 jogos e 58 gols. Vai permanecer em 2023, com contrato até o final do Campeonato Carioca, mas o futuro da icônica camisa ainda é incerto.

- Não é um peso, na verdade a camisa 10 é uma honra. Ter o respeito dele, como a família me falou, me dá uma alegria muito grande, uma alegria poder representar o Roberto. Tem seu peso, mas é secundário em relação à honra de usar essa camisa - disse Nenê no adeus a Dinamite.



Fonte: ge